Implantação da Educação Ambiental nas escolas públicas

IMPLEMENTATION OF ENVIRONMENTAL EDUCATION IN PUBLIC SCHOOLS

IMPLEMENTACIÓN DE LA EDUCACIÓN AMBIENTAL EN LAS ESCUELAS PÚBLICAS

Autor

Jarbas Ferreira Martins
ORIENTADOR
Prof. Dr. Luciano Santos de Farias

URL do Artigo

https://iiscientific.com/artigos/EDF54D

DOI

Martins, Jarbas Ferreira . Implantação da Educação Ambiental nas escolas públicas. International Integralize Scientific. v 5, n 46, Abril/2025 ISSN/3085-654X

Resumo

A pergunta norteadora desta pesquisa foi como deve ser o processo de implantação da educação ambiental nas escolas públicas? Assim, o objetivo geral deste artigo foi conhecer a importância da implantação da educação ambiental escolar e seus desafios. Para os objetivos específicos utilizou-se dos seguintes: Mostrar a educação ambiental como prática pedagógica. Conhecer os principais desafios da implantação da educação ambiental escolar. Refletir sobre o papel das políticas públicas na implantação da educação ambiental escolar. Ressalta-se a importância da realização desta pesquisa por proporcionar a oportunidade de um debate sobre a realidade da educação ambiental escolar enquanto prática pedagógica dos professores. Sabendo que isto pode repercutir na mudança de comportamento individual no cuidado das questões ambientais. Portanto na intenção de responder a pergunta norteadora utilizou-se da metodologia de revisão d e literatura caracterizada peal análise discursiva do tema apresentado. Então buscou-se o método qualitativo dos dados pesquisados, tendo como fonte artigos, monografias e teses. Para a fundamentação teórica adotou-se autores que descreveram sobre a temática a parti de 2017. Estes autores serviram com embasamento teórico da discussão apresentada. A realização da pesquisa contemplou satisfatoriamente os anseios apresentados no inicio do artigo.
Palavras-chave
Educação ambiental. Formação docente.Práticas pedagógicas.

Summary

The guiding question of this research was: what should the process of implementing environmental education in public schools be like? Thus, the general objective of this article was to understand the importance of implementing environmental education in schools and its challenges. The following specific objectives were used: to demonstrate environmental education as a pedagogical practice; to understand the main challenges of implementing environmental education in schools; to reflect on the role of public policies in implementing environmental education in schools. The importance of carrying out this research is emphasized because it provides an opportunity for a debate on the reality of environmental education in schools as a pedagogical practice of teachers. Knowing that this can have an impact on changes in individual behavior in caring for environmental issues. Therefore, in order to answer the guiding question, the methodology of literature review characterized by discursive analysis of the presented theme was used. Then, the qualitative method of the researched data was sought, using articles, monographs and theses as sources. For the theoretical basis, authors who described the topic from 2017 onwards were adopted. These authors served as a theoretical basis for the discussion presented. The research satisfactorily met the concerns presented at the beginning of the article.
Keywords
Environmental education. Teacher training. Pedagogical practices.

Resumen

La pregunta guía de esta investigación fue ¿cómo debe ser el proceso de implementación de la educación ambiental en las escuelas públicas? Así, el objetivo general de este artículo fue comprender la importancia de implementar la educación ambiental en las escuelas y sus desafíos. Para los objetivos específicos se utilizaron los siguientes: Mostrar la educación ambiental como práctica pedagógica. Conozca los principales desafíos de la implementación de la educación ambiental en las escuelas. Reflexionar sobre el papel de las políticas públicas en la implementación de la educación ambiental escolar. Se destaca la importancia de realizar esta investigación pues brinda la oportunidad de debatir la realidad de la educación ambiental escolar como práctica pedagógica de los docentes. Saber que esto puede tener un impacto en el cambio de comportamiento individual en el cuidado de los temas ambientales. Por tanto, para responder a la pregunta orientadora, se utilizó la metodología de revisión de literatura caracterizada por el análisis discursivo de la temática presentada. Luego, se buscó el método cualitativo de los datos investigados, utilizando como fuentes artículos, monografías y tesis. Como base teórica, se utilizaron autores que describieron el tema a partir de 2017. Estos autores sirvieron como base teórica para la discusión presentada. La investigación realizada respondió satisfactoriamente a las inquietudes expuestas al inicio del artículo.
Palavras-clave
Educación ambiental. Formación docente. Prácticas pedagógicas.

INTRODUÇÃO

Diante das problemáticas que envolvem o meio ambiente, é fundamental buscar soluções e ações que considerem a realidade social, econômica e cultural. Dessa forma, a educação ambiental na infância permite que as crianças aprendam a cuidar da natureza e a utilizar os recursos disponíveis com responsabilidade, despertando a consciência sobre a preservação do ambiente em que vivem (Cechin & Pretto, 2019).

Nesse contexto, ressalta-se que a educação ambiental surgiu em 1965, durante a Conferência sobre Educação, realizada na Universidade de Keele, na Grã-Bretanha. No entanto, essa expressão já era utilizada por professores universitários desde 1945. De fato, o estudo dos problemas ambientais sob a perspectiva da educação ambiental possibilitou a reformulação de novos contornos conceituais, uma vez que os conceitos anteriores ainda eram limitados a uma concepção trivial, restrita às dimensões naturais e biofísicas, sem considerar as interdependências nem a contribuição das ciências sociais e de outras áreas para a compreensão e a melhoria do ambiente humano (Dias, 2017).

O fato é que a educação ambiental deve ter um enfoque global e integrado, não podendo ser reduzida a uma disciplina escolar. Deve ser responsabilidade de toda a escola e permear todo o currículo escolar, visando, em última instância, à estruturação e organização da comunidade para o desenvolvimento de pesquisas, permitindo que, com recursos próprios e tecnologia adequada, sejam resolvidos os problemas prioritários. O enfrentamento dos problemas ambientais está associado à educação, sugerindo que a busca por possíveis soluções passa pela divulgação, conscientização, revisão de valores, construção de conhecimentos e valorização de atitudes voltadas à transformação socioambiental (Arnaldo & Santana, 2018).

É necessário compreender a temática ambiental como um problema que interfere diretamente na qualidade de vida e no futuro da humanidade, o que tem mobilizado governos e sociedade. Diversas práticas sociais voltadas para a preservação do meio ambiente e para a conscientização estão sendo incorporadas em programas governamentais e na legislação. Vários eventos têm relacionado meio ambiente e educação, destacando a importância de inserir a Educação Ambiental (EA) no processo de formação de cidadãos críticos e reflexivos (Rodrigues; Saheb, 2019).

Portanto, a implantação da educação ambiental nas instituições escolares é de grande relevância para a formação de cidadãos mais conscientes em relação aos cuidados ambientais. Esse processo pode fomentar discussões sobre a necessidade de preservar o meio ambiente, promovendo a sustentabilidade como forma de melhorar a qualidade de vida no planeta. O enfrentamento das questões ambientais depende, entre outros fatores, do ‘processo de educação voltado à construção de distintos conhecimentos, sendo indispensável ensinar e aprender para, então, colocar em prática ações sustentáveis’ (Santos; Silveira et al., 2021).

Nesse sentido, a pergunta norteadora desta pesquisa foi: como deve ser o processo de implantação da educação ambiental nas escolas públicas? Assim, o objetivo geral deste artigo foi compreender a importância da implantação da educação ambiental escolar e seus desafios. Como objetivos específicos, estabeleceram-se os seguintes: demonstrar a educação ambiental como prática pedagógica, identificar os principais desafios da implantação da educação ambiental escolar e refletir sobre o papel das políticas públicas nesse processo.

Ressalta-se a importância da realização desta pesquisa por proporcionar a oportunidade de debater a realidade da educação ambiental escolar como prática pedagógica dos professores. Considera-se que essa reflexão pode repercutir na mudança de comportamento individual em relação ao cuidado com as questões ambientais.

Portanto, com o intuito de responder à pergunta norteadora, utilizou-se a metodologia de revisão de literatura, caracterizada pela análise discursiva do tema em questão. Optou-se pelo método qualitativo para a análise dos dados pesquisados, tendo como fontes artigos, monografias e teses. Para a fundamentação teórica, adotaram-se autores que discorreram sobre a temática a partir de 2017, os quais serviram como base teórica para a discussão apresentada.

DESENVOLVIMENTO 

O Brasil tem acumulado uma série de problemas ambientais que afetam todos os seus biomas e ecossistemas, sem exceção. A diferença está no grau de impacto desses problemas em cada espaço ou recorte natural, bem como na forma como eles afetam as populações que vivem e dependem dos recursos presentes nessas áreas. Diante dos enormes desafios das questões ambientais, Marques e Mazzarino (2021) ressaltam que:

O grande desafio da formação de professores em educação ambiental está na falta de articulação entre a teoria e a prática pedagógica. É fundamental que os programas de formação ofereçam subsídios teóricos e, ao mesmo tempo, permitam aos professores aplicar esses conhecimentos de maneira prática e adaptada ao contexto escolar. A falta dessa articulação entre teoria e prática contribui para a dificuldade de muitos educadores em implementar as diretrizes da educação ambiental em sala de aula (Marques e Mazzarino, 2012, p. 72).

Portanto, é importante destacar que as temáticas relacionadas à educação ambiental devem ser abordadas em todas as modalidades de ensino e desenvolvidas de forma responsável e consciente, considerando a relação do ser humano com o meio ambiente. Dessa forma, contribui-se para a formação de cidadãos sensíveis às questões ambientais, valorizando a coletividade (Leão; Fernandes, 2023).

EDUCAÇÃO AMBIENTAL COMO PRÁTICA PEDAGÓGICAS TRANSFORMADORAS

A implementação de programas de educação ambiental nas escolas públicas tem gerado resultados significativos, tanto no que diz respeito à conscientização dos alunos quanto à promoção de uma cultura sustentável dentro das instituições de ensino. Esses programas têm o potencial de transformar o comportamento dos alunos, incentivando práticas sustentáveis e a compreensão dos impactos das ações humanas sobre o meio ambiente. Essa mudança de comportamento é um dos principais efeitos observados quando os programas são bem estruturados e contam com a participação ativa da comunidade escolar (Kolcenti; Médici e Leão, 2020). 

Nesse sentido é importante observar que segundo Marques e Mazzarino (2021):

As práticas pedagógicas em educação ambiental precisam ser transformadoras, ou seja, devem estimular nos alunos uma postura crítica e uma ação proativa em relação às questões ambientais. Assim, a formação dos professores deve capacitá-los a utilizar práticas que não apenas transmitam o conteúdo, mas que também estimulem a participação ativa dos alunos no processo de transformação da realidade ambiental (Marques; Mazzarino, 2012, p. 73)

Nesse contexto, os projetos que envolvem a educação ambiental escolar ainda enfrentam desafios consideráveis, como a falta de continuidade e de apoio institucional. Muitos projetos de educação ambiental acabam se limitando a atividades pontuais, sem uma estratégia de longo prazo que permita a consolidação dessas práticas no cotidiano escolar. Isso revela a dificuldade de integrar a educação ambiental de forma permanente, especialmente em escolas que enfrentam limitações de recursos e infraestrutura (Kolcenti, Médici e Leão, 2020).

Cabe ressaltar que a continuidade de qualquer projeto ambiental nas escolas deve estar fundamentada no regimento das instituições. Além disso, depende da construção de um projeto pedagógico que dialogue com as diversas áreas do conhecimento de forma interdisciplinar. Essa perspectiva aponta para a necessidade de um currículo que não trate a educação ambiental como um tema isolado, mas sim como parte de um conjunto maior de saberes, integrando-a a disciplinas como Ciências, Geografia e até mesmo Língua Portuguesa (Lopes e Abílio, 2022).

Portanto de acordo com Lopes; Abílio (2022) afirma que:

É o papel dos professores na mediação dessa integração curricular por isto a formação dos docentes é um fator determinante para o sucesso da educação ambiental no currículo, uma vez que muitos professores ainda não possuem as ferramentas pedagógicas adequadas para trabalhar o tema de forma integrada. A ausência de uma capacitação específica torna o processo de integração difícil, pois os educadores não se sentem preparados para lidar com os conteúdos ambientais de maneira interdisciplinar e crítica (Lopes; Abílio (2022, p. 3).

Para que a instituição escolar implemente uma educação ambiental sólida, é essencial que tenha um Projeto Político-Pedagógico estruturado, que aborde questões socioambientais relacionadas ao cotidiano e que promova uma reflexão crítica sobre o atual modelo de relação sociedade-natureza. A educação ambiental escolar deve contemplar ações interligadas a todos os componentes curriculares e à comunidade escolar, com o objetivo de contribuir para a formação ética e cidadã dos estudantes. Dessa forma, é imprescindível realizar iniciativas que transformem essa realidade, como a oferta de formação continuada para os profissionais da educação, bem como a implementação de oficinas e projetos que abordem a temática de forma contínua (Cordeiro et al., 2021).

Frente a esses desafios, há a necessidade de ampla discussão no dia a dia da formação inicial de professores, para que estes atuem com práticas educativas que favoreçam a formação cidadã dos estudantes. Essa abordagem é importante com o intuito de promover perspectivas emancipadoras, a transformação da realidade e a superação das ideologias que se consolidam nos processos e práticas sociais. Portanto, com o objetivo de modificar essa realidade, as licenciaturas precisam considerar que a temática da educação ambiental na formação de professores tende a contribuir para suas práticas e, consequentemente, para uma nova perspectiva da sociedade em relação à questão ambiental (Lopes e Abílio, 2022).

Entre as atividades pedagógicas, a aula prática se destaca por permitir que os alunos observem e vivenciem experiências e conhecimentos previamente discutidos em sala de aula. Além disso, essa abordagem desperta a motivação e o interesse, favorecendo a valorização dos saberes e a sensibilização. Alternativas de práticas ambientais, como os serviços ambientais de reciclagem e compostagem, têm o objetivo de sensibilizar a comunidade escolar sobre a importância da sustentabilidade (Tavares, Silva & Torres, 2020).

Essas ações de atividades práticas podem se caracterizar como uma alternativa viável a ser desenvolvida no espaço da escola, permitindo, ainda, que tais concepções ultrapassem os muros escolares, ao destacar a importância do reaproveitamento de resíduos por meio da reciclagem e da compostagem. Essas práticas contribuem para a sociedade e a economia, demonstrando a relevância da coleta seletiva, bem como da separação do lixo em casa, enfatizando seu impacto social significativo na comunidade (Tavares, Silva & Torres, 2020).

EDUCAÇÃO AMBIENTAL NAS ESCOLAS PÚBLICAS: REALIDADE E DESAFIOS

Como já foi mencionado, o professor desempenha um papel fundamental na implantação e na prática da educação ambiental escolar. No entanto, grande parte dos professores sente-se despreparada para abordar questões ambientais de maneira interdisciplinar, o que compromete a eficácia das atividades propostas. Muitos docentes expressam dificuldades em integrar a educação ambiental às disciplinas, resultando em projetos isolados e desconectados da realidade dos alunos. Essa dificuldade evidencia a necessidade de uma formação docente direcionada ao uso de metodologias que promovam a integração entre diferentes áreas do conhecimento, tornando a educação ambiental parte do cotidiano escolar (Dias, 2017).

Nesse sentido, Marques e Mazzarino (2021) trazem uma grande contribuição para essa temática ao afirmarem que:

Embora os professores reconheçam a relevância da educação ambiental, eles se veem limitados pela falta de recursos pedagógicos e apoio institucional. A ausência de materiais didáticos adequados e o pouco tempo disponível para atividades extracurriculares são barreiras apontadas pelos docentes como fatores que dificultam a implementação de projetos de educação ambiental. (Marques; Mazzarino, 2021, p. 75.)

Ao trabalhar a educação ambiental, o contexto local dos alunos deve ser valorizado. É importante dar-lhes a oportunidade de conhecer aspectos de sua vivência, compreender e valorizar sua realidade, bem como utilizá-la no processo de ensino-aprendizagem dos sujeitos envolvidos. Dessa forma, a educação ambiental deve ser desenvolvida nas escolas por meio de práticas que promovam uma consciência crítica sobre as problemáticas que afetam o dia a dia dos alunos e de sua comunidade. Para isso, deve ser realizada de maneira interdisciplinar, permitindo que os envolvidos nesse processo reflitam sobre as questões ambientais atuais e sobre o tipo de mundo que desejam construir (Pinto, 2018).

Por outro lado, é indispensável destacar que os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), para alcançarem melhores resultados, requerem uma abordagem transversal. Devido à sua universalidade, os ODS são grandes aliados e excelentes norteadores de projetos e programas voltados para a educação ambiental e a sustentabilidade nas escolas (Cabeleira, Bianchi & Pansera, 2022).

Entretanto, há uma grande lacuna entre a educação ambiental escolar prevista em lei e as práticas educativas efetivamente executadas na comunidade escolar. A inserção de práticas experimentais e atividades lúdicas, muitas vezes, ocorre de forma isolada e/ou apenas em datas específicas do calendário letivo, como o Dia da Árvore, o Dia da Água e o Dia do Meio Ambiente, por exemplo (Lima & Pato, 2021).

Essas atividades podem trazer benefícios para a comunidade escolar, mas, quando trabalhadas isoladamente, sua limitação compromete as mudanças socioambientais mais importantes, que dizem respeito aos valores do indivíduo. Garantir a sustentabilidade do planeta implica mudanças de comportamentos e atitudes, tanto individuais quanto coletivas. Para que isso ocorra, a educação ambiental torna-se um fator necessário e imprescindível (Lima & Pato, 2021).

O PAPEL DAS POLÍTICAS PÚBLICAS NA EDUCAÇÃO AMBIENTAL

No que se refere às políticas públicas de educação ambiental escolar, é fundamental compreender que, por meio da educação formal, conforme previsto na legislação que instituiu a Política Nacional do Meio Ambiente, faz-se necessária uma medida ampla e urgente de sensibilização, não apenas nos centros urbanos, mas também em áreas periféricas e rurais. Essa abordagem visa posicionar o ser humano em seu devido papel, permitindo-lhe reconhecer-se como parte inseparável da natureza, uma vez que integra sua estrutura (Dias, 2017).

Políticas públicas são compreendidas, neste contexto, como a ação do Estado na implementação de um projeto de governo por meio de leis, decretos, diretrizes curriculares e programas educativos relacionados à temática ambiental, destinados a todos os cidadãos da sociedade brasileira. A educação ambiental, portanto, configura-se como uma política pública social de responsabilidade do Estado, que tem o dever de garantir sua implementação de forma equitativa e com qualidade para todos os alunos da rede pública de ensino (Dias, 2017).

A Constituição Federal de 1988 estabelece que é dever do Poder Público garantir a inclusão da educação ambiental em todos os níveis de escolaridade” (Brasil, 2015). “Conforme a Lei nº 9.795, de 27 de abril de 1999, em seu artigo 1º, a educação ambiental é considerada um processo fundamental para que cidadãos e comunidades desenvolvam valores sociais. O meio ambiente e o acesso a ele são essenciais para garantir uma vida sustentável e de qualidade. A educação ambiental, nesse sentido, constitui uma abordagem global da educação, promovendo o envolvimento da sociedade por meio de uma ação pedagógica participativa e contínua, com o objetivo de incentivar a consciência crítica dos alunos sobre as questões ambientais (Vilela & Aquino, 2021).

Nesse contexto Lopes e Abílio (2022) destacam que: 

A falta de apoio institucional e a rigidez dos currículos escolares tradicionais são obstáculos que dificultam a inserção efetiva da educação ambiental. Esse problema é recorrente em muitas escolas, nas quais os conteúdos ambientais são relegados a um segundo plano, em função da pressão por resultados em disciplinas consideradas importantes, como matemática e português (Lopes; Abílio, 2022, p. 5).

Observa-se a carência e a necessidade dessa discussão no ambiente escolar, desde os anos iniciais do Ensino Fundamental até o ensino superior. As políticas públicas de educação ambiental escolar precisam ser efetivas nas práticas pedagógicas da escola. Portanto, é essencial incluir ações educativas na perspectiva ambiental que alcancem os estudantes e, por consequência, a comunidade escolar (Costa & Aguiar, 2020).

Cabe a cada um dos sistemas sociais o desenvolvimento de funções de acordo com suas atribuições específicas, respondendo às múltiplas dimensões da sustentabilidade e buscando superar os obstáculos da exclusão social e da má distribuição da riqueza produzida no país. Além disso, é necessário garantir o efetivo controle e a participação social na formulação e execução de políticas públicas, assegurando que a dimensão ambiental seja sempre considerada. Dessa forma, percebe-se a necessidade de abordar aspectos relacionados às políticas públicas de educação ambiental por meio de um debate efetivo na escola. Isso pode colaborar com práticas de educação ambiental mais assertivas dentro de uma perspectiva crítica, promovendo mudanças de hábitos (Siqueira, 2020).

No momento em que se discute o desenvolvimento sustentável como estratégia de sobrevivência do planeta e, consequentemente, da melhoria da qualidade de vida, define-se a educação como um dos aspectos mais importantes para a mudança pretendida. A lentidão na produção de conhecimento, a importação de tecnologias inadequadas e a formulação de políticas de desenvolvimento cada vez mais descomprometidas com a soberania nacional consolidam um modelo educacional que não corresponde às necessidades do país. Portanto, a formação de professores em Educação Ambiental pode contribuir para a construção de uma sociedade mais sensível às questões ambientais por meio de um trabalho que considere a problemática local (Pinto, 2018).

Nesse sentido, é imprescindível refletir sobre os atuais modelos sociais, políticos e econômicos do mundo globalizado à luz da sustentabilidade ambiental. Assim, é essencial viabilizar o contato da temática abordada com a vida cotidiana das pessoas, de modo que o conhecimento sobre esse assunto incentive uma mudança de comportamento em relação ao meio ambiente (Avelar, 2019).

Com base no tema supracitado, pode-se propor uma atividade com o objetivo de sensibilizar os estudantes a partir do ciclo da água, discutindo como ela chega às cidades e como é descartada, por meio da análise de uma representação visual de seu ciclo. Isso possibilita a percepção da interferência das atividades humanas, sejam elas domésticas ou industriais. Além disso, sugere-se a inclusão de uma etapa de investigação sobre o uso da água na escola, o consumo médio nas residências e sua relação com práticas sustentáveis (Siqueira, 2020).

A educação ambiental desempenha um papel crucial na conscientização sobre questões ambientais e na promoção de mudanças de comportamento em relação ao meio ambiente. Para ser realmente eficaz, deve envolver não apenas a escola, mas também a comunidade, visando à construção de uma consciência ecológica coletiva. Como agente transformador, a educação ambiental pode ser trabalhada em diversos contextos, seja em escolas, universidades, empresas ou por meio de projetos sociais. Nesse sentido, torna-se essencial conhecer e envolver a realidade da comunidade, promovendo um diálogo entre a teoria e a prática para transformar costumes e comportamentos. Assim, as questões ambientais, por sua natureza interdisciplinar, podem e devem ser abordadas de forma participativa, compartilhando valores e princípios voltados para o bem coletivo (Tavares, Silva & Torres, 2020).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Percebe-se que o tema educação ambiental é relativamente recente na educação no Brasil, mas se constitui como uma excelente alternativa para a conscientização dos indivíduos quanto ao uso sustentável dos recursos naturais renováveis. Essa conscientização tornou-se uma necessidade fundamental para o ser humano, pois está diretamente relacionada à sua própria sobrevivência no meio em que vive.

Compreende-se que a educação ambiental é uma ferramenta essencial para a transformação do pensamento e do comportamento, tendo como objetivo a promoção de atividades que estimulem a reflexão crítica e a busca por soluções sustentáveis para os problemas ambientais.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Arnaldo, Maria Aparecida; SANTANA, Luiz Carlos. Políticas públicas de educação ambiental e processos de mediação em escolas de Ensino Fundamental. Ciência & Educação (Bauru), v. 24, n. 3, p. 599–619, 2018. https://doi.org/10.1590/1516-731320180030005

Avelar, M. C. de. Educação ambiental e interdisciplinaridade: da formação inicial à prática pedagógica na educação básica. Dissertação (Mestrado em Ensino das Ciências Ambientais) –Universidade Federal do Pará, Belém, 2019

Cabeleira, M. D. S.; Bianchi, V.; Pansera De Araújo, M. C. Desafios de professores no desenvolvimento da educação ambiental no currículo escolar. REAMEC -Rede Amazônica de Educação em Ciências e Matemática, Cuiabá, v. 10, n. 2, p. e22037, 2022. https://doi.org/10.26571/reamec.v10i2.13342

Cechin, J.; PRETTO, V. Educação Ambiental e Literatura Infantil: contribuições de Monteiro Lobato meio as práticas pedagógicas. In: SEMINÁRIO INTERNACIONAL DE EDUCAÇÃO. NEUROEDUCAÇÃO: EMOÇÃO E APRENDIZAGEM, 24., Anais… ISBN978.85. 66040-14-2, 2019.

Cordeiro, T. M. et al. A dimensão política da educação ambiental no projeto político pedagógico (PPP) de um colégio estadual em um município no sudoeste do Paraná.RELACult-Revista Latino-Americana de Estudos em Cultura e Sociedade, Curitiba, v. 7, n. 2, p. 1-19, 2021.https://doi.org/10.23899/relacult.v7i2.1739

Costa, F. W. D.; AGUIAR, P. R. A formação da cidadania ecológica articulada à Educação Ambiental na escola. Cerrados, Brasília, v. 18, n. 2, p. 245-274, 2020.https://doi.org/10.46551/rc24482692202017

Dias, A. A. S.; DIAS, M. A. O. Educação ambiental. Revista de direitos difusos, v. 68, n. 2, p. 161- 178, 2017. Disponível em: http://ibap.emnuvens.com.br/rdd/article/view/29. Acesso em 13 de outubro de 2024.

Kolcenti, S. G. R.; MÉDICI, M. S.; LEÃO, M. F. Educação Ambiental em escolas públicas de Mato Grosso. Revista Científica ANAP Brasil, v. 13, n. 29, 2020. Disponível em: https://scholar.archive.org/work/xkkmjszef5c7bicr43vueadbzu/access/wayback/https://www.amigosd anatureza.org.br/publicacoes/index.php/anap_brasil/article/download/2594/2370. Acesso em 13 de março de 2025.

Leão, M. F.; FERNANDES, F. F. Produção científica sobre educação ambiental e o ensino de química divulgada em cinco periódicos especializados (2016-2021). REAMEC -Rede Amazônica de Educação em Ciências e Matemática, Cuiabá, v. 11, n. 1, p. e23027, 2023. https://doi.org/10.26571/reamec.v11i1.14705

Lima, Valdivan Ferreira de; PATO, Claudia.  Educação Ambiental:  aspectos que dificultam o engajamento docente em escolas públicas do Distrito Federal. Educar em Revista, v. 37, p. 1–21, 2021. https://doi.org/10.1590/0104-4060.78223

Lopes, T. S.; ABILIO, F. J. P. A Educação Ambiental na formação inicial de professores/as contribuições da Pedagogia Crítica. Práxis Educativa, Ponta Grossa, v. 17, e2218558, 2022. Disponível em http://educa.fcc.org.br/Scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1809- 43092022000100105&lng=pt&nrm=iso. Acesso em 13 de março de 2025.

Oliveira, T. B.; CALDEIRA, A. M. A. A aprendizagem baseada em problema (ABP) para o ensino da educação ambiental na formação de professores de ciências. Revista Eletrônica da Educação, São Carlos, v. 1, n. 1, p. 1-16, 2018.

Marques, R. M.; MAZZARINO, J. M. A formação de professores em educação ambiental: reflexões a partir da análise integrativa de publicações científicas em língua inglesa. Ensaio Pesquisa em Educação em Ciências (Belo Horizonte), v. 23, p. e26372, 2021. Disponível em: https://www.Scielo.br/j/epec/a/WMmyScCWVKRXwWQyMQjb6KF. Acesso em 13 de março de 2025.

Pinto, A. da S. A Educação Ambiental na Formação do Professor Pedagogo e a Práxis com Foco no Contexto Local. Dissertação (Mestrado Profissional em Ensino de Ciências) –Universidade Estadual de Goiás, Anápolis, 2018.

Rodrigues, Daniela Gureski; SAHEB, Daniele.  A formação continuada do professor de Educação Infantil em Educação Ambiental. Ciência & Educação (Bauru), v. 25, n. 4, p. 893–909, 2019. https://doi.org/10.1590/1516-731320190040004.Acesso em:20 de março de 2025.

Santos, P. T. A. et al., Lixo e reciclagem como tema motivador no ensino de química. Eclética Química, v. 36, n. 1, p. 78–92, 2011. https://doi.org/10.1590/S0100-46702011000100006.

Siqueira, E. de. Inserção curricular da EA e a formação de professores. Indaial: UNIASSELVI, 2020 Disponível em: https://editorarealize.com.br/artigo/visualizar/73185. Acesso em: 12 jun. 2023. Acesso em 20 de março de 2025.

Tavares, G. T. P. et al. Ações educativas na prática ambiental: visita técnica a usina eco serviços ambientais reciclagem e compostagem. Anais do V CONAPESC… Campina Grande. Realize Editora, 2020. Disponível em: https://editorarealize.com.br/artigo/visualizar/73185. Acesso em: 12 jun. 2023. Acesso em 20 de março de 2025.

Vilela, M. F.; AQUINO, F. G. Educação ambiental 2021– Portal Embrapa. Disponível em: https://www.embrapa.br/agencia-de-informacao-tecnologica/tematicas/bioma-cerrado /ecologia/educacao-ambiental. Acesso em: 05 de março. 2025.

Martins, Jarbas Ferreira . Implantação da Educação Ambiental nas escolas públicas.International Integralize Scientific. v 5, n 46, Abril/2025 ISSN/3085-654X

Referencias

BAILEY, C. J.; LEE, J. H.
Management of chlamydial infections: A comprehensive review.
Clinical infectious diseases.
v. 67
n. 7
p. 1208-1216,
2021.
Disponível em: https://academic.oup.com/cid/article/67/7/1208/6141108.
Acesso em: 2024-09-03.

Share this :

Edição

v. 5
n. 46
Implantação da Educação Ambiental nas escolas públicas

Área do Conhecimento

Acesso e repartição de benefícios no Brasil: Uma análise da implementação do protocolo de Nagoia e seus impactos na conservação da biodiversidade no desenvolvimento sustentável
Protocolo de Nagoia. Acesso e repartição de benefícios. CDB. Biopirataria.
Desenvolvimento de materiais biodegradáveis para reduzir impactos ambientais
Materiais biodegradáveis .Sustentabilidade ambiental. Poluição ambiental
A contribuição do mergulho científico para o monitoramento da ictiofauna do lago paranoá
Mergulho científico; Monitoramento da ictiofauna; Biodiversidade aquática; Lago Paranoá; Conservação ambiental.
Hortas escolares como ferramenta pedagógica para educação ambiental sustentável
Hortas Escolares. Educação Ambiental. Sustentabilidade.
Desafios na criação de materiais didáticos para educação ambiental.
Materiais Didáticos. Educação ambiental. Desafios Pedagógicos. Recursos Educacionais.
A importância da reciclagem no contexto educacional escolar
Reciclagem. Educação Ambiental. Ensino Escolar. Práticas Sustentáveis.

Últimas Edições

Confira as últimas edições da International Integralize Scientific

feature-abri-2025

Vol.

5

46

Abril/2025
MARCO

Vol.

5

45

Março/2025
FEVEREIRO (1)

Vol.

5

44

Fevereiro/2025
feature-43

Vol.

5

43

Janeiro/2025
DEZEMBRO

Vol.

4

42

Dezembro/2024
NOVEMBRO

Vol.

4

41

Novembro/2024
OUT-CAPA

Vol.

4

40

Outubro/2024
setembro-capa

Vol.

4

39

Setembro/2024

Fale com um com um consultor acadêmico!

O profissional mais capacitado a orientá-lo e sanar todas as suas dúvidas referentes ao processo de mestrado/doutorado.