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Resumo
INTRODUÇÃO
Este artigo trata-se de uma reflexão sobre o bullying no ambiente escolar, na intenção de divulgar esse fato social que existe há muito tempo, tratar-se principalmente do ato agressivo que se caracterizou como bullying e as suas consequências. Tendo como base uma pesquisa bibliográfica, fazendo análises, em artigos já publicados e teóricos que estudaram o assunto e deram suas considerações a respeito do tema. Inicialmente apresenta-se conceitos e características do bullying, na sequência é apresentado conteúdos com as problemáticas que são advindas do ato do bullying, caracterizado como um ato de agressão e consequentemente faz-se uma reflexão sobre os danos que esse ato causa aos envolvidos, e se percebe que além de afetar o indivíduo que desempenham o papel de agressor e vítima, esse ato também afeta no trabalho docente.
Para esse estudo levantou-se tópicos como: Bullying: conceito, fatores e consequências dessa problemática; bullying sofrido e praticado: na perspectiva da violência sentida e exercida; professores e bullying em foco: formação continuada sob a ótica dessa temática. E para o estudo de caso foram feitas buscas em trabalhos de pesquisadores e teóricos que defendem o assunto proposto com o objetivo de respaldar e validar as informações aqui contidas. Foram pesquisados estudiosos como: Fonte, que caracteriza o bullying como um ato de agressão psicológica com intenção de afetar e de forma contínua; Constantini e Souza que o conceituam como uma violência que pode deixar consequências como marcas sérias para as vítimas e para os agressores.
Além deles também buscou se embasamentos nas teorias de: Guareschi (2008), o professor e psicólogo, que teoriza o bullying como um problema mais grave do que se pode imaginar; tem também em análise a teoria do psiquiatra e suíço Jung que defende que existem maneiras distintas de sentir e experimentar o mundo. O estudioso Melo, já relata casos traumatizante que deixam traumas para o resto da vida, sobretudo nas pessoas atacadas e dentre eles também estão: Almeida, Lisboa e Caurcel (2007); Lopes Neto (2005) e Pizarro e Jiménez (2007); Gomes (2011), Alguns PCN`s; OCDE; PENSE; entre outros, todos com conhecimento sobre o assunto.
O artigo traz uma reflexão sobre o bullying dentro do ambiente escolar, e leva a considerar-se que, o ato é um processo de agressão psicológica e que pode ocasionar uma agressão física e com resultados irreversíveis para os envolvidos e o quão grande pode ser esse problema na vida profissional do docente que está diretamente ligado com os alunos, apresenta os possíveis problemas desse ato, o agir de forma errônea que o professor pode ter diante disso, se não estiver preparado de maneira correta, por falta de formação mais adequada para lidar com a situação e o olhar mais crítico que o sistema educacional precisa ter para tentar sanar essa problemática e o quanto isso também pode ser prejudicial à saúde física e mental dos discentes e do docente.
A formação continuada do docente especificamente direcionada para essa problemática é outro fator estudado aqui, com o objetivo de pautar alguma solução mais imediatista de resolver o problema ou aos menos minimizar, com um sistema educacional que invista em formações continuadas, tendo em vista um profissional mais qualificado para tais situações que podem eventualmente ou diariamente acontecer.
E por fim compreende-se durante a pesquisa, à proporção que esse problema pode causar como: os impactos na vida do aluno, seja ele vítima ou agressor, as possíveis causas, por quem é praticado e quem geralmente recebe o ato, os desafios do professor dentro da sala de aula e do sistema educacional em ter uma visão mais ampla e mais considerável da problemática, já que é algo que vem se arrastando ao longo dos tempos.
METODOLOGIA
O presente trabalho foi feito através de leituras de estudos realizados anteriormente acerca do assunto. Na perspectiva de Cervo e Bervian (2002) “o pesquisador busca satisfazer uma necessidade intelectual pelo conhecimento, e sua meta é o saber” considerando a assertiva que consolidou se o trabalho com embasamentos obtidos através de pesquisas bibliográficas, com abordagens de estudos em teóricos, em livros, artigos e relatórios já publicados em busca de mais conhecimentos de caso. Tendo como objetivo garantir a imparcialidade e a objetividade na interpretação dos resultados obtidos.
Objetivando uma estrutura clara é fundamental o uso de um método sistemático de investigação a fim de produzir um trabalho com informações confiáveis e verificáveis, que possibilite a obtenção do conhecimento através desse processo metodológico. Cervo e Bervian (2002, p. 16) afirmam que:
A ciência é um modo de compreender e analisar o mundo empírico, envolvendo o conjunto de procedimentos e a busca do conhecimento científico através do uso da consciência crítica que levará o pesquisador a distinguir o essencial do superficial e o principal do secundário.
Depreende-se que a pesquisa científica é capaz de proporcionar uma compreensão e análise com base em outros conhecimentos que propiciaram a construção de novos, conforme descrito por Cervo e Bervian a pesquisa deve fornecer subsídios necessários para a construção de um saber crítico, “ao analisar um fato, o conhecimento científico não apenas trata de explicá-lo, mas também busca descobrir suas relações com outros fatos e explicá-los” (GALLIANO, 1986, p. 26).
Diante dessas perspectivas o atual trabalho foi realizado seguindo critérios de pesquisas básicas de cunho bibliográfico. Para Gil (2008, p.44) “[…] a pesquisa bibliográfica é desenvolvida com base em material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos”. No caso deste artigo foram utilizadas fontes de pesquisas sobre a temática aqui proposta, desenvolvidos exclusivamente a partir de materiais bibliográficos.
BULLYING: CONCEITO, FATORES E CONSEQUÊNCIAS DESSA PROBLEMÁTICA.
O bullying no contexto escolar é uma temática para se fazer uma reflexão sobre uma causa que já existe dentro da escola desde sempre, porém antigamente era caracterizado como briguinhas de meninos e não se dava a atenção devida a esse tema e que levou a causa de muitas evasões escolares. Para se entender melhor o que é bullying, faz se necessário conceituar essa palavra de origem inglesa bully que significa “valentão” e é utilizada para dar nome “ao desejo consciente e deliberado de maltratar outra pessoa e colocá-la sob tensão” (FANTE; PEDRA, 2008, p. 41).
A palavra “BULLYING” pode ser definida também como ato agressivo e que assola o ambiente escolar, sendo um dos principais motivadores de desistência de alunos. De acordo com Constantini (2004) “é um comportamento ligado à agressão verbal, física ou psicológica que pode ser cometida individualmente e grupalmente”.
Levando em consideração a afirmativa do teórico pressupõe-se que o bullying é um problema crônico que deixou de ser apenas briguinhas entre colegas e passou a ser considerado uma problemática que pode deixar sequelas e causar efeitos seríssimos para as vítimas e para os agressores, visto que no cenário escolar na maioria das vezes é, as vítimas que sofrem são pessoas normalmente mais fragilizadas e as agressões se compartilhada com pais, responsáveis e professores, esses podem se voltar contra o agressor. O psiquiatra e suíço Jung as pessoas podem apresentar formas distintas de ver um tema, as opiniões podem se divergirem diante de uma mesma temática, elas pensam, experimentam o mundo de acordo com a sua realidade e, portanto, podem ter um ponto de vista diferente sobre determinado assunto.
Diante de todos esses estudos pauta-se, uma reflexão que leva a considerar que o bullying é uma ação que envolve um mais forte e outros mais frágeis que são convertidos em alvos para atos de diversão, sendo maltratados, intimidados e humilhados, acontecendo geralmente esses conflitos na escola.
Para o psicólogo e professor Guareschi (2008), o bullying:
É um fenômeno devastador, podendo vir a afetar a autoestima e a saúde mental dos adolescentes, assim como desencadear problemas como anorexia, bulimia, depressão, ansiedade e até mesmo o suicídio. Muitas crianças vítimas do bullying desenvolvem medo, pânico, depressão, distúrbios psicossomáticos. (Guareschi, 2008, p.17).
Por outro lado, pode se dizer que o bullying provoca inúmeras danos negativos como, perda da confiança em si, ansiedade, estresse, perda da autoestima, depressão e ir além disso, em situações mais críticas como o risco do suicídio ou de um futuro comprometido pelo abono da escola, isso em relação a vítima, no que concerne ao agressor esse ato também pode causar marcas futuras, como, levar uma vida adulta com um comportamento preconceituoso e antissocial.
Melo (2010, p.42) afirma que, “algumas experiências são traumatizantes sobretudo nas vítimas, mas que para outras pessoas os danos podem ser menores” e o autor ainda acrescenta que, muitos afetados não sobrepujam os temores do ocorrido, o envolvimento, o sentimento de angústia e de invalidade de não poder ajudar, desenvolvendo assim uma baixa autoestima.” Diante desse viés qualifica-se que o bullying como, uma problemática contemporânea que apresenta uma realidade que vem impactando negativamente no aprendizado e na vida social do indivíduo.
BULLYING SOFRIDO E PRATICADO: NA PERSPECTIVA DA VIOLÊNCIA SENTIDA E EXERCIDA
Esse estudo visa investigar a questão do bullying como um problema crônico, como pode ser enfrentado, possíveis causas, causadores, consequências em quem sofre e quem pratica, o que faz o indivíduo praticar o ato, o comprometimento do ensino aprendizagem e como todos esses agentes podem estar envolvidos nas ações que buscam preveni-lo dentro do ambiente escolar, qual o papel que o professor pode desempenhar e qual postura deve aderir nesse processo e a família como deve se posicionar. Todos esses questionamentos são preocupantes. Conforme os dados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) publicados em 2015, no Brasil, estima-se que um a cada dez alunos é vítima de bullying, de modo frequente, nas escolas.
Tais comportamentos violentos no ambiente escolar têm chamado atenção de pesquisas recentes que os têm explorado academicamente por meio de um fenômeno chamado bullying (FANTE, 2005; TREVISOL; CAMPOS, 2016). Como já se sabe um dos ambientes mais acometidos pelo bullying é a escola e geralmente ocorre com as pessoas mais vulneráveis
Ao longo do tempo e com as modificações que ocorreram, ficou evidente a importância do desenvolvimento de habilidades das articulações das competências socioeducativas e socioemocionais, tal importância se dá por causa do impacto no processo de formação cidadã dos alunos. Ainda em conformidade com o que consta na própria BNCC, o objetivo deste documento é corresponder às demandas dos estudantes desta época, preparando-os para o futuro (BRASIL, 2017). E normalmente os agressores são os alunos com maiores índices de reprovação.
Conforme Almeida, Lisboa e Caurcel (2007), Lopes Neto (2005) e Pizarro e Jiménez (2007) tal violência ocorre através da perseguição e intimidação de um aluno por um ou vários colegas, com a intenção clara de provocar-lhe sofrimentos e apresenta caráter repetitivo e intencional. Os casos se caracterizam de várias maneiras, maus tratos, apelidos, gozações, principalmente quando essas zoações se tornam repetitivas, pode também ser caracterizado por um ato de afirmação de poder interpessoal por meio da agressão e violência verbal, psicológica e física.
Pressupõe-se que o bullying poderá provocar a vítima um agravamento de problemas preexistentes ou desencadear as seguintes consequências: desinteresse pela escola, problemas psicossomáticos, transtorno do pânico, depressão, fobia escolar, fobia social, ansiedade generalizada, dentre outros e em casos mais críticos podem acabar até em suicídio. O agressor pode também ser acometido por alguns danos, como punição pela lei do Estatuto da Criança e do Adolescente, além disso pode ser considerado marginalizado e crescer com traumas, ou serem pessoas já vitimadas pela família e pela sociedade e que preciso agredir um outro para uma confirmação de poder e isso pode levá-lo a ser futuramente um adulto de impossível convívio com outros indivíduos, dentre outros. A violência envolve uma complexidade de fatores, não podendo ser analisada de forma simplificada e reduzida. Assim, os agressores não podem ser os únicos responsáveis pelos atos de violência, visto que eles também são produtos dela e, portanto, também vítimas (Gomes, 2011).
O bullying pode assumir um comportamento prolongado de perseguição, configura se como um problema de saúde pública e que requer investimentos científicos e políticos. No Brasil, a Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PENSE) de 2012 revelou que sofrer bullying por colega da escola atingiu 7,2% dos escolares, enquanto 20,8% dos estudantes demonstraram praticar algum tipo de bullying contra colegas da escola, mediante a essa problemática, o professor vive um cenário em que ele precisa a todo momento ser o protagonista e se faz necessário um estudo mais crítico sobre esse assunto, onde entra também o papel das políticas públicas.
O próprio PCN 2001 fala sobre a relevância da “Inclusão dos Temas Transversais exigir a tomada de posição diante dos problemas fundamentais e urgentes da vida social.” E acrescenta que:
É necessário compreender que atitudes, normas e valores comportam uma dimensão social e uma dimensão pessoal. Referem-se a princípios assumidos pessoalmente por cada um a partir dos vários sistemas normativos que circulam na sociedade. As atitudes são bastante complexas, pois envolvem tanto a cognição (conhecimentos e crenças) quanto os afetos (sentimentos e preferências), derivando em condutas (ações e declarações de intenção). (Brasil, 2001, p.43).
Diante dessa perspectiva faz se o estudo sobre o papel do professor, sobre a condição do professor ter o preparo para tal realidade, os professores terem formação, isto é, é preciso fazer uma reflexão sobre a capacitação docente e a legislação brasileira em relação ao tema abordado, que debatam o tema voltado para as estratégias prevenção e de enfrentamento desse tipo de violência e relacionado às ações educativas. No que concerne a lei do Estatuto da criança e do Adolescente há alguns como:
Art. 13. Os casos de suspeita ou confirmação de maus tratos contra criança ou adolescente serão obrigatoriamente comunicados ao Conselho Tutelar da respectiva localidade, sem prejuízo de outras providências legais. Art. 245.
Art. 15. A criança e o adolescente têm direito à liberdade, ao respeito e à dignidade como pessoas humanas em processo de desenvolvimento e como sujeitos de direitos civis, humanos e sociais garantidos na Constituição e nas leis. […].
Art. 17. O direito ao respeito consiste na inviolabilidade da integridade física, psíquica e moral da criança e do adolescente, abrangendo a preservação da imagem, da identidade, da autonomia, dos valores, ideias e crenças, dos espaços e objetos pessoais.
Art. 18. É dever de todos velar pela dignidade da criança e do adolescente, pondo-os a salvo de qualquer tratamento desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou constrangedor. (Brasil, 2001, p.43).
Quanto ao contexto em que está inserido o artigo 13, vale ressaltar que é principalmente no ambiente escolar que os atos de agressões acontecem, portanto cabe aos profissionais da área, saber e comunicar o ocorrido de atos de bullying aos órgãos responsáveis como, conselho tutelar, para que esses tomem as medidas cabíveis a que se aplica a lei. Salvo que os outros artigos se referem a integridade da criança e do adolescente, contudo a escola precisa estar sempre atenta. Sobre a atuação das escolas, o Professor NELSON JOAQUIM, acrescenta: Cabe, também, às instituições escolares, se necessário, reprimir atos de indisciplina praticados por alunos e aplicar as penalidades pedagógicas nos casos previstos no regimento escolar ou interno. Bernardini e Maia (2010), em sua pesquisa por meio de grupos focais com professores, apontou que estes entendem que a solução para o bullying não pode ser de responsabilidade somente dos professores, de modo que o envolvimento do Conselho Tutelar é fundamental.
Desse ponto de vista, vale considerar a possibilidade de uma intervenção com a presença de um profissional mais específico em tempo integral dentro da escola como: um psicólogo ou um psicopedagogo, ou até mesmo acionar a polícia se os casos persistirem ou se tornarem um ato de agressão física. Já existe um programa de intervenção escolar criado pelo professor Dan Olweus que é referência internacional. Esse programa tem sido implementado preventivamente em diversas escolas pelo mundo, porém em algumas regiões do Brasil esse programa ainda não foi implementado com as devidas medidas do programa, ou se deu através apenas de pequenas reuniões que não conseguem alcançar de fato a realidade da problemática.
Checa (2011) também encontrou resultados que indicaram a elaboração de políticas públicas que envolvam os professores, pois, conforme o estudo, há uma crise da autoridade docente. Assim, os estudos apontam que os professores, nesse cenário, são considerados agentes importantes, no sentido de trabalhar para que as relações no cenário escolar sejam saudáveis e promovam o desenvolvimento.
Visto que todos os estudos bibliográficos feitos até aqui apontam o bullying como um conteúdo escolar é que se percebe mais uma vez durante os estudos uma grande concentração de desafios que o docente enfrenta, dessa vez com a incidência do bullying nas escolas brasileiras. Sendo assim, reconhecer a complexidade desse fenômeno e suas consequências nocivas aos envolvidos requer que esse tema seja ainda objeto de discussão, sobretudo a partir de estudos empíricos.
PROFESSORES E BULLYING EM FOCO: FORMAÇÃO CONTINUADA SOB A ÓTICA DESSA TEMÁTICA
Nesse quadro se situa grandes desafios a serem enfrentados pelo sistema educacional na contemporaneidade e pelas políticas públicas, em relação a preparação e formação para professores. Nesse cenário em que o bullying é colocado e a posição a qual o docente exerce. A discussão sobre esse tema vem ganhando espaço, porém ainda se nota a carência no que concerne a formação do docente nessa temática e a atualidade exige um olhar mais atento a isso. Segundo Silva e Bazon (2017, p. 617):
Diante este cenário, denota-se a importância de na formação inicial e continuada do professor a temática bullying ser incluída, de modo a incrementar não somente seu conhecimento, mas, principalmente, sua sensibilidade e sua competência para identificar e intervir no problema, contribuindo assim para que o clima escolar seja menos violento e excludente.
Considerando o pressuposto, o bullying é uma manifestação extremamente complexo, é que precisa ser investigado de maneira mais profunda para que seja possível compreender suas diversas facetas e visto que o ambiente escolar é o lugar mais acometido pelo bullying e o docente é o indivíduo que está em relação direta com o aluno, ver se a necessidade de intervenções para um melhor atendimento desse profissional dentro dessa problemática, visto essa realidade crê-se que é necessário investir na formação dos professores. A formação docente deve privilegiar várias dimensões. Fante (2005) afirma que para a prevenção ao bullying escolar, deve-se investir primeiramente na formação de professores. Desse modo, esse profissional estaria preparado desde a identificação de um caso de bullying até a desenvolver estratégias para resolver os casos.
Na atualidade ainda percebe-se as evidências da complexidade dessa temática, evidenciam que são inúmeros obstáculos para enfrentamento no sentido de prevenir e combater o bullying e entende que, um dos primeiros pontos a ser considerado, é a formação do docente sobre essa temática. Para Freire (1996, p.23)” Nenhuma formação docente verdadeira pode fazer-se alheada, de um lado, do exercício da criticidade que implica a promoção da curiosidade ingênua à curiosidade epistemológica, e do outro, sem o reconhecimento do valor das emoções, da sensibilidade, da afetividade, da intuição ou adivinhação.”
O autor colabora na efetivação do sentido de refletir a necessidade de oferecer uma formação docente que prepare o professor para realizar ações pedagógicas que sejam voltadas para o enfrentamento do bullying no espaço escolar. Visto que o professor é tido como sujeito formador atuando no espaço escolar, lugar onde é enfrentado as ocorrências, acredita ser preciso investir na formação de tal profissional. O relacionamento entre professor e alunos é de extrema importância.
Através do relacionamento professor-aluno o fenômeno pode ser identificado com mais facilidade e para que isso aconteça é necessário que esses profissionais sejam treinados e conscientizados da gravidade para estarem preparados para agir da maneira mais viável a solução satisfatória do problema para ambas as partes, tanto para a vítima como para o agressor, visto que em outros tópicos estudou-se as possíveis consequências que o bullying pode causar na vida dos envolvidos. É preciso conscientizar-se da importância de coibir esses comportamentos que afetam a saúde mental do indivíduo.
O autor também corrobora a ideologia da intensificação da necessidade de se ter um olhar voltado para a gravidade que é o bullying e para despertar a relevância de uma intervenção sobre essa problemática e se reafirma aqui a necessidade de se intervir com mais formações ou admissões de profissionais preparados para atuar com esse dilema, que vem acompanhando o passar do tempo e se tornando cada vez mais assunto de polêmicas no ambiente escolar.
Na atualidade já se sabe que houveram progressos diante desse tema, como a criação de leis que instituíram medidas de proteção à criança e adolescente com a Lei 14.811/2024, contra a violência nos estabelecimentos educacionais ou similares contra prática discriminatória de determinados jovens ou mesmo crianças. É um avanço significativo, mas ainda assim desafortunadamente, muitos professores não têm nem conhecimento de algumas dessas leis. Sendo assim se reforça mais uma vez a necessidade de um investimento na formação desses profissionais diante desse tema.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Em suma a investigação feita através dos referenciais teóricos, foi possível concluir que o bullying é um problema antigo, que antes era conhecido como briguinhas bobas entre colegas e não era levado tão a sério, com o passar dos anos e toda a evolução nos padrões da sociedade, ele se tornou estudos de casos, atualmente há muitos estudos sobre o assunto, passou a ser um assunto relevante e que deve ser considerado com mais cuidado diante de tantos outros problemas que podem surgir por consequência desse ato.
O bullying nos dias contemporâneos é caracterizado como um ato de agressão psicológica e tendo em vista que vive-se em tempos em que a saúde mental é um fator já bastante crítico no cotidiano social, é que é possível diagnosticar a problemática sendo mais seria do que avalia-se a princípio, pois em consequência dele pode se desenvolver problemas mais sérios como depressão e no cenário escolar podemos ter o fator da desistência dos estudos, evasão escolar, ausência definitiva na escola e por conseguinte outros danos irreversíveis como depreciação da vida profissional do indivíduo a longo prazo.
Ao fim das articulações teóricas fica evidente a importância do desenvolvimento das competências educacionais no processo de formação dos docentes, principalmente os da Educação Básica, setor onde está mais propício aos ataques, por ter um público adolescente, com fins de levar para sala de aula profissionais qualificados a lidar com situações deste estipe, que consiga contribuir para o sócio emocional do aluno e do próprio professor. Outra maneira é optar por metodologias estratégicas que trabalhem o socioemocional.
Portanto, na perspectiva educacional, tendo em vista que o professor desempenha uma função importante na escola, a forma como ele age influência nos impactos de desenvolvimento ou não no cognitivo e emocional do aluno, considerou-se as possibilidades de formação continuada, as estratégias metodológicas e até mesmo a presença de um psicólogo dentro da escola para atuar nessa área preservando o bem estar do aluno e do professor e considerando a saúde mental e o desenvolvimento do ensino aprendizado e formação do cidadão e sua vida profissional e adulta. Além de tudo isso, projeta-se um espaço privilegiado de socialização por um espaço com práticas de boa convivência em grupo, dessa forma acredita-se que pode minimizar a problemática do bullying.
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