Construindo laços: serviço de convivência e fortalecimento

BUILDING BONDS: SOCIALIZATION AND BOND STRENGTHENING SERVICE

CONSTRUYENDO LAZOS: SERVICIO DE CONVIVENCIA Y FORTALECIMIENTO

Autor

Adriana Matos Marinho
ORIENTADOR
Profa. Dra. Erica Lamara Gomes Alves Grigorio

URL do Artigo

https://iiscientific.com/artigos/74DC34

DOI

Marinho, Adriana Matos . Construindo laços: serviço de convivência e fortalecimento. International Integralize Scientific. v 5, n 45, Março/2025 ISSN/3085-654X

Resumo

Este estudo investiga a atuação do Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV) na mitigação do isolamento social entre idosos atendidos pelo Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) Bruno Bacelar, em Vitória da Conquista, Bahia. A pesquisa foi motivada pela crescente demanda de idosos em situação de isolamento, condição agravada pela pandemia da COVID-19, e pela necessidade de estratégias eficazes para fortalecer laços familiares e comunitários. O estudo fundamenta-se nas diretrizes da Política Nacional de Assistência Social (PNAS) e analisa o impacto das ações socioeducativas desenvolvidas no SCFV. A metodologia adotada foi mista, integrando abordagens qualitativas e quantitativas. As técnicas empregadas incluíram revisão documental, busca ativa, acolhimento individual e coletivo, além da aplicação de diagnósticos sociais. As intervenções implementadas tiveram como foco a inclusão social, a promoção da autoestima e o fortalecimento da convivência familiar. Os resultados apontaram que 100% dos idosos participantes superaram o isolamento social, apresentando melhora significativa na qualidade de vida e no bem-estar emocional. A descentralização do SCFV para o bairro Zabelê permitiu um maior alcance das ações, ampliando a rede de apoio comunitário. Atividades como rodas de conversa, oficinas e passeios demonstraram-se eficazes na promoção da autonomia e na construção de vínculos interpessoais mais sólidos. A escuta qualificada e o suporte psicossocial foram determinantes para fortalecer a confiança dos usuários e incentivar sua participação ativa na comunidade. A pesquisa conclui que o SCFV desempenha um papel essencial na inclusão social e na redução do isolamento entre idosos, configurando-se como uma política pública relevante para a construção de uma sociedade mais equitativa e integrada. Os achados sugerem que a ampliação dessas iniciativas pode contribuir significativamente para o fortalecimento das redes de apoio e para a melhoria das condições de vida da população idosa.
Palavras-chave
Fortalecimento de vínculos. Inclusão social Isolamento social. Serviço de Convivência.

Summary

This study investigates the role of the Social Bonding and Strengthening Service (SCFV) in mitigating social isolation among elderly individuals assisted by the Social Assistance Reference Center (CRAS) Bruno Bacelar in Vitória da Conquista, Bahia. The research was motivated by the increasing demand of elderly people in situations of isolation, a condition exacerbated by the COVID-19 pandemic, and the need for effective strategies to strengthen family and community ties. The study is based on the guidelines of the National Social Assistance Policy (PNAS) and analyzes the impact of socio-educational actions developed in the SCFV. The methodology adopted was mixed, integrating qualitative and quantitative approaches. The techniques employed included document review, active search, individual and collective support, in addition to the application of social diagnoses. The implemented interventions focused on social inclusion, self-esteem promotion, and strengthening family coexistence. The results showed that 100% of the elderly participants overcame social isolation, presenting significant improvement in their quality of life and emotional well-being. The decentralization of SCFV to Zabelê neighborhood allowed for greater outreach, expanding the community support network. Activities such as discussion groups, workshops, and outings proved effective in promoting autonomy and building stronger interpersonal relationships. Qualified listening and psychosocial support were crucial in strengthening users’ confidence and encouraging their active participation in the community. The research concludes that SCFV plays an essential role in social inclusion and the reduction of elderly isolation, establishing itself as a relevant public policy for building a more equitable and integrated society. The findings suggest that expanding these initiatives can significantly contribute to strengthening support networks and improving the living conditions of the elderly population.
Keywords
Social isolation. Social inclusion. Bond strengthening. Social Bonding Service.

Resumen

Este estudio investiga el papel del Servicio de Convivencia y Fortalecimiento de Vínculos (SCFV) en la mitigación del aislamiento social entre los ancianos atendidos por el Centro de Referencia de Asistencia Social (CRAS) Bruno Bacelar en Vitória da Conquista, Bahía. La investigación fue motivada por la creciente demanda de personas mayores en situación de aislamiento, una condición agravada por la pandemia de COVID-19, y la necesidad de estrategias eficaces para fortalecer los lazos familiares y comunitarios. El estudio se basa en las directrices de la Política Nacional de Asistencia Social (PNAS) y analiza el impacto de las acciones socioeducativas desarrolladas en el SCFV. La metodología adoptada fue mixta, integrando enfoques cualitativos y cuantitativos. Las técnicas empleadas incluyeron revisión documental, búsqueda activa, acogida individual y colectiva, además de la aplicación de diagnósticos sociales. Las intervenciones implementadas se centraron en la inclusión social, la promoción de la autoestima y el fortalecimiento de la convivencia familiar. Los resultados indicaron que el 100% de los ancianos participantes superaron el aislamiento social, presentando una mejora significativa en su calidad de vida y bienestar emocional. La descentralización del SCFV al barrio Zabelê permitió un mayor alcance de las acciones, ampliando la red de apoyo comunitario. Actividades como círculos de conversación, talleres y excursiones demostraron ser eficaces en la promoción de la autonomía y la construcción de vínculos interpersonales más sólidos. La escucha cualificada y el apoyo psicosocial fueron determinantes para fortalecer la confianza de los usuarios e incentivar su participación activa en la comunidad. La investigación concluye que el SCFV desempeña un papel esencial en la inclusión social y la reducción del aislamiento en los ancianos, constituyéndose como una política pública relevante para la construcción de una sociedad más equitativa e integrada. Los hallazgos sugieren que la ampliación de estas iniciativas puede contribuir significativamente al fortalecimiento de las redes de apoyo y a la mejora de las condiciones de vida de la población anciana.
Palavras-clave
Aislamiento social. Inclusión social. Fortalecimiento de vínculos. Servicio de Convivencia.

INTRODUÇÃO

 

Nos últimos anos, a política de Assistência Social no Brasil tem enfrentado desafios cada vez mais significativos, especialmente devido aos impactos profundos das desigualdades sociais que marcam a realidade do país. Essas desigualdades, muitas vezes enraizadas em questões estruturais históricas, continuam a se agravar, criando um cenário de ampliação das lacunas de exclusão social. Nesse contexto, o Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV) faz parte da Proteção Social Básica dentro do Sistema Único de Assistência Social (SUAS), sendo regulamentado pela Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais, conforme a Resolução CNAS nº 109/2009. Em 2013, o serviço foi reestruturado por meio da Resolução CNAS nº 01/2013. Este serviço é oferecido como complemento às ações do Serviço de Proteção e Atendimento Integral às Famílias (PAIF) e do Serviço de Proteção e Atendimento Especializado às Famílias e Indivíduos (PAEFI).

Este estudo foi realizado com um grupo de 30 idosos que participam do Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos – SCFV do Centro de Referência de Assistência Social – CRAS 1 Bruno Bacelar. A pesquisa analisa e avalia os resultados e impacto dessas estratégias tanto no desempenho quanto na superação e no engajamento dos usuários no serviço. Além disso, o estudo avalia de que forma as ações socioeducativas implementadas têm contribuído para o fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários dos usuários. Esses idosos estão inscritos no SCFV e são atendidos em grupo, duas vezes por semana, que se encontravam em situações prioritárias, ou seja, estavam em situação de isolamento social. De acordo com a Resolução nº 01, de 21 de fevereiro de 2013, “Em situação de isolamento” (BRASIL, 2013, art. 3º). A situação de isolamento representa desafios graves que afetam diretamente no desenvolvimento humano e bem-estar do idoso; essa vulnerabilidade, muitas vezes interligada, resulta em sérias consequências para a saúde, ou seja, pode levar a sentimentos de solidão, ansiedade, depressão e até aumentar o risco de doenças físicas e mentais. Em contextos sociais mais amplos, como na sociedade, o isolamento social também pode ser resultado de exclusão ou marginalização de determinados grupos. 

Devido a essa demanda apresentada no território do CRAS 1 Bruno Bacelar, exigiu-se uma resposta urgente e direcionada que foi necessário descentralizar o SCFV para Urbis 5, bairro Zabelê. Essa descentralização foi fundamental para ofertar o serviço de proteção e promoção de direitos e a redução do isolamento social. O serviço foi estruturado para garantir as seguranças afiançadas, como: “Segurança de sobrevivência (de rendimento e de autonomia); de acolhida; de convívio ou vivência familiar,” (Brasil, 2004, pág. 32). A citação destaca a interdependência entre o acesso à sobrevivência básica, o acolhimento e a vivência em família ou em uma rede social de apoio, enfatizando que a segurança não é apenas um aspecto material, mas também emocional e social. Além disso, o acolhimento, o fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários são fundamentais para estimular o desenvolvimento da autonomia e das habilidades e potencialidades do território, com foco na defesa e garantia de direitos dos usuários, e também proporcionar alternativas que promovem a emancipação social, ajudando os idosos a enfrentar essa vulnerabilidade. Essa política visa não só minimizar os efeitos do isolamento social, mas também criar oportunidades de integração e participação social para aqueles que necessitam de proteção social. 

A abordagem e o enfrentamento dessas questões exigiram uma atuação em conjunto com outras políticas públicas, profissionais de diversas áreas e apoio da comunidade. Portanto, somente por meio de um esforço coletivo será possível romper o ciclo do isolamento social, proporcionando um futuro mais digno e promissor para os idosos. A equipe foi constantemente capacitada em técnicas de escuta, mediação de conflitos, desenvolvimento de atividades inclusivas e abordagens psicossociais, garantindo a qualidade do processo de acolhimento individual e coletivo.

 

REFERENCIAL TEÓRICO

 

A IMPORTÂNCIA DO SERVIÇO DE CONVIVÊNCIA E FORTALECIMENTO DE VÍNCULOS (SCFV) NA ASSISTÊNCIA SOCIAL

 

O Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV) desempenha um papel essencial dentro do Sistema Único de Assistência Social (SUAS), sendo direcionado ao atendimento de populações em situação de vulnerabilidade. Conforme estabelecido na Política Nacional de Assistência Social (PNAS), o SCFV tem como propósito prevenir a violação de direitos e fortalecer os laços interpessoais, familiares e comunitários (Brasil, 2013). Esse serviço, oferecido nos Centros de Referência de Assistência Social (CRAS), visa proporcionar proteção social básica, promovendo inclusão e reduzindo riscos sociais relacionados ao isolamento e à exclusão (Brasil, 2019).

O SCFV foi regulamentado pela Resolução CNAS nº 109/2009 e passou por uma reestruturação em 2013, por meio da Resolução CNAS nº 01, que visou aprimorar sua organização e metodologia de atendimento (Brasil, 2009; Brasil, 2013). Essa reformulação permitiu uma adaptação mais eficiente às necessidades de diferentes públicos, como crianças, adolescentes, idosos e pessoas com deficiência, promovendo atividades socioeducativas e culturais que favorecem a participação social e o fortalecimento da cidadania.

No contexto da população idosa, o SCFV se destaca por assegurar direitos fundamentais, estimulando a participação ativa na sociedade e prevenindo o isolamento social. Segundo o Censo SUAS de 2024, a implementação desse serviço tem demonstrado impactos positivos na qualidade de vida dos usuários, reforçando a inclusão social e fortalecendo redes de apoio (Brasil, 2024).

 

O ISOLAMENTO SOCIAL NA TERCEIRA IDADE E A ATUAÇÃO DO SCFV

 

O isolamento social entre idosos é uma questão crescente, intensificada pelas desigualdades sociais e pelos impactos da pandemia da COVID-19. Pesquisas recentes indicam que essa condição pode desencadear sérios efeitos físicos e psicológicos, como depressão, ansiedade e maior predisposição a doenças crônicas (Fernandes et al., 2023). Diante desse cenário, torna-se essencial a implementação de políticas públicas eficazes que incentivem a socialização e o suporte comunitário para esse segmento populacional.

O SCFV tem se mostrado uma alternativa eficiente para reduzir os impactos negativos do isolamento, proporcionando ambientes de convivência que favorecem a criação de laços afetivos e a participação ativa dos idosos na comunidade (Souza; Almeida, 2022). Estudos apontam que idosos inseridos nesses programas apresentam melhorias na autoestima, na autonomia e no desenvolvimento de habilidades sociais (Costa et al., 2023).

As atividades promovidas no SCFV, como rodas de conversa, oficinas intergeracionais e eventos comunitários, são essenciais para criar um ambiente acolhedor e seguro. De acordo com Oliveira e Santos (2024), idosos que participam regularmente das atividades demonstram menor declínio cognitivo e físico, além de um aumento na satisfação com a vida. Assim, incentivar a convivência social não apenas contribui para a prevenção de transtornos mentais, mas também promove um envelhecimento mais ativo e saudável.

 

ESTRATÉGIAS METODOLÓGICAS PARA O FORTALECIMENTO DE VÍNCULOS FAMILIARES E COMUNITÁRIOS

 

A abordagem metodológica adotada pelo SCFV se fundamenta em estratégias interdisciplinares que integram conceitos da psicologia social, pedagogia e serviço social. Segundo Carvalho e Lima (2023), práticas eficazes no SCFV incluem a escuta ativa, o suporte psicossocial e atividades que incentivam a participação familiar no fortalecimento de vínculos.

Dentre as principais metodologias empregadas, destacam-se:

Escuta Qualificada: estratégia que possibilita a identificação das demandas e expectativas dos usuários, promovendo um ambiente de acolhimento e confiança (Mendes; Ribeiro, 2024).

Rodas de Conversa e Grupos de Apoio: espaços voltados à troca de experiências, que incentivam a socialização e o empoderamento dos idosos (Silva; Pereira, 2023).

Atividades Intergeracionais: iniciativas que estimulam a interação entre diferentes gerações, proporcionando aprendizado mútuo e fortalecendo redes de apoio (Fonseca et al., 2022).

Acompanhamento Individualizado: atendimento personalizado que considera as particularidades de cada idoso, garantindo a efetividade das intervenções sociais (Oliveira; Santos, 2024).

A descentralização do SCFV, como ocorreu no bairro Zabelê, revelou-se uma estratégia eficaz para expandir o acesso ao serviço e atender um número maior de idosos em situação de vulnerabilidade (BRASIL, 2024). Pesquisas indicam que a proximidade dos serviços e a acessibilidade às atividades são fatores determinantes para o engajamento dos idosos (Costa et al., 2023).

Os resultados obtidos com essas estratégias evidenciam que o SCFV não apenas reduz os impactos do isolamento social, mas também fortalece redes de apoio, promove a cidadania e garante os direitos dos idosos. Dessa forma, destaca-se a importância da continuidade e ampliação dessas políticas públicas, assegurando um envelhecimento mais digno e participativo.

 

METODOLOGIA

 

O propósito da metodologia deste estudo foi realizar uma análise aprofundada e minuciosa dos efeitos do SCFV, integrando tanto métodos qualitativos quanto quantitativos. A pesquisa seguiu um formato exploratório e descritivo, organizado em seis etapas fundamentais, que possibilitaram uma investigação detalhada e bem estruturada. A seguir, detalham-se as fases metodológicas utilizadas.

Revisão de Documentos e Normativas da Política de Assistência Social: a fundamentação teórica e metodológica deste estudo baseou-se nas diretrizes estabelecidas pelas normativas da Política Nacional de Assistência Social (PNAS). A análise das normativas e dos cadernos de orientações fornecidos pelo Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social e pela Secretaria de Desenvolvimento Social de Vitória da Conquista, Bahia, teve como objetivo identificar práticas recomendadas para minimizar ou combater a situação de isolamento, alinhando as estratégias desenvolvidas pelo Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV).

Busca Ativa: a busca ativa realizada no início foi uma estratégia fundamental para identificar e mapear os usuários que necessitavam do serviço, além de permitir um diagnóstico preciso da situação de vulnerabilidade. Durante a busca ativa, foi possível perceber que 100% das usuárias estavam lidando com questões relacionadas ao isolamento social, o que estava gerando conflitos emocionais. Esse dado revela a magnitude do impacto negativo, especialmente para esse grupo vulnerável. A identificação desse público prioritário possibilitou a criação de ações específicas e focadas no apoio emocional, como o acompanhamento sistemático e a busca de parcerias com a rede intersetorial.

O acolhimento Individualizado: o Acolhimento Individualizado dos usuários no SCFV tem como objetivo garantir a inclusão, integração e o fortalecimento de vínculos, respeitando as necessidades e particularidades de cada participante, e promovendo o protagonismo, a convivência comunitária e o fortalecimento da autoestima e cidadania. Durante o acolhimento, foi proporcionado um espaço de escuta ativa, onde as necessidades e potencialidades de cada usuário foram identificadas de forma sistemática. A escuta qualificada, realizada de maneira empática e respeitosa, envolveu perguntas abertas para compreender as necessidades, desafios e expectativas dos participantes. Esse momento inicial foi fundamental para mapear o histórico do usuário e estabelecer um plano de acompanhamento. Com base nas informações obtidas, foi elaborado um plano de trabalho com metas para o desenvolvimento de habilidades e superação de fragilidades. O acolhimento, monitoramento e avaliação ocorreram de forma contínua. Além disso, os usuários foram orientados e encaminhados para redes de atendimento, como ambulatório de saúde mental, rede socioassistencial e Unidades de Saúde conforme suas necessidades.

O acolhimento coletivo: o acolhimento coletivo no SCFV proporcionou um ambiente de apoio, integração e convivência, onde os usuários se sentiram parte de um grupo, respeitando a diversidade e promovendo a troca de experiências. Foram realizadas atividades como rodas de conversa, oficinas temáticas e dinâmicas de grupo que incentivaram o respeito e o fortalecimento de vínculos. Essas discussões ajudaram a abordar questões cotidianas, dificuldades e formas de superação. Os encontros ocorreram duas vezes por semana, sendo facilitados por profissionais capacitados para mediar as discussões e garantir um ambiente seguro e acolhedor. As atividades de integração incluíram eventos e atividades coletivas como oficinas de arte, dança, passeios e ações comunitárias, favorecendo o fortalecimento da convivência e da rede de apoio entre os participantes. Essas atividades foram planejadas para valorizar a diversidade e as experiências dos usuários, promovendo um ambiente inclusivo.

A participação ativa dos usuários foi incentivada, permitindo que se envolvessem nas atividades, expressassem suas opiniões e ideias. As estratégias de acompanhamento sistemático foram integradas às atividades coletivas, favorecendo o desenvolvimento tanto individual quanto grupal, garantindo que as experiências vividas no grupo fossem aplicadas no processo de superação e crescimento pessoal.

O feedback foi uma parte essencial do processo, com espaços acolhedores para que os usuários compartilhassem suas percepções e recebessem retornos construtivos dos profissionais e dos colegas. A equipe do SCFV monitorou o progresso dos usuários, ajustando as abordagens conforme necessário e avaliando a efetividade do acolhimento. As avaliações periódicas foram feitas por meio de entrevistas e observações, permitindo ajustes nas práticas de acolhimento para atender melhor às necessidades dos usuários.

Diagnóstico Inicial: o diagnóstico inicial tem o objetivo de identificar as vulnerabilidades dos usuários e orientar as intervenções; foram realizadas avaliações diagnósticas antes do início das atividades. Essas avaliações seguiram critérios essenciais, considerando as especificidades de cada usuário conforme as diretrizes da Política de Assistência Social. Além das avaliações formais, também foram realizadas reuniões semanais, visitas domiciliares e estudos de caso para identificar dificuldades recorrentes e as possíveis causas do isolamento. Essa abordagem permitiu uma compreensão mais profunda do contexto social das famílias e a adaptação das estratégias às necessidades individuais dos usuários. A observação detalhada do comportamento dos usuários ajudou a identificar barreiras estruturais e contextuais que poderiam comprometer o sucesso das intervenções. Ao mesmo tempo, os encontros favoreceram a compreensão das dinâmicas familiares, permitindo um planejamento mais eficaz para resolver o isolamento social.

Planejamento e Implementação das Intervenções: com base nos dados do diagnóstico inicial, foram elaborados planos de intervenção individualizados e coletivos, adotando metodologias inclusivas e participativas, adaptadas às necessidades dos usuários do serviço de convivência. As intervenções foram realizadas duas vezes por semana, proporcionando um acompanhamento sistemático pela equipe do SCFV. Essa abordagem favoreceu o desenvolvimento dos idosos em situação de isolamento, promovendo maior envolvimento, protagonismo, autonomia e autoestima. O fortalecimento de vínculos familiares e a convivência comunitária foram priorizados, visando a transformação social e o fortalecimento das famílias e da rede de apoio social.

Na etapa final, foram realizadas análises quantitativas e qualitativas. A análise quantitativa comparou os resultados das avaliações realizadas antes e depois das intervenções, medindo os avanços no desempenho dos usuários. A análise qualitativa, por meio de entrevistas e feedbacks dos participantes, permitiu identificar padrões de sucesso e desafios. Os dados qualitativos foram organizados em categorias e complementados por grupos focais com usuários e familiares, trazendo percepções sobre as melhorias no desempenho e autoestima dos participantes. Os dados foram triangulados para aumentar a confiabilidade dos resultados. Essa abordagem metodológica permitiu uma avaliação abrangente do impacto das intervenções, destacando os pontos positivos e áreas a serem aprimoradas. Os resultados contribuem para o aprimoramento das intervenções e para a formulação de políticas públicas voltadas à superação das desigualdades sociais e ao fortalecimento dos vínculos familiares, promovendo uma melhoria na qualidade de vida.

Coleta e Análise de Dados: na etapa final, foram realizadas análises quantitativas e qualitativas. A análise quantitativa comparou os resultados das avaliações antes e depois das intervenções, medindo os avanços no desempenho. Simultaneamente, os dados qualitativos foram obtidos por meio de entrevistas, observações e feedbacks dos participantes, categorizados para identificar padrões de sucesso e desafios. Essa abordagem mista proporcionou uma visão abrangente sobre a eficácia das intervenções, destacando tanto os pontos positivos quanto os aspectos a serem aprimorados.

Foi realizado um estudo comparativo entre os usuários que participaram das atividades paralelas e os que seguiram o modelo regular, avaliando o impacto específico das intervenções. Grupos focais com usuários e familiares também forneceram percepções sobre as melhorias no desempenho e autoestima. Os dados foram triangulados para aumentar a confiabilidade dos resultados. Essa abordagem metodológica robusta possibilitou uma avaliação detalhada do impacto das intervenções, integrando rigor analítico e sensibilidade às necessidades dos usuários. O estudo contribui para o aprimoramento das práticas pedagógicas e reforça a importância de intervenções socioeducativas baseadas em evidências, priorizando a inclusão. Além disso, os resultados fornecem subsídios para a formulação de políticas públicas voltadas à superação das desigualdades sociais e ao fortalecimento dos vínculos em contextos vulneráveis.

 

RESULTADOS E DISCUSSÃO

 

Os resultados deste estudo indicam progressos significativos no SCFV do CRAS 1 Bruno Bacelar, destacando o impacto positivo das estratégias implementadas. As ações que promovem a inclusão social e o enfrentamento do isolamento social foram eficazes, proporcionando um sentido de pertencimento e contribuindo para a saúde mental dos usuários. A organização do ambiente foi crucial para garantir a participação e tornar os momentos de escuta mais significativos, ajudando a superar os efeitos do isolamento social e a fortalecer os vínculos familiares e comunitários. O acompanhamento contínuo e sistêmico garantiu o fortalecimento dos vínculos e a integração social das famílias, criando uma rede de apoio robusta. A adesão e participação ativa dos usuários aumentaram, refletindo em maior interação e maior motivação nas atividades, como oficinas de arte, rodas de conversa e esportes. As dinâmicas de grupo ajudaram os participantes a desenvolverem habilidades de comunicação e resolução de conflitos, essenciais para relações mais saudáveis e o fortalecimento da autoestima e autoconfiança.

O SCFV se mostrou uma ferramenta eficaz no combate ao isolamento social, com 100% dos usuários superando essa vulnerabilidade. Além disso, contribuiu para o aumento da autonomia, empoderamento e sensação de pertencimento à comunidade. A metodologia inclusiva e adaptada às necessidades dos usuários fortaleceu a convivência familiar e comunitária, prevenindo o rompimento de laços afetivos e promovendo uma rede de apoio mais sólida. A satisfação dos usuários foi elevada, especialmente devido à participação nas atividades, como oficinas, rodas de conversa e grupos de apoio psicológico. A frequência nas atividades e a interação entre os participantes mostraram que os usuários se sentiram mais motivados e parte do processo. A organização do ambiente acolhedor e as ações de fortalecimento de laços familiares e comunitários resultaram em um alto nível de satisfação. Os usuários não só receberam apoio, mas também desenvolveram uma rede de apoio mútua, o que foi fundamental para sua integração social e superação do isolamento. Portanto, as intervenções do SCFV mostraram-se eficazes no fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários, na inclusão social e no enfrentamento do isolamento social. Os resultados indicam um ambiente mais saudável e participativo, com impactos positivos no bem-estar emocional e qualidade de vida dos usuários. A avaliação da eficácia das ações foi amplamente positiva, destacando a importância das metodologias aplicadas, que geraram resultados duradouros e contribuíram para um processo de transformação social.

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

 

O Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV) desempenha um papel crucial na promoção da inclusão social e no fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários, especialmente para indivíduos e famílias em situação de vulnerabilidade. Mais do que uma estratégia de assistência social, o SCFV é um instrumento de transformação social, essencial para melhorar as relações familiares, promover um ambiente harmonioso e fortalecer a cidadania, especialmente em contextos de desigualdade social. Sua atuação é vital para garantir a inclusão e a proteção social de grupos com vínculos fragilizados. Este estudo reforça a importância do SCFV como política pública fundamental para a construção de uma sociedade mais inclusiva e equitativa, onde todos possam viver em um ambiente familiar e comunitário saudável. Os resultados das ações no SCFV do CRAS 1 Bruno Bacelar demonstraram impacto positivo na vida dos usuários, refletindo melhorias nas relações familiares e na resolução de conflitos. O engajamento nas atividades foi significativo, com os usuários se tornando mais motivados e participativos, evidenciando a eficácia das intervenções.

A metodologia aplicada, com foco na escuta qualificada e apoio psicossocial, contribuiu para o aumento da autonomia e confiança dos usuários, fundamentais para a superação do isolamento. Ao final do processo, os usuários estavam mais integrados à comunidade, com vínculos familiares mais fortes e uma maior capacidade de enfrentar desafios, resultando em melhoria da qualidade de vida e bem-estar emocional. Portanto, as intervenções do SCFV foram decisivas para promover a inclusão, fortalecer os laços sociais e garantir a transformação social.

Conclui-se que as intervenções aplicadas foram eficazes na superação do isolamento social, com metodologias assertivas que atenderam às necessidades específicas dos participantes. As atividades socioeducativas e culturais ajudaram a fortalecer os vínculos familiares e comunitários, oferecendo novas formas de interação social. A participação ativa dos usuários foi essencial para o sucesso da intervenção, e o acompanhamento contínuo garantiu que suas necessidades emocionais e sociais fossem atendidas de maneira integral.

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 

BRASIL. Ministério da Cidadania. Orientações Técnicas sobre o Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV). Brasília: Ministério da Cidadania, 2019.

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BRASIL. Relatórios e Censo SUAS. Vigilância Socioassistencial de Vitória da Conquista, Bahia. Vitória da Conquista, dez. 2024.

BRASIL. Secretaria Nacional de Assistência Social. Política Nacional de Assistência Social (PNAS) – 2004: A Política de Assistência Social e a Organização da Rede de Serviços Socioassistenciais. Brasília, 2012.

COSTA, A. P.; FERREIRA, J. L.; SOUZA, M. R. O impacto do SCFV no fortalecimento da autonomia dos idosos. Revista Brasileira de Assistência Social, v. 12, n. 3, p. 45-62, 2023.

FERNANDES, C. A.; MARTINS, P. R.; LIMA, D. S. Isolamento social e saúde mental na terceira idade: desafios e perspectivas. Psicologia & Sociedade, v. 35, n. 2, p. 89-104, 2023.

OLIVEIRA, R. S.; SANTOS, T. M. Participação social e envelhecimento ativo: análise das estratégias do SCFV. Estudos Interdisciplinares sobre Envelhecimento, v. 29, n. 1, p. 30-47, 2024.

SILVA, E. F.; PEREIRA, L. G. Dinâmicas sociais e fortalecimento de vínculos comunitários no SCFV. Serviço Social & Sociedade, v. 41, n. 4, p. 15-33, 2023.

SOUZA, M. L.; ALMEIDA, J. P. Políticas públicas para idosos: o papel do SCFV na inclusão social. Cadernos de Políticas Sociais, v. 20, n. 1, p. 78-95, 2022.

Marinho, Adriana Matos . Construindo laços: serviço de convivência e fortalecimento.International Integralize Scientific. v 5, n 45, Março/2025 ISSN/3085-654X

Referencias

BAILEY, C. J.; LEE, J. H.
Management of chlamydial infections: A comprehensive review.
Clinical infectious diseases.
v. 67
n. 7
p. 1208-1216,
2021.
Disponível em: https://academic.oup.com/cid/article/67/7/1208/6141108.
Acesso em: 2024-09-03.

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