A Importância de Reconhecer os Temperamentos na Administração Pública: Temperamento Fleumático

THE IMPORTANCE OF RECOGNIZING TEMPERAMENTS IN PUBLIC ADMINISTRATION: PHLEGMATIC TEMPERAMENT

LA IMPORTANCIA DE RECONOCER LOS TEMPERAMENTOS EN LA ADMINISTRACIÓN PÚBLICA: TEMPERAMENTO FLEMATICO

Autor

Eveline Horta de Souza
ORIENTADOR
Profa. Dra. Patrícia Erica Hamada Bonjiorno

URL do Artigo

https://iiscientific.com/artigos/32AA0B

DOI

Souza, Eveline Horta de . A Importância de Reconhecer os Temperamentos na Administração Pública: Temperamento Fleumático. International Integralize Scientific. v 5, n 47, Maio/2025 ISSN/3085-654X

Resumo

Este artigo trata da importância de se conhecer as principais características do temperamento fleumático da teoria dos quatro temperamentos da tradição clássica. Seus traços proeminentes costumam atrair colegas e amigos, justamente por se mostrarem eminentemente agradáveis. Suas qualidades tornam-se interessantes também para as organizações, incluindo o serviço público, que muito se beneficiam com trabalhadores hábeis no trato com o público interno e externo, e que tornam o ambiente profissional saudável e humanizado. Este artigo traz também uma das formas de se identificar objetivamente um temperamento a partir de um instrumento simples, confiável e amplamente utilizado, a saber, o MBTI. Esta ferramenta, formada por um questionário baseado nos tipos psicológicos de Jung, apresenta as preferências, os padrões de comportamento e as formas de interação com o mundo do sujeito investigado. E tais informações tornam-se valiosíssimas no contexto profissional, e no caso deste artigo, na administração pública, onde se buscam estratégias inteligentes para fortalecer a qualidade dos serviços públicos prestados à sociedade.
Palavras-chave
temperamento fleumático; frio-úmido; água; tranquilidade.

Summary

This article deals with the importance of knowing the main characteristics of the phlegmatic temperament from the theory of the four temperaments of the classical tradition. Their prominent features tend to attract colleagues and friends, precisely because they appear eminently pleasant. Its qualities are also interesting for organizations, including the public service, which greatly benefit from workers who are skilled in dealing with the internal and external public, and who make the professional environment healthy and humanized. This article also presents one of the ways to objectively identify a temperament using a simple, reliable and widely used instrument, namely the MBTI. This tool, formed by a questionnaire based on Jung’s psychological types, presents the preferences, behavior patterns and forms of interaction with the world of the subject being investigated. And such information becomes extremely valuable in the professional context, and in the case of this article, in public administration, where intelligent strategies are sought to strengthen the quality of public services provided to society.
Keywords
phlegmatic temperament; cold-damp; water; tranquility.

Resumen

Este artículo aborda la importancia de conocer las principales características del temperamento flemático a partir de la teoría de los cuatro temperamentos de la tradición clásica. Sus rasgos destacados tienden a atraer a colegas y amigos, precisamente porque parecen eminentemente agradables. Sus cualidades también son interesantes para las organizaciones, incluidas las de servicio público, que se benefician enormemente de trabajadores capacitados para tratar con el público interno y externo, y que hacen que el ambiente profesional sea saludable y humanizado. Este artículo también presenta una de las formas de identificar objetivamente un temperamento utilizando un instrumento simple, confiable y ampliamente utilizado, el MBTI. Esta herramienta, formada por un cuestionario basado en los tipos psicológicos de Jung, presenta las preferencias, patrones de comportamiento y formas de interacción con el mundo del sujeto investigado. Y dicha información resulta sumamente valiosa en el contexto profesional, y en el caso de este artículo, en la administración pública, donde se buscan estrategias inteligentes para fortalecer la calidad de los servicios públicos brindados a la sociedad.
Palavras-clave
temperamento flemático; frío-húmedo; agua; tranquilidad.

INTRODUÇÃO

A Teoria dos Quatro Temperamentos é rica em sua capacidade descritiva e até mesmo preditiva a respeito do funcionamento dos diferentes tipos humanos.

Sua simplicidade, aliada à sua certeira capacidade descritiva oriunda de uma profunda e preciosa análise das pessoas e suas formas de se expressar ao longo do tempo, revelam sua precisão, sua assertividade e sua perspicácia em apontar não apenas as fraquezas, mas as forças e potências inerentes à constituição basal das pessoas. 

Dos quatro temperamentos da Teoria clássica, esse artigo trata do temperamento fleumático e suas variações, a partir de uma revisão bibliográfica.

São apresentadas suas características, suas forças e fraquezas, suas habilidades e dificuldades, além de suas variações, e seu funcionamento na administração pública.

Além disso, este artigo também traz informações, de forma concisa, porém, explicativa, sobre o teste MBTI – Myers-Briggs Type Indicator – questionário elaborado por duas pesquisadoras norte-americanas, Katharine Cook Briggs e Isabel Briggs Myers, no ano de 1943.

Baseado nas ideias junguianas dos tipos psicológicos, o MBTI foi e tem sido amplamente utilizado em empresas para diferentes objetivos, como recrutamento e seleção, capacitação, gestão de equipes e conciliação, por exemplo.

Também no serviço público, como aqui se evidencia, o MBTI mostra-se como uma simples e eficiente ferramenta que auxilia na gestão de pessoas, no desenvolvimento dos servidores, na resolução de conflitos, dentre outros, para que o fim último da administração pública, qual seja, o bem servir ao cidadão, seja alcançado com excelência.

COMO IDENTIFICAR UM TEMPERAMENTO

As características de um indivíduo, sua forma de agir, interagir e compreender o mundo que o cerca são elementos fundamentais que sinalizam com quem se está relacionando e o que esperar dele. Claro que o tempo e a profundidade das relações fortalecem ou ressignificam as primeiras impressões, mas muito já se evidencia a partir do modo como as pessoas agem e reagem ao ambiente.

Uma das formas desenvolvidas para classificar os indivíduos em sua relação com o mundo e consigo mesmo surgiu na Antiguidade, com a Teoria dos Quatro Temperamentos desenvolvida por Hipócrates e seus contemporâneos da “área médica”, por assim dizer, e que foi fortalecida com Galeno, no século II.

Muito se desenvolveu a partir de então, e muito se acrescentou e se modificou na busca pelo aprimoramento e refinamento da identificação dos temperamentos e suas características.

Carl Gustav Jung (1875-1961) foi um dos desenvolvedores desta tentativa de compreensão e categorização, apresentando uma classificação bastante diversa da teoria clássica, mas que é passível de ser a ela correlacionada. Isso se dá porque Jung escolhe, como ponto de partida, as características relacionadas ao estilo extrovertido ou introvertido de ser, que indica o foco da energia pessoal.

Resumidamente, tem-se que a Introversão/Extroversão revela se um indivíduo busca sua energia no mundo interior ou exterior ou, pode-se dizer, para onde o indivíduo direciona sua energia. Os introvertidos são voltados muito mais ao mundo interno, subjetivo. Os extrovertidos, ao mundo externo.

Os extrovertidos voltam-se para o exterior, para os objetos, cercam-se de pessoas e agem antes de pensar.

Os introvertidos, por sua vez, voltam-se para seu mundo interior, pensam antes de agir, refletem sobre as possíveis consequências e buscam um círculo limitado de pessoas, apreciando mesmo a solidão.

Em seguida, Jung apresenta as quatro funções psíquicas que são mecanismos de adaptação à realidade objetiva e subjetiva (Gattai e Camanho, 2021). O par está relacionado à forma predominante de apreensão dos estímulos – Sensação e Intuição – e o par relacionado à forma de avaliar os estímulos – Pensamento e Sentimento.

A Sensação se refere à captação de informações, de estímulos, pelos cinco sentidos, no momento atual, no agora. Volta-se, portanto, ao mundo sensorial, externo, tangível. A Intuição refere-se ao intangível, porém captado de alguma forma pelo sujeito, pela percepção inconsciente, fazendo com que ele se volte ao seu mundo interno para melhor interpretar, buscar relações e previsões futuras e compreender.

O Pensamento e o Sentimento tratam da forma como as informações captadas pelo par supracitado são processadas e armazenadas, ou seja, dão o tom da forma como o indivíduo avalia e organiza as percepções e toma suas decisões. O Pensamento embasa-se na lógica e na análise, na organização, na categorização, na classificação. É o aspecto racional. O Sentimento embasa-se nas emoções despertadas, na valoração de seus significados pessoais, subjetivos (Burity, 2020). 

Com isso, formam-se oito tipos diferentes de temperamento, a depender das diferentes combinações possíveis entre esses elementos. Assim, para Jung, existem oito tipos psicológicos possíveis a partir das duas atitudes (ou disposições) individuais – Introversão (I)/Extroversão (E), – e suas combinações com quatro funções psicológicas – Sensação (S), Intuição (N), Pensamento (T), Sentimento (F).

Tal nível de detalhamento multiplica consideravelmente os aspectos a serem avaliados, ao mesmo tempo que fraciona em partes menores as análises possíveis. Mesmo assim, uma correlação com a Teoria clássica dos Quatro Temperamentos se torna possível, já que a teoria junguiana se mostra como um detalhamento da teoria geral e mais ampla, por assim dizer.

Briggs-Meyers e Meyers (apud Brzozowski e Sanches, 2001), ao se debruçarem sobre os tipos psicológicos de Jung, desenvolveram um instrumental com o intuito de identificar de forma mais objetiva e mensurável o temperamento de um sujeito a partir das ideias junguianas. Assim, criaram o Myers Briggs Type Indicator (MBTI), introduzindo ainda uma outra categoria: Julgamento (J)/Percepção (P).

Essa dupla revela basicamente a orientação do modo de vida das pessoas. As voltadas para o julgamento tendem a viver de forma mais realista, estruturada e valorizam as regras e o objetivo a ser atingido. São mais metódicas e não gostam de imprevistos. Já as perceptivas valorizam mais o processo do que o resultado, permitem-se vivenciar os acontecimentos e não se preocupam em controlá-los.

Com esse acréscimo, as possíveis combinações aumentam para 16 tipos psicológicos representados por códigos de quatro letras: ISTJ, ISFJ, INFJ, INTJ, ISTP, ISFP, INFP, INTP, ESTP, ESFP, ENFP, ENTP, ESTJ, ESFJ, ENFJ e ENTJ (Lima, 2019).

Esses tipos, por sua vez, podem ser correlacionados aos temperamentos da teoria clássica da seguinte forma: INFP, ISFP, INFJ e ENFJ – Fleumático; ESFP, ENFP, INTP e ENTP – Sanguíneo; ISFJ, ISTP, ISTJ e INTJ – Melancólico e; ESFJ, ESTP, ENTJ  e ESTJ – Colérico.

Como afirmam Gattai e Camanho (2021), o MBTI foi publicado em 1948 e se mostra:

(…) como um dos principais inventários de personalidade do mundo para diversos fins como por exemplo no planejamento de trilhas de carreira; na resolução de conflitos; na identificação de necessidade de treinamento; no reconhecimento das contribuições que cada indivíduo pode oferecer na equipe de trabalho, entre outras (Gattai e Camanho, 2021, p. 200).

O Myers Briggs Type Indicator (MBTI) constitui-se, portanto, de um questionário com perguntas relacionadas a reações e preferências do indivíduo diante de situações comuns, no intuito de identificar suas tendências de comportamento. Geralmente as opções de resposta se dá com itens dicotômicos refletindo, assim, qual a escolha do sujeito dentre duas categorias opostas. Os dados, então, são tabulados, gerando os resultados (Morales, 2004).

O teste avalia a Motivação (introversão/extroversão), a Percepção (Sensação/Intuição), a Tomada de Decisão (Pensamento/Sentimento) e o Estilo de Vida (Julgamento/Percepção).

Portanto, percebe-se que tal instrumento se mostra bastante prático e eficiente na identificação do temperamento e possui diversas aplicações, inclusive para se identificar o perfil profissional de um indivíduo.

Assim, com esse tipo de informação, viabiliza-se a análise e o poder de ação no time de colaboradores das organizações, a fim de se alcançar eficiência, efetividade e qualidade de vida no trabalho, apresentando-se, portanto, como uma das principais estratégias de gestão para o alcance dos resultados esperados.

E mais ainda no serviço público, onde a motivação e o envolvimento dos servidores na missão da instituição se mostram como pontos fundamentais para o engajamento e produtividade esperados.

O TEMPERAMENTO FLEUMÁTICO

O temperamento fleumático será aqui descrito de forma forte, contundente, marcante, a fim de que possa ser apreendido em todas as suas possibilidades de expressão, em outras palavras, será uma descrição mais caricatural para fins didáticos.

O fleumático é o temperamento que, se pudesse ser resumido em uma palavra, seria “paz”. Sua atitude calma e tranquila para com os acontecimentos é um de seus pontos mais fortes. Sua abordagem diante da vida se mostra equilibrada e ponderada, oferecendo-se como um porto seguro para aqueles que o rodeiam.

Ademais, o fleumático é o temperamento da simpatia, da boa companhia, das risadas e do senso de humor. Com isso, possui natural facilidade em agregar pessoas ao seu convívio.

Aliás, o senso de humor costuma ser uma característica bastante marcante neste temperamento, “enxergando algo de cômico na maioria das experiências mundanas” (Lahaye, 1983, p. 39).

Esse bom humor pode ser utilizado, inclusive, para agir de forma passivo-agressiva, mandando recados sutis – ou nem tanto -, apontando as falhas e os comportamentos alheios que o incomodam.

Como revela o dr. Hallesby (apud Lahaye, 1983, p. 53):

Se um sanguíneo entra animado e entusiasta, o fleumático se torna distante e gélido. Se o melancólico vem pessimista, a lamentar-se das misérias do mundo, o fleumático se torna mais otimista do que nunca e o provoca de maneira insuportável. Se um colérico se aproxima, repleto de planos e projetos, é um prazer requintado para o fleumático derramar água fria em seu entusiasmo; com o seu equilíbrio e aguda percepção, é-lhe muito fácil apontar as fraquezas da proposta do colérico (Lahaye, 1983, p. 53).

O fleumático é o temperamento que mescla os elementos naturais da umidade – envolvimento – e da frieza – contenção -, sendo simbolizado pela água. A água, quando devidamente observada, descreve muito bem o temperamento fleumático. 

Uma primeira característica que se pode observar é que a água se acomoda ao meio em que se encontra. Assim é o fleumático: apresenta alta capacidade de se adaptar ao ambiente, moldando-se bem a ele, acomodando-se em novas rotinas com desenvoltura.

A frieza própria da água manifesta-se no fleumático na tendência à contenção, ao repouso, à permanência, qualidades opostas à expansão e à ocupação dos espaços, próprias dos temperamentos quentes. O fleumático é discreto (Marsili, 2021). 

Procurando manter-se como está, o fleumático precisa sofrer certa pressão para mudar de hábitos e atitudes. Não raras vezes forte insistência precisa ser empreendida, já que o fleumático apresenta um apego arraigado às rotinas estabelecidas, tornando-se intransigente e teimoso diante das cobranças que considera trabalhosas e desgastantes.

Isso vai ao encontro do que afirma König, ao se referir aos estudos de Rudolf Steiner. Steiner classificava os temperamentos de acordo com a quantidade de energia e de excitabilidade. Energia, nesse caso:

(…) indica poder e força; excitabilidade, um maior ou menor grau de sensibilidade. Energia, neste caso, significa a força de uma pessoa para viver e suportar. Excitabilidade é sua capacidade de reagir; se o indivíduo é lento ou rápido no apreender uma situação ou impressão e em fazer uso delas (König, 2013, p. 6).

Em outras palavras, a energia se relaciona à ideia de força de vontade, persistência; à excitabilidade, à ideia de ser afetado pelos estímulos que chegam pela via dos sentidos, ou seja, estímulos do mundo externo.

De acordo com essa teoria, portanto, o fleumático possui pouca energia e pouca excitabilidade. Portanto, o fleumático pode ser identificado por se mostrar indolente e desanimado, além de imperturbável e impassível.

Mas o próprio fleumático percebe que ficar muito tempo paralisado não é interessante ou saudável, já que a estagnação torna a água insalubre. “Há, a um só tempo, as pretensões antagônicas de movimento e calmaria na água, que marcam a tensão vital do fleumático” (Marsili, 2021, p. 204).

A natureza temperamental do fleumático é cíclica, tendendo, porém, ao repouso muito mais do que ao agito, deslizando facilmente para a estabilidade e para a calmaria. Isso faz com que o fleumático viva em um circuito próprio de sua natureza de poupança de energia, que leva a uma falta de energia inicial, que se apresenta, portanto, como desânimo, que, por sua vez, alimenta a poupança de energia e a tendência a se manter como está.

Portanto, assim como a água, o fleumático precisa ser provocado, estimulado para se movimentar. É o que explica Marsili (2021, p. 187): “não há um princípio de movimento na água, mas uma natureza que responde ao estímulo exterior”. 

Logo, o fleumático apega-se à lei do menor esforço, tendendo ao sossego e, muitas vezes, à inércia. Por esse motivo, uma pessoa fleumática costuma ser descrita como preguiçosa, pela falta de iniciativa e pela demora em tomar decisões.

A tendência à inércia costuma levar o fleumático a evitar atividades ou situações que exijam esforço, trabalho, buscando-se manter em sua zona de conforto, sem grandes agitações. É o tipo de pessoa que possui potencial, mas não se esforça para utilizá-lo. Identifica-se com o dizer popular: “mais que potencial, tenho preguiça”.

Como afirma LaHaye (1983, p. 30), o fleumático tem profunda tendência a ser um espectador da vida e tenta não se envolver nas atividades do próximo. Na realidade, é com grande relutância que se sente motivado a qualquer forma de atividade além da sua rotina diária”.

Por outro lado, assim como a água, quando estimulada a se movimentar, responde prontamente, agindo com o desempenho necessário, presteza, senso de responsabilidade e eficiência, evidenciando outras características do elemento água: a potência e a força interna.

“O temperamento fleumático é selvagem, ainda que na maior parte dos casos não pareça. É um temperamento que admite várias formas sem perder o rosto, a natureza, o princípio de unidade” (Marsili, 2021, p. 194).

Mais uma vez, como a água, o fleumático, sem perder sua essência, admite diferentes formas, presentificando-se em ambientes diversos, com muita naturalidade e desenvoltura, sem qualquer sentimento de dicotomia ou de contradição. Isso denuncia sua imensa capacidade de adaptação e também uma característica muito própria: a de não se perder em conjecturas e reflexões mais íntimas e profundas.

O fleumático pode ser comparado ao mar, cujas ondas manifestam vida e movimento cadenciados, mas que se mantém estável e enigmático. É aquele tipo de pessoa que se mostra de forma superficial para os demais, passando uma energia de leve vivacidade, guardando-se, porém, em seu extenso e profundo mundo interno que, por sua vez, costuma ser pouco acessado, tanto por ele próprio, quanto por terceiros. 

Ao observador, a ideia de placidez que transmite o fleumático vem, na realidade, do encobrimento da expressão de sua riqueza interior e força potencial que tendem a ficar guardadas e pouco acessíveis. Como informa LaHaye (1983, p. 30), “o sr. Fleumático é geralmente simpático e de bom coração, mas raramente deixa transparecer seus verdadeiros sentimentos”.

Assim, o fleumático é aquele que apresenta uma vivacidade e profundidade próprias e bem diferentes das manifestadas pelos temperamentos sanguíneo e melancólico, respectivamente. Particulariza-se ao revelar uma vivacidade contida e dirigida – diferente da do sanguíneo -, muitas vezes mascarada de apatia, e uma profundidade intensa, dinâmica, mas comumente pouco acessada e alimentada – diferente do melancólico, que chafurda em sua vida interior.

Vê-se, então, que o fleumático pode-se mostrar inescrutável. Como o mar ou o rio em um leito plano, ele transmite a ideia de apaziguamento, equilíbrio e tranquilidade, e se deixa reconhecer por isso, mas possui um oculto mundo mais profundo, imensamente rico e complexo, que se esforça por deixar intacto. 

É como afirma Marsili (2021, p. 190): “sua imagem de impassibilidade esconde suas habilidades e capacidades adaptativas”.

O fleumático costuma, portanto, mostrar-se reservado, pacífico e pouco inclinado a mudanças emocionais bruscas. Isso faz com que suporte bem pressões ambientais e situações de estresse. Prefere a moderação e evitar conflitos sempre que possível.

O fleumático pode ser confundido com o melancólico por se mostrar ponderado e cauteloso na tomada de decisões. Diferentemente dele, no entanto, não se trata de se sentir inseguro ou pouco capacitado, mas de não intencionar mudar o status quo já tão familiar e previsível.

O fleumático também difere do melancólico por não tender tanto ao isolamento, até mesmo por apreciar estar na companhia de pessoas, tomando o cuidado de não se tornar o centro das atenções. Normalmente possui um círculo de amizade seletivo e pequeno, e mostra-se sempre solícito e bom ouvinte.

Assim, são pessoas que costumam ser empáticas e compreensivas, distanciando-se das situações o suficiente para analisá-las com calma e equilíbrio emocional, mostrando-se solidárias e objetivas.

Assim Immanuel Kant (apud Lahaye, 2008) descreve o fleumático:

Fleuma significa falta de emoção e não preguiça; implica em uma tendência a não se emocionar com facilidade nem se mover com rapidez, e sim com moderação e persistência. A pessoa fleumática se aquece vagarosamente, mas retém por mais tempo o calor humano. Age por princípio, não por instinto; seu temperamento feliz pode suprir o que lhe falta em sagacidade e sabedoria. Ela é criteriosa no trato com os outros e em geral consegue o que quer, persistindo em seus objetivos, embora pareça ceder à vontade alheia (Kant apud Lahaye, 2008, p.12).

O fleumático, portanto, pode-se mostrar um bom estrategista, especialmente quando se trata de defender seu ponto de vista e seus interesses, evitando confrontação e optando pela persuasão discreta e persistente. 

Interessante notar também que o fleumático não costuma guardar lembranças precisas, objetivas, detalhadas de acontecimentos marcantes. Ele guarda a ideia geral, seu conceito, sua ideia. Assim como a água absorve o sabor de uma fruta nela mergulhada, por exemplo, o fleumático assim retém a essência do ocorrido.

Como afirma Frizanco (2023, p. 29), “coloque um limão num copo d’água: a água se molda a ele; e quando se o tira, ela volta à sua forma inicial, mas não termina a mesma: retém o cheiro, o sabor do limão”.

Isso faz com que o fleumático tenha facilidade em reconhecer a essência das coisas, permitindo-o analisar situações de forma ampla e generalizada, retirando delas seu conceito principal, de forma que percebe com facilidade o que é importante e o que é acessório.

VARIAÇÕES DO TEMPERAMENTO FLEUMÁTICO

Assim como os demais temperamentos, o temperamento fleumático possui três variações. As variações se referem à acentuação de determinadas características, fazendo-os se assemelharem, muitas vezes, a outros temperamentos. Entretanto, sua natureza de base continua sendo a inata.

As variações do temperamento fleumático são, segundo Frizanco (2023): fleumático vapor, fleumático água pura e fleumático gelo. Tais denominações se aproximam muito das apresentadas por Gomes e Gomes (2022), quais sejam: fleumático vapor, fleumático água e fleumático gelo.

O fleumático vapor é mais úmido que frio. Envolvente e tendendo à expansão, aproxima-se mais do sanguíneo. Também pode ser confundido com ele por se mostrar mais sensível às emoções, mais inconstante e mais impulsivo. 

Muitas vezes pode-se mostrar muito falante, inclusive, fazendo com que acredite possuir um temperamento quente. Porém, sua calma e placidez de base revelam seu temperamento inato.

O fleumático vapor tende a ser mais desorganizado, mais fluido, mais solto, fazendo com que tenha mais dificuldade em se estruturar e seguir rotinas. Também é o que possui maior preocupação em agradar os outros.

Tende a ser o mais inseguro dos três, pois consegue receber as informações, mas tem dificuldade em devolver soluções concretas ao mundo, ou seja, para ele é difícil organizar essas informações e transformá-las em hábitos ou atitudes concretas (Gomes e Gomes, 2022, p. 69).

Assim, por ter mais dificuldade de organizar suas ideias, faz uso comumente de sua intuição, analisando as situações e agindo muito mais por uma percepção instintiva e emocional. 

O fleumático água, ou água pura, é mais frio que úmido. Comparativamente, mostra-se mais estruturado que o fleumático vapor, portanto, é menos inseguro e menos intuitivo.

É o que mais mantém a constância e a capacidade de adaptabilidade. Por ser mais contido que envolvente, organiza-se melhor e mantém sua estabilidade.

Dentre os três tipos, é o que melhor capta a essência das coisas e situações. Absorve seus fundamentos e seu espírito, ficando marcado desta forma, muito diferente, por exemplo, do melancólico, que por ser terra, guarda com mais nitidez e detalhe, e de forma mais enfática.

Seu aprendizado das situações não se dá pela marcação da secura, mas pela captação da essência, como o limão que deixado dentro da água, libera seu sabor e, se removido, quem vê de fora não diz que tinha algo ali, mas quem bebe, percebe que há um sabor que não estava ali antes (Gomes e Gomes, 2022, p. 71).

Portanto, o fleumático água guarda profundamente suas mágoas, sendo muito afetado por elas, mas costuma não externalizá-las. Porém, pode mesmo rememorá-las vingativamente para atingir o outro em momento de raiva e rancor. 

O fleumático água toma decisões após recolhimento, reflexão e análise e não de forma intuitiva e emocional como o fleumático vapor. Mas consegue fazê-lo de forma mais célere que o melancólico, podendo até mesmo ser tomado por colérico, pela rapidez e assertividade.

Mesmo podendo se manifestar de forma ágil, dinâmica, assertiva e proativa, seu temperamento calmo e apaziguador se sobressairá, revelando sua verdadeira natureza. 

O fleumático gelo é mais frio que úmido, como o fleumático água pura, mas possui o aporte seco. Isso faz com que se assemelhe ao melancólico por se relacionar mantendo distanciamento, por apreciar e precisar de mais tempo sozinho, por não se deixar afetar por chantagens emocionais rapidamente reconhecidas e ignoradas. 

Para um fleumático gelo “os relacionamentos ainda são importantes, mas com um certo afastamento. Tende a ser aquele fleumático mais fechado, calado, na sua, podendo até mesmo ser mais emburrado (Gomes e Gomes, 2022, p. 73).

O fleumático gelo possui uma estrutura mais firme, menos fluida e, portanto, separada das demais, envolvendo menos e mantendo-se mais intacto.

Por ser bem estruturado, aprecia e necessita de organização, estabilidade e segurança, tornando-se o mais precavido dos três e podendo ser confundido com o melancólico. 

O fleumático pode-se assemelhar a vários outros temperamentos, mas dificilmente poderá ser confundido com o colérico, que é quente e seco. Como assevera König (2013, p. 7), “o fleumático pode apresentar algumas qualidades melancólicas, tanto quanto sanguíneas. Seu temperamento colérico está completamente oculto e dificilmente se deixará mostrar”.

Interessante notar que as variações de um temperamento evidenciam a plasticidade contida na existência humana. Pois, embora haja características inatas, não se mostram determinantes; não se tornam destino irremediável. Aprimorar os traços positivos e neutralizar os defeitos devem fazer parte do crescimento pessoal rumo à maturidade.

O TEMPERAMENTO FLEUMÁTICO NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Como dito anteriormente, o temperamento fleumático possui as qualidades de frieza e umidade da água. Portanto, o simbolismo da água torna-se fundamental para se compreender o funcionamento deste temperamento.

Assim como a água se molda ao ambiente em que se encontra, o fleumático também possui uma excelente capacidade de adaptação, especialmente pelo talento da imitação. Ao observar seus pares, o fleumático adquire facilmente seus hábitos e trejeitos, o que o auxilia muito na aprendizagem de novas tarefas e ambientes (Frizanco, 2023).

Este mesmo autor pontua que o fleumático pode-se tornar inseguro e indeciso, especialmente quando se deixa dominar pela apatia. Assim, torna-se fundamental para ele que conviva com pessoas dinâmicas, ativas, a fim de estimular suas potencialidades e se permitir realizar tarefas que de outra feita ficariam apenas no mundo das ideias, se muito.

Sua insegurança também pode ser estimulada quando for exigido de forma muito intensa, carregada e solta. “Um sanguíneo que tentar soprar sua impetuosidade o tempo todo sobre o fleumático não conseguirá mais do que uma água derramada no chão, tornando o fleumático também estagnado e inseguro, uma vez que a água precisa de um lugar cercado para continuar sendo” (Gomes e Gomes, 2022, p. 67).

Há, portanto, que se agir com delicadeza com um fleumático, porém, sem deixá-lo escapar para a estagnação. É preciso sensibilidade e firmeza, sem agressividade positiva ou negativa.

Outra forma de interação que pode levá-lo à insegurança e tentando fazê-lo se preocupar com detalhes irrelevantes ou pouco significativos, como bem faz um melancólico. Tal problematização desgastante estimula sua opção pela inércia em oposição ao agi (Gomes, 2022).

Portanto, o fleumático beneficia-se enormemente ao ser liderado por pessoas de temperamento quente, que são ativas e proativas, e o estimulam a agir e a atingir suas metas. Mas que essas lideranças temperem seus excessos, para não afastar o fleumático de sua capacidade de agir. 

Muito ainda se auxilia um fleumático se ele puder receber ou ser incentivado a desenvolver protocolos para a realização das tarefas, pois isso o ajuda a não flutuar no mar sem fim e sem pressa de seu mundo interno.

Dentro das variações deste temperamento, o fleumático vapor precisa ser orientado e acompanhado de perto em cada passo, em cada tarefa. Isso o auxilia a se manter no rumo e a estruturar seus pensamentos e ações em prol do objetivo almejado. Portanto, torna-se importante manter o fleumático vapor em um ambiente com pessoas mais estruturadas e sensíveis às suas necessidades de atenção e cuidado. 

O fleumático não é o tipo de temperamento que recebe bem as críticas negativas. Como o melancólico, que também é um temperamento frio, tende a acumular e a se apegar ao lado negativo dos acontecimentos. Por isso, tanto ele precisa trabalhar em si esse desapego, como seus colegas e chefias devem ter a sensibilidade de apontar suas qualidades e seus acertos, pois isso o estimula a continuar na luta, a perseverar ao invés de desanimar. 

Pode vir a se afastar “caso o fleumático tenha sido muito pressionado pela pressa e exigência desmedidas de um colérico, pela invasão de privacidade e comentários inapropriados de um sanguíneo, ou pelas críticas exageradas de um melancólico perfeccionista” (Gomes e Gomes, 2022, p. 66).

Como se percebe, tudo pode facilmente se converter em motivo e pretexto para um fleumático se manter passivo e acabrunhado. Por isso, a estratégia de estímulos suaves e persistentes o auxiliam a se manter ativo e produtivo. 

Quer ajudar um fleumático de verdade? Palavras de afirmação que não sejam falsas, mostrar o caminho das pedras e respeitar seu tempo mais lento de reação são a verdadeira saída” (Gomes e Gomes, 2022, p. 67).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O serviço público exige profissionais com diferentes habilidades e características para garantir eficiência, atendimento de qualidade e tomada de decisões equilibradas. Nesse contexto, a compreensão dos temperamentos humanos pode ser uma ferramenta valiosa para otimizar o desempenho das equipes e aprimorar a gestão de pessoas. Entre os quatro temperamentos clássicos — sanguíneo, colérico, melancólico e fleumático — o fleumático se destaca por traços muito positivos e próprios de sua natureza.

Assim, esse artigo expôs suas principais características, como sua tendência à paciência, estabilidade emocional e capacidade de trabalhar sob pressão sem perder o controle, fazendo com que ele se mostre um bom integrante de equipe e colega de trabalho.

Como se pôde aqui perceber, contar com um fleumático na equipe de trabalho se torna valioso, uma vez que estar-se-á acompanhado de um servidor calmo, paciente, resiliente, organizado, disciplinado, e com natural habilidade de mediar conflitos, mostrando-se excelente conciliador. 

Por sua capacidade de se adaptar bem ao ambiente, o fleumático pode ser considerado o temperamento “coringa”, por assim dizer, em uma organização.

Entretanto, deve-se lembrar que sua tendência à inércia e ao comodismo exige de seus colegas e superiores uma atitude de cobrança e de insistência para que aja como se exige dele.

Mas é inegável que se apresenta como um dos temperamentos mais fáceis de se conviver, já que se mostra adaptável, tranquilo, paciente, ponderado, reservado, equilibrado e bem humorado.

Como se vê, o fleumático, como qualquer outro temperamento, apresenta forças e fraquezas, pontos positivos e negativos, qualidades e defeitos. 

Dada, portanto, a importância de se identificar os diferentes tipos de temperamento e  suas características, fazer uso de instrumentos confiáveis que viabilizem essa identificação torna-se imprescindível em uma organização.

O MBTI aqui apresentado mostra-se como um adequado instrumental a ser utilizado para este fim, tanto assim que é mesmo amplamente utilizado para identificar padrões de comportamento, preferências, formas de interação com o mundo e estilo de trabalho e convivência. 

Portanto, ter condições de identificar e valorizar profissionais com diferentes perfis é uma estratégia importante e inteligente, dentro do serviço público, para fortalecer a qualidade dos serviços prestados à sociedade.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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