Impacto das doenças infecciosas emergentes na saúde pública: desafios e respostas epidemiológicas.

IMPACT OF EMERGING INFECTIOUS DISEASES ON PUBLIC HEALTH: EPIDEMIOLOGICAL CHALLENGES AND RESPONSES

IMPACTO DE LAS ENFERMEDADES INFECCIOSAS EMERGENTES EN LA SALUD PÚBLICA: DESAFÍOS Y RESPUESTAS EPIDEMIOLÓGICAS

Autor

Bruna Maria de Arruda Fernandes Barra
ORIENTADOR
 Profª Drª Luciana de Sena Melo Veras

URL do Artigo

https://iiscientific.com/artigos/F31920

DOI

Barra, Bruna Maria de Arruda Fernandes . Impacto das doenças infecciosas emergentes na saúde pública: desafios e respostas epidemiológicas.. International Integralize Scientific. v 5, n 47, Maio/2025 ISSN/3085-654X

Resumo

As doenças infecciosas emergentes representam um desafio crescente para a saúde pública global, impulsionadas por fatores ambientais, sociais e biológicos. Este estudo analisou a disseminação dessas enfermidades e as respostas epidemiológicas adotadas para sua contenção. O objetivo geral foi investigar a eficiência dos mecanismos de vigilância e das estratégias de intervenção no combate a surtos e epidemias. A pesquisa adotou uma abordagem bibliográfica, consultando bases de dados acadêmicas para reunir informações atualizadas sobre o tema. Os resultados indicam que a urbanização acelerada, o desmatamento, as mudanças climáticas e a globalização contribuem para a propagação de novos patógenos, aumentando a necessidade de sistemas de monitoramento eficazes. A vigilância epidemiológica desempenha um papel crucial na detecção precoce e no controle de surtos, mas sua eficácia depende da infraestrutura de saúde, do investimento em tecnologia e da cooperação internacional. Além disso, a imunização, o desenvolvimento de terapias e a adoção de medidas não farmacológicas, como o isolamento social, demonstraram ser estratégias fundamentais para conter a disseminação das doenças emergentes. A pesquisa conclui que o fortalecimento dos sistemas de saúde e a ampliação das estratégias preventivas são essenciais para minimizar o impacto dessas enfermidades no futuro.
Palavras-chave
doenças infecciosas; saúde pública; vigilância epidemiológica; controle de epidemias; prevenção.

Summary

Emerging infectious diseases pose a growing challenge to global public health, driven by environmental, social, and biological factors. This study analyzed the spread of these diseases and the epidemiological responses adopted for their containment. The general objective was to investigate the effectiveness of surveillance mechanisms and intervention strategies in combating outbreaks and epidemics. The research employed a bibliographic approach, consulting academic databases to gather updated information on the topic. The findings indicate that accelerated urbanization, deforestation, climate change, and globalization contribute to the spread of new pathogens, increasing the need for effective monitoring systems. Epidemiological surveillance plays a crucial role in the early detection and control of outbreaks, but its effectiveness depends on healthcare infrastructure, technological investment, and international cooperation. Additionally, immunization, the development of therapies, and the adoption of non-pharmaceutical measures, such as social isolation, have proven to be fundamental strategies for containing the spread of emerging diseases. The study concludes that strengthening healthcare systems and expanding preventive strategies are essential to minimizing the impact of these diseases in the future.
Keywords
infectious diseases; public health; epidemiological surveillance; epidemic control; prevention.

Resumen

Las enfermedades infecciosas emergentes representan un desafío creciente para la salud pública mundial, impulsado por factores ambientales, sociales y biológicos. Este estudio analizó la propagación de estas enfermedades y las respuestas epidemiológicas adoptadas para su contención. El objetivo general fue investigar la eficacia de los mecanismos de vigilancia y las estrategias de intervención en el combate a brotes y epidemias. La investigación adoptó un enfoque bibliográfico, consultando bases de datos académicas para recopilar información actualizada sobre el tema. Los resultados indican que la urbanización acelerada, la deforestación, el cambio climático y la globalización contribuyen a la propagación de nuevos patógenos, lo que aumenta la necesidad de sistemas de monitoreo efectivos. La vigilancia epidemiológica juega un papel crucial en la detección temprana y el control de brotes, pero su eficacia depende de la infraestructura de salud, la inversión en tecnología y la cooperación internacional. Además, la inmunización, el desarrollo de terapias y la adopción de medidas no farmacológicas, como el aislamiento social, han demostrado ser estrategias fundamentales para contener la propagación de enfermedades emergentes. La investigación concluye que el fortalecimiento de los sistemas de salud y la ampliación de las estrategias preventivas son esenciales para minimizar el impacto de estas enfermedades en el futuro.
Palavras-clave
enfermedades infecciosas; salud pública; vigilancia epidemiológica; control de epidemias; prevención.

INTRODUÇÃO

Nas últimas décadas, o surgimento de doenças infecciosas emergentes tem representado um desafio crescente para a saúde pública global. Patógenos como vírus zoonóticos, exemplificados pelo SARS-CoV-2, Ebola e Zika, demonstram a vulnerabilidade das populações humanas às ameaças biológicas. Fatores como a urbanização acelerada, a degradação ambiental e a globalização favorecem a disseminação dessas doenças, exigindo respostas rápidas e coordenadas dos sistemas de saúde. O impacto dessas infecções vai além das questões biológicas, afetando aspectos sociais, econômicos e políticos, tornando-se uma preocupação central para epidemiologistas e formuladores de políticas públicas (Leopoldino et al., 2024).

Diante desse cenário, as estratégias de contenção e mitigação das doenças infecciosas emergentes se tornam um eixo fundamental da saúde pública. A capacidade dos sistemas de vigilância epidemiológica, aliada ao desenvolvimento de novas tecnologias para diagnóstico e tratamento, é determinante para reduzir a disseminação de agentes patogênicos. Além disso, o fortalecimento da comunicação científica e a cooperação internacional têm se mostrado cruciais para o enfrentamento de surtos e epidemias, promovendo ações integradas de prevenção e controle (Gama et al., 2024).

O presente estudo busca investigar como a disseminação de doenças emergentes ocorre e quais são as respostas dos sistemas de saúde para a mitigação e controle dessas enfermidades. O problema central da pesquisa reside na necessidade de compreender a eficiência das estratégias epidemiológicas empregadas, bem como os desafios enfrentados para conter surtos de novas doenças infecciosas. Dessa forma, pretende-se analisar criticamente as medidas adotadas, considerando aspectos como detecção precoce, protocolos de contenção e o papel da vacinação.

A hipótese central desta pesquisa sugere que a efetividade das respostas epidemiológicas depende diretamente da rapidez na identificação de surtos e da implementação de estratégias baseadas em evidências científicas. Além disso, considera-se que a cooperação internacional e a alocação eficiente de recursos desempenham um papel determinante na mitigação das doenças emergentes. A pesquisa também levanta a possibilidade de que fatores socioculturais e políticos possam interferir no sucesso das campanhas de controle, especialmente em países com sistemas de saúde fragilizados.

O objetivo geral deste trabalho é analisar o impacto das doenças infecciosas emergentes na saúde pública, considerando os desafios e as respostas epidemiológicas implementadas para sua mitigação. De maneira específica, busca-se compreender os fatores que contribuem para o surgimento e disseminação dessas enfermidades, avaliar a eficiência dos mecanismos de vigilância epidemiológica e explorar as estratégias de intervenção utilizadas no combate a surtos e epidemias.

Este estudo se justifica pela relevância científica e social do tema, uma vez que as doenças infecciosas emergentes representam uma ameaça contínua à saúde global. A compreensão dos desafios epidemiológicos e das estratégias de resposta pode subsidiar políticas públicas mais eficazes, fortalecer os sistemas de saúde e contribuir para a prevenção de futuras pandemias. Além disso, a pesquisa pode servir como referência para gestores da saúde e profissionais da área, possibilitando o aprimoramento das práticas de controle e mitigação dessas doenças.

A metodologia adotada para o desenvolvimento desta pesquisa consiste em uma abordagem bibliográfica, na qual foram analisadas publicações científicas recentes sobre o tema. A pesquisa utilizou como palavras-chave “doenças infecciosas emergentes”, “epidemiologia” e “saúde pública”, consultando artigos disponíveis em bases de dados como Scielo e Google Acadêmico.

A estrutura deste trabalho está organizada em quatro seções principais. Inicialmente, a Introdução apresenta o tema, a problemática da pesquisa, os objetivos e a justificativa do estudo. Em seguida, a seção de Metodologia detalha os procedimentos adotados para a realização da pesquisa. O Desenvolvimento aborda os principais conceitos relacionados às doenças infecciosas emergentes, explorando sua disseminação, impacto na saúde pública e as respostas epidemiológicas implementadas. Por fim, as Considerações Finais sintetizam as análises realizadas, destacando as principais conclusões e sugerindo possíveis direcionamentos para estudos futuros.

METODOLOGIA

A presente pesquisa adotou a pesquisa bibliográfica, buscando compreender as doenças infecciosas emergentes, sua disseminação e as respostas epidemiológicas implementadas para mitigação e controle. De acordo com Gil (2019), a pesquisa bibliográfica permite a construção de conhecimento a partir de materiais previamente publicados, promovendo a revisão crítica de diferentes abordagens sobre o tema. Além disso, Lakatos e Marconi (2020) ressaltam que esse método possibilita a análise aprofundada de conceitos e tendências atuais, garantindo que a investigação se baseie em evidências científicas consolidadas.

Os critérios de inclusão estabelecidos para a seleção dos artigos científicos foram: publicações escritas nos últimos cinco anos, garantindo que as informações analisadas sejam recentes e condizentes com os avanços na área; artigos publicados em português, facilitando a compreensão e aplicabilidade no contexto da saúde pública nacional; e estudos que respondam à questão norteadora da pesquisa, possibilitando um embasamento sólido para a discussão sobre os desafios e respostas epidemiológicas às doenças emergentes.

Foram adotados critérios de exclusão para refinar a análise e evitar informações desatualizadas ou irrelevantes. Excluíram-se artigos publicados há mais de cinco anos, pois poderiam conter dados que não refletem a realidade atual das estratégias epidemiológicas; estudos que não abordassem diretamente a questão de pesquisa, reduzindo a pertinência da análise; e artigos duplicados, para garantir a diversidade de fontes e evitar redundância nas informações coletadas.

A estratégia de busca foi realizada nas bases de dados Scielo, Google Acadêmico e BVS (Biblioteca Virtual em Saúde), utilizando as seguintes palavras-chave: “doenças infecciosas emergentes”, “epidemiologia” e “saúde pública”. Essas palavras foram escolhidas por representarem os principais eixos do estudo, permitindo a seleção de artigos relevantes que contribuíssem para a compreensão do impacto das doenças infecciosas emergentes e das respostas epidemiológicas adotadas.

DESENVOLVIMENTO

FATORES DETERMINANTES PARA O SURGIMENTO E DISSEMINAÇÃO DAS DOENÇAS INFECCIOSAS EMERGENTES

As doenças infecciosas emergentes são resultado de múltiplos fatores interligados, incluindo mudanças ambientais, comportamentais e estruturais nas sociedades contemporâneas. A expansão das cidades e a urbanização desenfreada têm levado a uma maior proximidade entre seres humanos e animais silvestres, criando condições propícias para a transmissão de patógenos zoonóticos. Esse fenômeno tem sido amplamente discutido no contexto da emergência do SARS-CoV-2, onde o comércio e o consumo de animais selvagens contribuíram significativamente para o surgimento do vírus em humanos (Carmo, 2021).

Além da urbanização, a degradação ambiental, principalmente causada pelo desmatamento e pela conversão de áreas naturais para atividades agropecuárias, tem desempenhado um papel crucial na disseminação de doenças emergentes. A destruição de habitats naturais força diversas espécies a migrarem para áreas urbanas, promovendo interações inéditas entre humanos e reservatórios naturais de patógenos. Esse processo não apenas aumenta a probabilidade de novos surtos, mas também compromete a biodiversidade, um fator essencial para o equilíbrio ecológico e o controle natural de doenças (Grisotti, 2020).

A globalização e o crescimento da mobilidade humana também são fatores determinantes para a disseminação de doenças infecciosas. Com o aumento do fluxo de viagens internacionais, um patógeno pode atravessar continentes em questão de horas, desafiando os sistemas de vigilância epidemiológica. Epidemias como a do Ebola na África Ocidental e a disseminação global da Covid-19 ilustram a velocidade com que novos agentes infecciosos podem se espalhar, exigindo respostas rápidas e coordenadas dos sistemas de saúde pública (Leopoldino et al., 2024).

Outro fator relevante é a resistência antimicrobiana, que tem sido potencializada pelo uso indiscriminado de antibióticos em humanos e na pecuária. O desenvolvimento de bactérias multirresistentes representa uma ameaça global, dificultando o tratamento de infecções e aumentando a mortalidade associada a doenças infecciosas emergentes. Esse cenário destaca a necessidade de políticas rigorosas para o uso racional de antimicrobianos, além de investimentos em pesquisa para o desenvolvimento de novas terapias (Moraes et al., 2024).

As mudanças climáticas também contribuem significativamente para o surgimento e a dispersão de doenças infecciosas. O aumento das temperaturas globais altera a distribuição geográfica de vetores como mosquitos, levando à expansão de doenças como dengue, chikungunya e febre do Nilo Ocidental para regiões anteriormente não afetadas. A intensificação de eventos climáticos extremos, como enchentes e secas, também favorece surtos de doenças transmitidas pela água, impactando principalmente populações vulneráveis (Costa et al., 2024).

A fragilidade dos sistemas de saúde em diversos países compromete a resposta eficaz a surtos de doenças emergentes. A falta de infraestrutura, profissionais capacitados e investimentos em pesquisa e vigilância epidemiológica dificultam a detecção precoce e o controle de novas infecções. A pandemia de Covid-19 expôs essas vulnerabilidades, evidenciando a importância de fortalecer os sistemas de saúde para enfrentar desafios futuros relacionados às doenças infecciosas emergentes (Carmo, 2021).

A EFICIÊNCIA DOS MECANISMOS DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA E CONTROLE DE DOENÇAS EMERGENTES

A vigilância epidemiológica é um dos principais pilares da saúde pública no enfrentamento das doenças infecciosas emergentes. Esse sistema possibilita a identificação precoce de surtos, permitindo que medidas de controle sejam adotadas antes que as doenças se espalhem em larga escala. A coleta sistemática de dados, associada ao monitoramento contínuo da incidência de doenças, possibilita a criação de estratégias de contenção mais eficazes. No entanto, a eficiência deste mecanismo depende diretamente da infraestrutura de saúde, do treinamento adequado de profissionais e do acesso a tecnologias avançadas para diagnóstico e rastreamento (Meneses, Costa & Manso, 2021).

A resposta epidemiológica a surtos de doenças infecciosas envolve uma série de estratégias preventivas e de mitigação, como o isolamento de indivíduos infectados, a vacinação em massa e o rastreamento de contatos. Essas medidas, quando implementadas com rapidez e eficiência, reduzem significativamente a propagação de novos patógenos. Durante a pandemia de Covid-19, por exemplo, países que investiram em estratégias integradas de vigilância, como testagem em larga escala e monitoramento digital de casos, tiveram maior sucesso na contenção do vírus. Esse cenário evidencia a necessidade de aprimoramento constante dos sistemas de resposta a emergências epidemiológicas (Gama et al., 2024).

As desigualdades regionais também impactam diretamente a eficiência da vigilância epidemiológica, especialmente em países com infraestrutura de saúde fragilizada. Regiões com menos investimentos em saúde pública enfrentam maiores dificuldades para rastrear surtos, o que compromete a detecção precoce de novas doenças. Além disso, a falta de integração entre os sistemas de saúde locais e globais prejudica a troca de informações essenciais para um enfrentamento coordenado. A descentralização dos serviços de vigilância pode ser um entrave quando não há um fluxo eficiente de comunicação entre os diferentes níveis de governança sanitária (Fernandes et al., 2019).

A transição epidemiológica da população brasileira também representa um desafio para os sistemas de vigilância. O envelhecimento populacional e a alta prevalência de comorbidades entre os idosos aumentam a vulnerabilidade a doenças infecciosas emergentes, exigindo abordagens específicas para esse grupo. O impacto dessas enfermidades no sistema de saúde é significativo, aumentando as taxas de hospitalização e elevando os custos de assistência médica. Nesse contexto, torna-se fundamental o desenvolvimento de políticas públicas que priorizem a proteção de grupos de risco e fortaleçam os mecanismos de monitoramento epidemiológico (Vanzella et al., 2019).

Além do monitoramento de surtos em território nacional, a vigilância epidemiológica deve se expandir para um nível global, especialmente devido à crescente interconectividade entre países. A cooperação internacional e a implementação de protocolos de segurança em fronteiras sanitárias são estratégias fundamentais para impedir a disseminação de agentes infecciosos em larga escala. Entretanto, a falta de infraestrutura e a resistência política de alguns governos dificultam essa cooperação, limitando a eficácia das medidas de controle. Esse desafio evidencia a necessidade de aprimoramento dos acordos internacionais para o enfrentamento de emergências epidemiológicas (Sartor et al., 2022).

Os avanços tecnológicos desempenham um papel cada vez mais relevante na modernização dos sistemas de vigilância epidemiológica. O uso de inteligência artificial, big data e aprendizado de máquina possibilita análises mais rápidas e precisas sobre a disseminação de doenças, auxiliando na tomada de decisões estratégicas. Além disso, a digitalização dos sistemas de saúde permite uma resposta mais ágil a surtos emergentes, garantindo maior eficiência na implementação de medidas de controle. Investir em tecnologias inovadoras e na capacitação de profissionais de saúde é essencial para fortalecer os mecanismos de vigilância e reduzir os impactos das doenças infecciosas emergentes (Morais et al., 2024).

ESTRATÉGIAS DE INTERVENÇÃO NO COMBATE A SURTOS E EPIDEMIAS

A resposta a surtos e epidemias envolve múltiplas estratégias de intervenção que visam reduzir a disseminação dos patógenos e mitigar seus impactos na saúde pública. Entre as abordagens mais eficazes, destaca-se a imunização em larga escala, que tem sido uma das ferramentas mais bem-sucedidas na erradicação e controle de doenças infecciosas. A vacinação não apenas protege os indivíduos imunizados, mas também contribui para a criação da imunidade coletiva, reduzindo a circulação do agente infeccioso entre a população. No entanto, a eficácia da vacinação depende da adesão da população e da capacidade logística dos sistemas de saúde para distribuição e administração das doses (Carmo, 2021).

Além da imunização, a adoção de terapias antivirais e antibióticos eficazes é essencial para o controle de surtos de doenças infecciosas emergentes. O desenvolvimento de novos medicamentos depende do avanço das pesquisas biomédicas e do financiamento adequado para ensaios clínicos. Contudo, o uso indiscriminado de antibióticos e antivirais pode levar ao aumento da resistência microbiana, tornando algumas doenças mais difíceis de tratar. Assim, políticas de uso racional desses medicamentos devem ser implementadas para garantir sua eficácia a longo prazo e evitar o surgimento de cepas resistentes (Grisotti, 2020).

As medidas não farmacológicas, como o isolamento social, o rastreamento de contatos e o uso de equipamentos de proteção individual (EPIs), desempenham um papel fundamental na contenção de surtos. Durante a pandemia de Covid-19, essas estratégias foram amplamente utilizadas para reduzir a transmissão viral antes da implementação de vacinas. O uso de máscaras, por exemplo, demonstrou ser eficaz na redução da disseminação de patógenos respiratórios, enquanto o distanciamento social foi essencial para evitar a sobrecarga dos sistemas de saúde em momentos críticos da pandemia (Leopoldino et al., 2024).

Campanhas de conscientização e educação em saúde são essenciais para garantir que a população adote as medidas preventivas recomendadas. A desinformação e a hesitação vacinal representam desafios significativos para o controle de doenças infecciosas, tornando fundamental o papel da comunicação científica na difusão de informações baseadas em evidências. Estratégias como o uso das redes sociais, a participação de líderes comunitários e a transparência na divulgação de dados de saúde são fundamentais para aumentar a adesão da população às medidas preventivas (Moraes et al., 2024).

A colaboração internacional também é um fator determinante para o sucesso das intervenções no combate a surtos e epidemias. Organizações como a Organização Mundial da Saúde (OMS) e os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) atuam na coordenação de respostas globais, fornecendo diretrizes baseadas em evidências científicas. O compartilhamento de informações epidemiológicas entre países e a cooperação na produção e distribuição de vacinas e medicamentos são essenciais para enfrentar crises sanitárias de forma eficiente e equitativa (Costa et al., 2024).

Outro aspecto relevante é a necessidade de fortalecimento dos sistemas de saúde pública, especialmente nos países em desenvolvimento. A precariedade da infraestrutura hospitalar, a escassez de profissionais capacitados e a falta de investimentos em vigilância epidemiológica dificultam a resposta rápida a surtos emergentes. O aprimoramento dos serviços de atenção primária e o financiamento adequado para pesquisas e tecnologias de saúde são fundamentais para garantir uma resposta eficaz às emergências sanitárias (Meneses, Costa & Manso, 2021).

É imprescindível considerar o impacto das desigualdades sociais na propagação das doenças infecciosas emergentes. Grupos vulneráveis, como populações em situação de rua, trabalhadores informais e idosos, enfrentam maiores dificuldades no acesso aos serviços de saúde e na adoção de medidas preventivas. Estratégias de intervenção devem levar em conta a necessidade de políticas inclusivas que garantam assistência equitativa a toda a população, assegurando que os mais vulneráveis também tenham acesso às ações de prevenção e tratamento (Gama et al., 2024).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A presente pesquisa buscou analisar o impacto das doenças infecciosas emergentes na saúde pública, com ênfase nos desafios e nas respostas epidemiológicas adotadas para mitigar sua disseminação. A investigação permitiu responder à questão central do estudo, evidenciando que a emergência de novas doenças está diretamente relacionada a fatores ambientais, sociais e biológicos, além de ser influenciada pela globalização e pelas mudanças climáticas. Os sistemas de saúde enfrentam desafios significativos na contenção dessas enfermidades, sendo fundamental o aprimoramento das estratégias de vigilância e resposta para reduzir os impactos na população.

Ao longo do estudo, foi possível verificar que a eficiência dos mecanismos de vigilância epidemiológica desempenha um papel crucial na detecção precoce e no controle de surtos. A infraestrutura de saúde, a capacitação de profissionais e a utilização de tecnologias avançadas para rastreamento e diagnóstico são fatores determinantes para o sucesso das intervenções. Além disso, a colaboração internacional e a adoção de políticas públicas eficazes são indispensáveis para garantir uma resposta rápida e coordenada diante de novas ameaças sanitárias.

Outro ponto central analisado foi a aplicação das estratégias de intervenção no combate às epidemias. Medidas como imunização em larga escala, desenvolvimento de terapias eficazes e implementação de protocolos de contenção foram destacadas como fundamentais para minimizar os impactos das doenças emergentes. A conscientização da população e a adesão às recomendações sanitárias também se mostraram essenciais para o sucesso das ações preventivas, reforçando a importância da comunicação clara e acessível por parte das autoridades de saúde.

Dessa forma, os objetivos do estudo foram alcançados, uma vez que a análise dos fatores determinantes para o surgimento das doenças infecciosas, a avaliação dos sistemas de vigilância e a investigação das estratégias de intervenção permitiram compreender os desafios e as respostas implementadas no enfrentamento dessas enfermidades. A pesquisa reforça a necessidade de investimentos contínuos na área da saúde pública, com enfoque na prevenção, na resposta rápida a emergências sanitárias e no fortalecimento da cooperação global para a contenção de futuras pandemias.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CARMO, Eduardo Hage. Emergências de saúde pública: breve histórico, conceitos e aplicações. Saúde em Debate, v. 44, p. 9-19, 2021.

COSTA, Juliane De Oliveira. Et al. DESAFIOS EPIDEMIOLÓGICOS RELEVANTES NA SAÚDE PÚBLICA DO BRASIL: UM PANORAMA DAS DOENÇAS EMERGENTES. SAÚDE COLETIVA: TENDÊNCIAS PARA VIGILÂNCIA EM SAÚDE, p. 25.

FERNANDES, Marcus Vinicius. Et al. Doenças (re) emergentes em cinco cidades da região sul do Cariri Cearense, 2013 A 2017: perfil socioambiental. Geoambiente On-line, n. 34, p. 51-65, 2019.

GAMA, Keit Maciel. Et al. ESTRATÉGIAS DE CONTROLE E PREVENÇÃO DE DOENÇAS INFECCIOSAS EMERGENTES: LIÇÕES APRENDIDAS E FUTURAS DIREÇÕES. Revista Ibero-Americana de Humanidades, Ciências e Educação, v. 10, n. 3, p. 38-44, 2024.

GIL, Antônio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2019. 

GRISOTTI, Marcia. Pandemia de Covid-19: agenda de pesquisas em contextos de incertezas e contribuições das ciências sociais. Physis: Revista de Saúde Coletiva, v. 30, n. 2, p. e300202, 2020.

LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Fundamentos de metodologia científica. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2020.

LEOPOLDINO, André Luis Bernuzzi. Et al. DOENÇAS INFECCIOSAS EMERGENTES NA PEDIATRIA: UM ARTIGO DE REVISÃO. Periódicos Brasil. Pesquisa Científica, v. 3, n. 2, p. 2166-2177, 2024.

MENESES, Fernanda Belem Lopes; COSTA, Larissa Silva; MANSO, Maria Elisa Gonzalez. Doenças emergentes e reemergentes: impactos para a população idosa. Revista Longeviver, 2021.

MORAES, Richard Franco. Et al. DESAFIOS E ESTRATÉGIAS DE INTERVENÇÃO EM SAÚDE PÚBLICA. Periódicos Brasil. Pesquisa Científica, v. 3, n. 2, p. 854-864, 2024.

MORAIS, Lorena Ricardo Guimarães Alves. Et al. Saúde pública: desafios e oportunidades para transformar o cuidado da saúde no século XXI. Anais New Science Publishers| Editora Impacto, 2024.

SARTOR, Elisiane de Bona. Et al. Emergência e ressurgimento de doenças infecciosas: Os desafios das fronteiras sanitárias. Visão Acadêmica, v. 23, n. 3, 2022.VANZELLA, Elídio. Et al. O envelhecimento, a transição epidemiológica da população brasileira e o impacto nas internações no âmbito do SUS. Educere, João Pessoa, v. 1, n. 2, p. 144-158, 2019.

Barra, Bruna Maria de Arruda Fernandes . Impacto das doenças infecciosas emergentes na saúde pública: desafios e respostas epidemiológicas..International Integralize Scientific. v 5, n 47, Maio/2025 ISSN/3085-654X

Referencias

BAILEY, C. J.; LEE, J. H.
Management of chlamydial infections: A comprehensive review.
Clinical infectious diseases.
v. 67
n. 7
p. 1208-1216,
2021.
Disponível em: https://academic.oup.com/cid/article/67/7/1208/6141108.
Acesso em: 2024-09-03.

Share this :

Edição

v. 5
n. 47
Impacto das doenças infecciosas emergentes na saúde pública: desafios e respostas epidemiológicas.

Área do Conhecimento

Autoeficácia e envelhecimento bem-sucedido
autoeficácia; envelhecimento bem-sucedido; idoso.
Impacto da acreditação ONA na melhoria da qualidade, segurança e eficiência dos serviços hospitalares no Brasil
acreditação; certificação; cultura organizacional; eficiência; qualidade.
Ginástica Geral ou Ginástica para Todos (GPT): Em busca da qualidade de vida, hábitos saudáveis e prevenção de doenças – Estudo de Caso
amplitude de movimentos; força muscular; qualidade de vida.
Percepção dos pacientes em relação à UTI e a humanização do cuidado
percepção; UTI; humanização; cuidado.
As políticas públicas voltadas para o controle do câncer de mama e o papel da mulher e a melhor estratégia de prevenção e diagnóstico precoce dentro da atenção básica
A desvalorização profissional e seus efeitos na saúde mental dos professores: pressões institucionais, falta de empatia e a utilização da neurociência como ferramenta de apoio no contexto brasileiro
saúde mental;assédio moral; neurociência; professores; Burnout.

Últimas Edições

Confira as últimas edições da International Integralize Scientific

maio

Vol.

5

47

Maio/2025
feature-abri-2025

Vol.

5

46

Abril/2025
MARCO

Vol.

5

45

Março/2025
FEVEREIRO (1)

Vol.

5

44

Fevereiro/2025
feature-43

Vol.

5

43

Janeiro/2025
DEZEMBRO

Vol.

4

42

Dezembro/2024
NOVEMBRO

Vol.

4

41

Novembro/2024
OUT-CAPA

Vol.

4

40

Outubro/2024

Fale com um com um consultor acadêmico!

O profissional mais capacitado a orientá-lo e sanar todas as suas dúvidas referentes ao processo de mestrado/doutorado.