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Resumo
INTRODUÇÃO
Antes da pandemia de COVID-19, a adoção de tecnologias na área da saúde acontecia de maneira gradual e limitada, sendo mais comum em exames de maior complexidade para complementar o atendimento presencial. O principal meio de assistência ainda era a comunicação direta entre médicos e pacientes, com recursos digitais ocupando um papel secundário.
Com a pandemia de COVID-19, declarada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) em março de 2020, exigiu-se medidas urgentes para proteger profissionais de saúde e conter a propagação do vírus. Até então, a utilização de tecnologias na saúde era gradual, com recursos limitados, geralmente aplicados em exames mais avançados, como complemento ao atendimento presencial realizado pelos médicos em seus consultórios (DI GENNARO et al., 2020).
A necessidade de distanciamento social trouxe um desafio inesperado: os profissionais da saúde precisaram se adaptar rapidamente ao uso de plataformas e softwares de telemedicina para manter o atendimento aos pacientes. Essa transição exigiu não apenas aprendizado técnico, mas também mudanças na forma como o atendimento médico é fornecido, garantindo que a qualidade do atendimento não seja comprometida. Consultas passaram a ser realizadas por videochamadas, chats e até mesmo pelo monitoramento remoto de informações de saúde, permitindo que pacientes recebessem orientações e acompanhamento sem sair de casa.
A crise sanitária forçou mudanças rápidas no setor, e o teleatendimento se destacou como um recurso essencial para reduzir a circulação de pessoas em hospitais e unidades de saúde. Além de minimizar o risco de contágio nesses ambientes, essa modalidade também possibilitou o acompanhamento remoto de pacientes com doenças crônicas e pertencentes a grupos de risco, garantindo um cuidado contínuo sem a necessidade de deslocamento.
Além disso, a pandemia acelerou o desenvolvimento e a aceitação de novas tecnologias na área médica. A telemedicina não apenas ajudou a evitar o colapso do sistema de saúde em um momento crítico, mas também demonstrou promissor para expandir o acesso à assistência médica, tornando-a mais ágil e acessível. O desafio, agora, é consolidar essa ferramenta como uma solução definitiva e sustentável para o futuro da saúde. Neste contexto, enfatiza-se: De que maneira a telemedicina se consolidou como uma ferramenta essencial no contexto da pandemia de COVID-19, e quais foram os principais benefícios, desafios e controvérsias observados nos estudos científicos analisados?
Diante desse cenário, esta pesquisa busca demonstrar como a telemedicina se tornou uma ferramenta indispensável no momento do enfrentamento da pandemia. Ainda assim, sua continuidade e eficácia a longo prazo dependem da superação de desafios, como a ampliação do acesso a tecnologias, a capacitação dos profissionais da saúde e a implementação de políticas que garantam inclusão e equidade no atendimento.
A presente pesquisa objetivou-se analisar a relevância da telemedicina como ferramenta de apoio à saúde durante a pandemia de COVID-19, explorando seus impactos, benefícios e desafios, por meio da comparação de estudos publicados em bases científicas reconhecidas.
Diante desse contexto, este estudo se apresenta como um recurso que visa contribuir com relevância para expandir o conhecimento individual e coletivo sobre a telemedicina, destacando seu potencial como uma ferramenta promissora na área da saúde. Quando bem estruturada e aplicada, a telemedicina pode se tornar uma importante aliada na prestação de cuidados médicos, promovendo maior acessibilidade e eficiência nos atendimentos.
Este trabalho é do tipo revisão bibliográfica de literaturas, com abordagem qualitativa e natureza descritiva, fundamentada em diversas publicações científicas que discutem o câncer, com ênfase no câncer do colo do útero (CCU) e na aplicação da telemedicina. Para isso, foram analisadas fontes como livros, artigos científicos, monografias e teses, disponíveis em bases de dados reconhecidas, incluindo a Scientific Electronic Library Online (SciELO), National Institutes of Health (PubMed) e Google Acadêmico publicados no período de 2020 a 2024.
O QUE É A TELEMEDICINA?
A telemedicina vem sendo alvo de ampla discussão na literatura moderna, como uma inovação essencial para a saúde digital, permitindo que pacientes tenham acesso a atendimento médico sem a necessidade de deslocamento. Santos et al.(2020) destacam que essa modalidade possibilita a prestação de serviços médicos à distância sem comprometer a qualidade da assistência. Tamayo et al.(2020) complementam essa visão, definindo a telemedicina como o uso de tecnologias digitais para diagnóstico, tratamento e acompanhamento de pacientes, ressaltando sua importância durante a pandemia para reduzir a exposição ao vírus.
França(2020) enfatiza que a telemedicina expande o acesso à saúde sem substituir o vínculo entre médico e paciente, funcionando como um suporte essencial para garantir a continuidade do cuidado, especialmente em momentos de crise. Florea et al.(2021) reforçam esse conceito ao descreverem a telemedicina como um recurso viável para consultas remotas e compartilhamento de informações médicas, viabilizando o atendimento mesmo em situações de distanciamento social. Palma, Klein e Pedron(2021) acrescentam que essa prática permite superar barreiras geográficas e promover acessibilidade à saúde.
Ataíde e Magnagnagno(2023) destacam que a telemedicina não se limita apenas às consultas remotas, mas também engloba diagnósticos, monitoramento de pacientes e capacitação de profissionais. Os autores ressaltam que essa ferramenta foi fundamental para a continuidade do atendimento médico em períodos de restrição de mobilidade. Esposito et al.(2023) reforçam essa perspectiva, conceituando a telemedicina como uma ferramenta eficiente para levar assistência a populações distantes, priorizando a personalização e a prevenção.
Nguyen et al.(2023) abordam a telemedicina como uma estratégia para limitar o contato físico e reduzir a carga de trabalho dos profissionais de saúde, especialmente em cenários de crise sanitária. Wanderley et al.(2023) ampliam essa definição ao incluir a telemedicina dentro do conceito mais abrangente de telessaúde, que engloba não apenas consultas remotas, mas também capacitação profissional e suporte técnico entre médicos.
Kur et al.(2023) ressalta o papel da telemedicina na ampliação do acesso à saúde, destacando sua relevância para agilizar diagnósticos e garantir assistência contínua, especialmente em regiões de difícil acesso. Freire et al.(2023) reforçam essa ideia, ressaltando que a telemedicina deve ser utilizada para aprimorar o atendimento sem substituir o contato humano essencial na relação médico-paciente.
Lima et al.(2024) definem a telemedicina como uma estratégia indispensável para assegurar assistência contínua, fortalecendo a Atenção Primária na prevenção e no monitoramento de doenças. Já Serino e Caliari(2024) ressaltam que, mesmo no ambiente digital, é fundamental preservar a confiança e o respeito na relação entre médico e paciente. Por fim, Menezes et al.(2024) descrevem a telemedicina como uma ferramenta capaz de otimizar o tempo e os recursos médicos, facilitando diagnósticos e tratamentos de forma remota.
INSTRUMENTOS DE TELEMEDICINA UTILIZADOS DURANTE A PANDEMIA NO ÂMBITO DA SAÚDE
Santos et al.(2020) mencionam que as principais ferramentas utilizadas na telemedicina incluem videoconferências, plataformas de monitoramento remoto e sistemas digitais para análise de exames e emissão de laudos. Esses recursos possibilitaram um acompanhamento mais preciso dos pacientes sem a necessidade de deslocamento.
No estudo de Tamayo et al.(2020), os instrumentos principais da telemedicina incluíram o uso de telefones para teleconsultas e orientações médicas, a história clínica digital, que possibilitou o acesso remoto aos registros dos pacientes, e o e-mail para o envio de exames e outras informações médicas.
França(2020) destacou o aplicativo Monitora COVID-19 como uma ferramenta essencial para o acompanhamento remoto de pacientes com sintomas gripais. A plataforma permitiu a classificação de risco e a triagem automatizada, facilitando a identificação de casos que necessitavam de atendimento presencial.
Florea et al.(2021) mencionaram a importância das videochamadas e do uso de aplicativos de mensagens para manter a comunicação com os pacientes. Além disso, o envio de prescrições digitais foi fundamental para a continuidade do tratamento sem a necessidade de encontros presenciais.
No trabalho de Palma, Klein e Pedron (2021), foram abordadas as plataformas digitais utilizadas para consultas à distância, com destaque para a necessidade de uma infraestrutura tecnológica sólida para garantir a eficácia do atendimento remoto.
A pesquisa de Ataíde e Magnagnagno(2023) identificou as teleconsultas realizadas por videochamadas e chamadas telefônicas como os principais instrumentos de interação. No entanto, foram apontadas dificuldades técnicas, como problemas de conexão de internet, que impactaram a qualidade do atendimento.
Esposito et al.(2023) mencionaram o uso de plataformas digitais para teleconsultas, além de dispositivos de monitoramento remoto e sistemas integrados de informações, que conectaram profissionais de saúde e pacientes, garantindo a continuidade do acompanhamento.
No estudo de Nguyen et al.(2023), a realização de consultas por meio de videochamadas e o gerenciamento remoto dos dados clínicos através de registros eletrônicos foram citados como ferramentas indispensáveis para a manutenção do cuidado médico.
Wanderley et al(2023) destacaram o uso de videoconferências para consultas médicas e a comunicação entre médicos, além de aplicativos de mensagens como WhatsApp e plataformas como o Programa Nacional Telessaúde Brasil Redes, especialmente voltadas para o atendimento em áreas remotas.
Kur et al.(2023) discutiram como a telemedicina tem contribuído para democratizar o acesso à saúde, permitindo que mais pessoas, independentemente da localização geográfica, recebam atendimento médico adequado e contínuo.
Freire et al.(2023) identificaram como principais ferramentas da telemedicina as teleconsultas, o telemonitoramento, a telerregulação e a teleorientação, além do uso de plataformas digitais para videoconferências e para o gerenciamento de registros médicos eletrônicos.
Lima et al.(2024) citaram o uso de teleconsultas via telefone e aplicativos de mensagens, além do monitoramento remoto por plataformas digitais, como os recursos mais comuns utilizados para comunicação entre médicos e pacientes.
No estudo de Serino e Caliari(2024), foram mencionados sistemas de videoconferência, registros eletrônicos e aplicativos de mensagens como as principais ferramentas para manter a comunicação remota eficaz entre médicos e pacientes.
Menezes et al.(2024) ressaltaram o uso de plataformas digitais para realizar tele interconsultas, permitindo a troca de informações e opiniões médicas de forma segura e eficiente.
IMPORTÂNCIA DA TELEMEDICINA NA ASSISTÊNCIA À SAÚDE DURANTE A PANDEMIA
Santos et al(2020) enfatizam o papel essencial da telemedicina durante a pandemia, ajudando a evitar a sobrecarga nos hospitais e assegurando que pacientes em isolamento continuassem a receber acompanhamento médico. O estudo aborda várias modalidades de telemedicina, como teleassistência, teleconsultas, monitoramento remoto e telediagnóstico, destacando sua relevância para ampliar o acesso aos cuidados de saúde em tempos críticos.
De acordo com Tamayo et al(2020), a teleconsulta foi amplamente aplicada na urologia, especialmente para o acompanhamento de pacientes com câncer de próstata e outras condições urológicas. O estudo revelou que, devido ao receio de contaminação, 60% dos pacientes preferiram evitar hospitais, e 61,5% dos entrevistados consideraram a teleconsulta uma alternativa viável, mesmo após o fim da pandemia.
França(2020) destaca a importância da telemedicina como uma ferramenta estratégica para garantir a continuidade do atendimento, especialmente durante situações de crise como a pandemia. A pesquisa enfatiza que a telemedicina não apenas ajudou a aliviar a sobrecarga dos serviços presenciais, mas também expandiu o acesso à saúde em regiões remotas, promovendo um cuidado mais seguro e acessível.
Florea et al(2021) discutem a aplicação da telemedicina na atenção primária, focando no manejo de doenças crônicas e agudas, bem como no acompanhamento de gestantes. O estudo sublinha como essa tecnologia ajudou a garantir a continuidade do cuidado, reduzindo o risco de infecções e atendendo pacientes em localidades com acesso limitado a serviços de saúde.
Palma, Klein e Pedron(2021) apresentam a telemedicina como uma alternativa eficaz para melhorar o acesso à saúde, principalmente em áreas com escassez de profissionais médicos. O estudo foca na percepção dos profissionais de saúde em relação às teleconsultas, identificando tanto benefícios quanto desafios que surgiram durante o período pandêmico.
Ataíde e Magnagnagno(2023) destacam que a telemedicina foi crucial para reduzir barreiras geográficas, ampliando o acesso aos serviços de saúde durante a pandemia. No entanto, os autores apontam que ainda existem desafios significativos, como a inclusão digital e a segurança das informações, que precisam ser aprimorados para garantir um atendimento remoto mais seguro e eficiente.
Esposito et al(2023) abordam a telemedicina como uma solução eficaz para aproximar os serviços de saúde das comunidades, otimizando a assistência médica e reduzindo custos com deslocamentos e hospitalizações. O estudo também evidencia o uso da telemedicina no atendimento a crianças com doenças crônicas, além de ações preventivas e educativas em saúde.
Segundo Nguyen et al.(2023), a telemedicina desempenhou um papel fundamental na manutenção do acesso à saúde durante a pandemia, ajudando a reduzir a carga burocrática sobre os médicos de família. O estudo foca na telemedicina aplicada em consultas ambulatoriais, destacando sua contribuição na diminuição do trabalho administrativo dos profissionais de saúde.
Wanderley et al(2023) analisam a telemedicina como uma ferramenta crucial para reduzir as desigualdades no acesso à saúde, minimizar os deslocamentos e garantir acompanhamento contínuo. O estudo salienta que, durante a pandemia, o uso da telemedicina foi acelerado, mantendo o atendimento médico sem comprometer a segurança de pacientes e profissionais.
Kur et al.(2023) discutem o uso de videoconferências e monitoramento remoto como ferramentas essenciais para viabilizar a telemedicina em áreas rurais. O estudo sublinha como a telemedicina permitiu consultas à distância, minimizando a necessidade de deslocamento dos pacientes e promovendo a inclusão na assistência à saúde.
Freire et al.(2023) ressaltam o papel da telemedicina no atendimento a pacientes crônicos, garantindo que os tratamentos continuassem sem interrupções, além de ampliar o acesso à saúde em áreas rurais, onde a disponibilidade de especialistas é mais limitada.
Lima et al.(2024) destacam a importância da telemedicina para garantir a continuidade do atendimento na Atenção Primária, principalmente em regiões afastadas. O estudo também sublinha como a telemedicina facilitou diagnósticos, tratamentos e triagens, reduzindo a sobrecarga nos serviços presenciais e promovendo maior integração entre os profissionais de saúde.
Serino e Caliari(2024) analisam os desafios da telemedicina, destacando questões relacionadas à privacidade dos pacientes e à necessidade de treinamento contínuo para os profissionais. O estudo sugere que, embora a telemedicina tenha ampliado o acesso à saúde, sua implementação enfrentou obstáculos, incluindo a adaptação tecnológica necessária para manter a humanização no atendimento.
Menezes et al.(2024) destacam a importância das teleinterconsultas para reduzir o tempo de espera na Atenção Primária à Saúde. O estudo mostra como essa ferramenta ajudou a evitar encaminhamentos desnecessários, promovendo uma troca de informações mais ágil e eficiente entre os profissionais de saúde, resultando em atendimentos mais rápidos e eficazes.
USO DA TELEMEDICINA NOS SERVIÇOS DE SAÚDE, EM TEMPOS DE PANDEMIA: VANTAGENS E BENEFÍCIOS
Santos et al.(2020) destacam que a telemedicina trouxe avanços importantes, como a ampliação do acesso aos serviços de saúde e a redução de custos tanto para pacientes quanto para instituições. Além disso, a pesquisa sublinha que essa modalidade de atendimento foi crucial para conectar médicos especialistas com pacientes em áreas remotas, tornando o cuidado médico mais acessível e eficiente.
No estudo de Tamayo et al.(2020), um dos principais pontos ressaltados foi a alta satisfação dos pacientes com a teleconsulta, que obteve uma nota média de 9 em uma escala de 0 a 10. Além disso, os autores evidenciam que 72% dos casos foram resolvidos de forma satisfatória sem a necessidade de encaminhamento para atendimento presencial, demonstrando a eficácia dessa abordagem.
França(2020) enfatiza que a grande vantagem da telemedicina foi possibilitar o acompanhamento dos pacientes sem expô-los ao risco de contágio. O estudo também destaca que a experiência com a telemedicina ajudou os médicos a aprimorar suas habilidades de comunicação, favorecendo a escuta ativa e a empatia, aspectos que tornaram o atendimento remoto mais humanizado.
Florea et al.(2021) observam que os médicos de família perceberam diversos benefícios ao adotar a telemedicina, incluindo a realização de consultas rápidas e seguras, além de reduzir o risco de exposição ao vírus. Muitos pacientes, por sua vez, também demonstraram satisfação com o atendimento remoto, considerando-o uma alternativa viável para dar continuidade aos tratamentos.
Palma, Klein e Pedron (2021) destacam que a telemedicina contribuiu para agilizar o atendimento médico, além de reduzir custos operacionais e ampliar o alcance dos serviços de saúde. Segundo os autores, essa forma de assistência permitiu um contato mais rápido entre pacientes e profissionais, otimizando o tempo e os recursos disponíveis.
Ataíde e Magnagnagno (2023) mencionam que os benefícios da telemedicina incluem a rapidez no atendimento, a redução de deslocamentos desnecessários e a garantia de cuidados contínuos. Os pacientes do estudo relataram maior segurança ao utilizar esse serviço, especialmente no contexto da crise sanitária.
Esposito et al. (2023) ressaltam que a telemedicina foi essencial para garantir acesso a cuidados especializados durante a pandemia, especialmente em regiões com escassez de profissionais da saúde. O estudo também destaca como essa abordagem favoreceu a continuidade do atendimento e ajudou a reduzir custos tanto para pacientes quanto para o sistema de saúde.
Nguyen et al.(2023) observam que a telemedicina ajudou a diminuir a carga burocrática dos médicos, reduzindo o tempo dedicado à documentação. O estudo também destaca que essa modalidade facilitou o cuidado contínuo de pacientes com doenças crônicas, evitando interrupções nos tratamentos.
Wanderley et al.(2023) apontam que a telemedicina ampliou o acesso a especialistas em áreas remotas, reduzindo custos com deslocamentos e garantindo a continuidade do tratamento. O estudo também observa que essa tecnologia contribuiu para otimizar o trabalho dos médicos, facilitar a troca de informações entre profissionais e minimizar os riscos de exposição ao COVID-19.
Kur et al.(2023) indicam que a telemedicina teve um impacto positivo ao ampliar o acesso aos serviços de saúde, especialmente em comunidades que antes enfrentavam dificuldades para obter atendimento médico. A pesquisa também mostra que essa ferramenta possibilitou consultas mais rápidas e eficientes, aliviando a sobrecarga nas unidades de saúde.
Freire et al.(2023), ao analisarem diversos estudos sobre o tema, constataram que 88% deles relataram um aumento no uso da telemedicina, com benefícios como a redução de complicações em pacientes crônicos, maior acesso a serviços de saúde em áreas remotas e a diminuição da necessidade de deslocamentos, resultando em economia de tempo e recursos para os usuários.
Lima et al.(2024) destacam que a telemedicina foi crucial para reduzir deslocamentos desnecessários, garantindo a continuidade do acompanhamento de pacientes com doenças crônicas. Além disso, o estudo ressalta que a tecnologia trouxe mais segurança tanto para os profissionais quanto para os pacientes, evitando exposições desnecessárias ao vírus e oferecendo atendimento de qualidade.
Serino e Caliari(2024) afirmam que a telemedicina facilitou o acesso de populações vulneráveis a médicos especialistas, permitindo um acompanhamento mais contínuo de condições crônicas. O estudo destaca que essa abordagem tem o potencial de reduzir desigualdades no acesso à saúde e melhorar a qualidade do atendimento oferecido.
Menezes et al.(2024) sublinham que a teleinterconsulta foi uma ferramenta essencial para reduzir o tempo de espera por consultas especializadas, diminuindo as filas de atendimento. O estudo também ressalta que essa modalidade favoreceu a troca de conhecimentos entre médicos, promovendo um intercâmbio de saberes que resultou em um atendimento mais eficiente e de melhor qualidade.
USO DA TELEMEDICINA NA SAÚDE, EM TEMPOS DE PANDEMIA: DESAFIOS E OBSTÁCULOS
Santos et al.(2020) identificam vários desafios no uso da telemedicina, como a necessidade de uma regulamentação mais clara, o risco de diagnósticos errôneos devido à falta de exames presenciais, questões relacionadas à segurança dos dados e a resistência de alguns profissionais de saúde em adotar o modelo remoto.
No estudo de Tamayo et al.(2020), os principais obstáculos foram a dificuldade de alguns pacientes em se adaptar às tecnologias necessárias para a teleconsulta, a impossibilidade de realizar exames físicos e a necessidade de acompanhamento presencial em casos que exigem maior atenção médica.
França (2021) aponta que um dos maiores desafios foi a adaptação dos profissionais de saúde ao modelo remoto, juntamente com a falta de familiaridade de alguns pacientes com as tecnologias utilizadas, o que exigiu esforços adicionais para garantir o uso adequado e a adesão às orientações médicas.
Florea et al.(2021) também destacam a dificuldade de realizar diagnósticos precisos sem a possibilidade de exames físicos presenciais, além das barreiras tecnológicas enfrentadas por pacientes e a necessidade de treinamento dos profissionais para o uso eficaz das ferramentas digitais.
Palma, Klein e Pedron(2021) mencionam como desafios a resistência de alguns profissionais de saúde à adoção de novas tecnologias, a ausência de uma regulamentação clara para a telemedicina e as limitações na interação entre médicos e pacientes em ambientes remotos.
Schmitz et al.(2021) identificaram entre os maiores desafios a necessidade de uma regulamentação específica para a telemedicina, as dificuldades de acesso à internet em algumas regiões e a resistência tanto de pacientes quanto de profissionais ao modelo de teleatendimento.
Ataíde e Magnagnagno(2023) ressaltam que muitos pacientes ainda preferem o atendimento presencial, especialmente nas primeiras consultas, e destacam a necessidade de capacitação tanto para os profissionais quanto para os pacientes. Além disso, apontam a preocupação com a segurança dos dados e a qualidade do atendimento remoto como desafios importantes.
Esposito et al.(2023) destacam os principais desafios, incluindo a necessidade de uma infraestrutura tecnológica adequada, o treinamento de famílias e profissionais, e a proteção de dados sensíveis. Eles também ressaltam a importância de regulamentações claras para garantir a prática da telemedicina de maneira segura e eficiente.
No estudo de Nguyen et al.(2023), os desafios mencionados incluem as limitações na realização de exames físicos e a necessidade de treinamento contínuo dos médicos para utilizar as ferramentas digitais da melhor forma, maximizando a eficiência do atendimento remoto.
Wanderley et al.(2023) identificam várias dificuldades na implementação da telemedicina, como a escassez de recursos humanos e estruturais, a exclusão digital de pacientes com pouco acesso à tecnologia e a resistência de alguns profissionais à adoção do modelo. Outro desafio apontado é a limitação dos atendimentos remotos para casos que exigem exames físicos, dificultando diagnósticos mais precisos.
Kur et al.(2023) apontam a precariedade da infraestrutura digital no Brasil, especialmente em áreas rurais, como um grande desafio para a implementação eficaz da telemedicina. Eles também identificam a resistência de alguns profissionais e pacientes à adoção desse modelo como uma barreira significativa a ser superada.
Freire et al.(2023) destacam várias barreiras para a implementação da telemedicina, incluindo a exclusão digital, que dificulta o acesso de pessoas sem familiaridade com a tecnologia, além de barreiras socioculturais, como diferenças de idioma e dificuldades de acessibilidade para pessoas com deficiência. Eles também ressaltam que a limitação no exame físico pode comprometer diagnósticos e condutas médicas.
Lima et al.(2024) identificam desafios como dificuldades tecnológicas, incluindo problemas de conexão e acesso a dispositivos eletrônicos, além da resistência de alguns pacientes ao atendimento remoto. Os profissionais também mencionam a dificuldade de coletar informações clínicas completas sem a realização de exames físicos.
Serino e Caliari(2024) apontam que a resistência de médicos e pacientes à digitalização do atendimento, a preocupação com a segurança dos dados e o risco de desumanização da relação médico-paciente são os principais desafios enfrentados pela telemedicina.
Menezes et al.(2024) destacam como desafios as dificuldades técnicas de comunicação (42,4%), o baixo investimento na infraestrutura operacional (25,2%) e a impossibilidade de realizar avaliações presenciais em alguns casos clínicos.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os estudos analisados oferecem uma visão ampla sobre a telemedicina, destacando tanto seus benefícios quanto os desafios que ainda precisam ser superados. De maneira geral, há um consenso sobre a relevância dessa modalidade para ampliar o acesso à saúde, reduzir desigualdades regionais e assegurar a continuidade do atendimento médico, principalmente em momentos críticos, como ocorreu durante a pandemia de COVID-19. No entanto, cada pesquisa aborda a telemedicina sob diferentes perspectivas, trazendo à tona diversos aspectos e questões que precisam de atenção.
Entre os pontos comuns, todos os estudos concordam que a telemedicina foi crucial para evitar deslocamentos desnecessários e reduzir o risco de exposição ao vírus. Outro benefício amplamente destacado é o aumento do acesso aos serviços de saúde em regiões mais afastadas, um aspecto que é essencial em locais com poucos especialistas, tornando a telemedicina uma ferramenta importante para atender populações vulneráveis.
Além disso, há um consenso sobre a importância da telemedicina para fortalecer a atenção primária e oferecer um cuidado mais contínuo e humanizado. A telemedicina facilita o acompanhamento remoto, promovendo um vínculo mais próximo entre médicos e pacientes, e pode aliviar a carga de trabalho dos médicos, além de facilitar a comunicação entre especialistas de diferentes áreas.
Contudo, os desafios ligados à telemedicina são uma constante nos estudos, o que indica que, apesar dos avanços, ainda existem barreiras a serem superadas. A exclusão digital é um dos problemas mais mencionados. A falta de acesso à internet e a pouca familiaridade com a tecnologia, especialmente entre idosos e populações de baixa renda, dificultam a adesão ao modelo. Além disso, a infraestrutura tecnológica insuficiente em algumas regiões compromete a eficácia das teleconsultas e do acompanhamento remoto.
Outro ponto importante é a limitação da telemedicina para diagnósticos precisos. A ausência de exames físicos pode levar a sub-diagnósticos, o que levanta questões sobre a qualidade do atendimento remoto. Há também o reconhecimento de que, apesar da praticidade, é essencial treinar os médicos para utilizar as ferramentas digitais de forma eficaz, sem comprometer a precisão dos diagnósticos.
A aceitação da telemedicina entre médicos e pacientes também gera controvérsia. Alguns estudos apontam resistência por parte dos médicos à adoção do modelo, principalmente devido à falta de regulamentação clara e às dificuldades na interação com os pacientes. Por outro lado, há contextos onde a teleconsulta já se consolidou como uma extensão natural do atendimento médico. Essa divergência sugere que fatores culturais, estruturais e regulatórios influenciam diretamente a percepção sobre a telemedicina e seu futuro na prática clínica.
Apesar dos desafios, muitos estudos indicam que a telemedicina não deve ser vista apenas como uma solução temporária para crises, mas como um modelo complementar ao atendimento presencial. A pesquisa revelou a importância de manter a humanização no atendimento remoto, garantindo que a relação médico-paciente não seja prejudicada pela tecnologia. Embora o atendimento presencial seja preferido para as consultas iniciais, a telemedicina pode ser extremamente eficaz para os acompanhamentos contínuos.
Por fim, os estudos indicam que a telemedicina tem um grande potencial para transformar a assistência à saúde, mas sua implementação plena depende de melhorias em várias áreas, como infraestrutura, capacitação profissional e inclusão digital. O caminho para consolidar essa modalidade exige investimentos significativos, a fim de garantir que todos tenham acesso aos benefícios dessa inovação.
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