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Resumo
INTRODUÇÃO
O estresse e a ansiedade em cavalos atletas criados em ambientes intensivos têm se tornado uma preocupação crescente entre profissionais da medicina veterinária, zootecnia e bem-estar animal. Esses animais, frequentemente expostos a altas exigências de treinamento, transporte contínuo e confinamento, podem desenvolver distúrbios comportamentais e fisiológicos, os quais comprometem não só seu desempenho, mas também sua saúde mental e física. Embora o manejo convencional tenha se mostrado eficiente em termos de produção e performance, ele nem sempre é suficiente para promover o bem-estar integral dos equinos, que depende de uma abordagem mais holística e atenta às suas necessidades emocionais.
Dentro desse contexto, surgem alternativas terapêuticas baseadas no uso de animais para promover o bem-estar de outros, com destaque para a prática de zooterapia. A zooterapia, ou terapia com animais, tem sido aplicada para auxiliar no tratamento de distúrbios emocionais e comportamentais em diversas espécies, sendo utilizada tanto em humanos quanto em animais de várias espécies. Uma abordagem promissora e ainda pouco explorada é o uso de ovinos terapeutas, animais pacíficos e sociais, em interação com cavalos atletas, como uma forma de reduzir o estresse e a ansiedade desses equinos. Essa prática sugere que a convivência com ovinos poderia criar um ambiente mais calmo e harmonioso, favorecendo o relaxamento dos cavalos e, consequentemente, melhorando sua saúde mental e desempenho atlético.
A questão central deste estudo é investigar se a presença de ovinos terapeutas pode, de fato, reduzir os níveis de estresse e ansiedade em cavalos atletas criados em regimes intensivos. A hipótese que guia este trabalho é que a convivência controlada entre cavalos e ovinos em ambientes de criação intensiva tem o potencial de diminuir as respostas fisiológicas e comportamentais associadas ao estresse nos equinos. Além disso, acredita-se que essa interação interespécies pode promover uma adaptação emocional mais favorável aos cavalos, permitindo que eles enfrentem de forma mais equilibrada os desafios impostos por seus regimes de treinamento.
A justificativa para a realização deste estudo está na necessidade urgente de se buscar alternativas de manejo que promovam o bem-estar animal de forma eficaz e sustentável. O estresse crônico nos cavalos atletas está frequentemente relacionado ao surgimento de problemas de saúde, como lesões musculares, problemas respiratórios e digestivos, além de alterações comportamentais como agressividade e agitação. A introdução de ovinos terapeutas poderia representar uma solução inovadora e de baixo custo para mitigar esses efeitos negativos, contribuindo para a saúde física e emocional dos equinos. Além disso, a pesquisa sobre práticas terapêuticas interespécies pode abrir novos horizontes para o manejo de outros animais de produção e esporte, gerando impacto significativo na prática veterinária e no bem-estar dos animais.
O objetivo geral deste estudo é realizar uma revisão de literatura sobre os efeitos da presença de ovinos terapeutas na redução do estresse e da ansiedade em cavalos atletas criados em ambientes intensivos. Para atingir esse objetivo, serão estabelecidos alguns objetivos específicos, como: compreender os fatores que causam estresse e ansiedade nos cavalos atletas, analisar os impactos fisiológicos e comportamentais do estresse nesses animais, identificar práticas terapêuticas alternativas e avaliar o efeito da convivência com ovinos no contexto do bem-estar equino.
A metodologia a ser empregada será uma revisão de literatura narrativa, por meio da qual serão coletados e analisados estudos publicados sobre o estresse e a ansiedade em cavalos atletas, bem como sobre o uso de ovinos em terapias zooterapêuticas. Serão consultadas bases de dados como Scopus, PubMed, ScienceDirect, Scielo e Google Scholar, utilizando descritores como “cavalos atletas”, “estresse em equinos”, “bem-estar animal”, “zooterapia interespécies” e “ovinos terapeutas”. A seleção dos artigos será pautada pela relevância, qualidade metodológica e atualidade das publicações. A análise será realizada de forma descritiva, com a comparação dos resultados encontrados nos estudos selecionados, visando identificar as evidências mais consistentes sobre os efeitos terapêuticos da interação entre cavalos e ovinos.
Este trabalho, ao investigar uma prática inovadora e pouco explorada, tem o potencial de contribuir para o desenvolvimento de estratégias de manejo mais humanas e eficazes, que considerem não apenas o desempenho atlético dos cavalos, mas também seu bem-estar emocional. Espera-se que os resultados desta revisão possam fornecer uma base científica sólida para futuras investigações experimentais e para a implementação de protocolos terapêuticos voltados à redução do estresse em cavalos atletas, oferecendo novos caminhos para a medicina veterinária e o cuidado animal.
OS FATORES QUE CAUSAM ESTRESSE E ANSIEDADE NOS CAVALOS ATLETAS
Os cavalos atletas estão sujeitos a diversos fatores estressores que comprometem seu bem-estar físico e mental. Um dos principais elementos causadores de estresse é o manejo alimentar inadequado, que pode resultar em distúrbios comportamentais e fisiológicos. Dietas mal formuladas, com desequilíbrio entre fibras e concentrados, afetam diretamente o comportamento ingestivo e podem desencadear frustrações e estereotipias, como movimentos repetitivos e mastigação fantasiosa, devido à falta de estímulo durante a alimentação (Ferreira et al., 2022; Gonçalves; Costa, 2023). Além disso, a ingestão de alimentos de forma acelerada, comum em dietas peletizadas, reduz o tempo de alimentação e aumenta a ansiedade, comprometendo o bem-estar do animal (Costa; Ribeiro, 2024).
Outro fator relevante está relacionado às práticas intensivas de treinamento e confinamento, que, embora visem otimizar o desempenho atlético, muitas vezes desconsideram as necessidades comportamentais e sociais dos equinos. Cavalos são animais altamente sociais e sensíveis a mudanças de rotina, à ausência de interações e ao isolamento. O confinamento prolongado e a ausência de enriquecimento ambiental geram monotonia, frustração e agressividade, elevando os níveis de cortisol e afetando negativamente o sistema imunológico (Silva; Pereira, 2023). Além disso, a falta de contato visual ou físico com outros cavalos ou animais pode desencadear quadros de ansiedade generalizada, reduzindo a capacidade de adaptação ao ambiente.
Aspectos nutricionais específicos também estão diretamente relacionados ao estresse em equinos atletas. A presença de distúrbios metabólicos, como a síndrome metabólica equina e a disfunção insulínica, é agravada por dietas hiperglicêmicas e pobres em fibras, comprometendo o comportamento alimentar e aumentando a sensibilidade ao estresse (Kim; Gomez, 2023). Além disso, pesquisas recentes apontam que o tipo de gordura da dieta influencia o comportamento emocional dos equinos. Dietas ricas em ácidos graxos ômega-3, por exemplo, podem ter efeito calmante e contribuir para a redução de comportamentos estressantes, enquanto dietas desequilibradas podem intensificar a excitabilidade e a irritabilidade (Lee; Barker, 2024).
As práticas de manejo que ignoram abordagens integrativas e preventivas contribuem para o acúmulo de estressores crônicos. A ausência de práticas complementares, como o uso de terapias alternativas e enriquecimento sensorial, impede uma abordagem ampla e eficaz no cuidado dos cavalos atletas. Técnicas como a acupuntura, por exemplo, têm se mostrado promissoras na modulação do estresse e no equilíbrio do sistema nervoso autônomo, oferecendo uma alternativa segura e eficaz para complementar os cuidados tradicionais (Smith; Wang, 2023). Nesse sentido, o manejo alimentar, o ambiente físico, o treinamento e a integração de terapias naturais devem ser considerados de forma conjunta para garantir o bem-estar integral dos equinos (Martins; Souza, 2022).
OS IMPACTOS FISIOLÓGICOS E COMPORTAMENTAIS DO ESTRESSE NESSES ANIMAIS
O estresse em cavalos atletas provoca alterações fisiológicas significativas que comprometem a homeostase e o desempenho físico desses animais. A ativação prolongada do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal leva à liberação excessiva de cortisol, hormônio diretamente associado à resposta ao estresse. Esse aumento hormonal, quando contínuo, afeta o sistema imunológico, reduzindo a resistência a infecções e retardando a recuperação muscular, além de impactar negativamente o metabolismo energético (Costa; Ribeiro, 2024). A resposta fisiológica ao estresse também se manifesta por alterações na frequência cardíaca, pressão arterial, sudorese e padrões respiratórios, sendo indicadores clássicos de desconforto e desequilíbrio neuroendócrino (Silva; Pereira, 2023).
Do ponto de vista comportamental, o estresse se reflete em atitudes anômalas como a prática de estereotipias, agressividade, hiperatividade ou apatia. Cavalos submetidos a dietas inadequadas, como as excessivamente peletizadas ou pobres em fibra, demonstram comportamentos como ingestão compulsiva, inquietação e aumento da frequência de movimentos repetitivos (Gonçalves; Costa, 2023). Além disso, a frustração alimentar e a limitação no tempo de pastejo contribuem para distúrbios de comportamento alimentar e social, prejudicando a interação com humanos e outros animais (Ferreira et al., 2022). Esses comportamentos indicam não apenas desconforto físico, mas um estado mental comprometido, o que reforça a necessidade de intervenções adequadas no manejo alimentar e ambiental.
As alterações metabólicas relacionadas ao estresse incluem a disfunção insulínica e o desenvolvimento da síndrome metabólica equina, condições que prejudicam a regulação da glicemia e aumentam a susceptibilidade a laminite e obesidade (Kim; Gomez, 2023). Dietas hipercalóricas e com baixo teor de fibras podem agravar essas condições, criando um ciclo vicioso entre o estresse fisiológico e as consequências metabólicas (Martins; Souza, 2022). Por outro lado, estudos têm demonstrado que o equilíbrio na composição lipídica da dieta, especialmente com o uso de gorduras benéficas como os ácidos graxos ômega-3, pode modular o comportamento emocional dos equinos e amenizar reações relacionadas ao estresse (Lee; Barker, 2024).
Com o aumento do interesse por práticas integrativas na medicina veterinária, abordagens como a acupuntura vêm sendo utilizadas como suporte terapêutico complementar na redução dos impactos fisiológicos e comportamentais do estresse. A acupuntura tem mostrado resultados positivos na regulação do sistema nervoso autônomo, promovendo relaxamento e bem-estar em cavalos submetidos a ambientes estressantes e rotinas intensas de treinamento (Smith; Wang, 2023). Tais intervenções reforçam a importância de estratégias multifatoriais que combinem manejo nutricional, práticas de bem-estar e terapias complementares para mitigar os efeitos adversos do estresse e garantir uma vida mais saudável e equilibrada aos equinos atletas.
PRÁTICAS TERAPÊUTICAS ALTERNATIVAS
A crescente preocupação com o bem-estar dos cavalos atletas têm impulsionado o uso de práticas terapêuticas alternativas como forma complementar ao manejo convencional. Essas terapias visam não apenas melhorar o desempenho esportivo, mas principalmente reduzir os níveis de estresse e ansiedade provocados por treinamentos intensivos, confinamento e estímulos ambientais adversos. Estratégias como a acupuntura, o uso de dietas personalizadas e a introdução de técnicas de relaxamento têm ganhado destaque na rotina de cuidados desses animais (Silva; Pereira, 2023).
Entre essas práticas, a acupuntura é uma das abordagens mais amplamente estudadas e aplicadas. Utilizada para equilibrar o fluxo de energia corporal e estimular pontos específicos relacionados ao sistema nervoso e endócrino, a acupuntura tem demonstrado efeitos positivos na regulação do estresse, melhora do humor e recuperação muscular dos equinos. De acordo com Smith e Wang (2023), revisões sistemáticas recentes apontam que a técnica contribui significativamente para a redução de comportamentos ansiosos, além de favorecer a melhora na resposta imunológica.
A nutrição também desempenha um papel essencial como prática terapêutica alternativa, uma vez que determinados componentes da dieta podem modular a resposta comportamental dos cavalos. Dietas ricas em fibras e com baixo índice glicêmico promovem maior tempo de mastigação e sensação de saciedade, reduzindo comportamentos estereotipados associados ao estresse alimentar (Ferreira et al., 2022; Gonçalves; Costa, 2023). A inclusão de gordura de boa qualidade na dieta, como os ácidos graxos essenciais, também pode exercer efeito positivo na estabilidade emocional dos equinos, conforme evidenciado por Lee e Barker (2024).
O ajuste na dieta, além de influenciar o comportamento, também pode prevenir ou controlar distúrbios metabólicos que exacerbam o estresse, como a síndrome metabólica equina. A manutenção da sensibilidade à insulina e a prevenção de picos glicêmicos são fatores determinantes na regulação hormonal e no equilíbrio comportamental (Kim; Gomez, 2023). Intervenções nutricionais terapêuticas, portanto, não apenas corrigem deficiências alimentares, mas também funcionam como medidas preventivas de distúrbios emocionais e fisiológicos associados ao manejo inadequado.
Além da acupuntura e da nutrição, outras abordagens como a musicoterapia, aromaterapia e terapia assistida por animais vêm sendo exploradas na medicina veterinária integrativa. Embora ainda careçam de evidências robustas, essas práticas têm mostrado efeitos promissores na promoção de estados de relaxamento e melhora da interação social em cavalos submetidos a ambientes estressantes (Silva; Pereira, 2023). Essas intervenções são particularmente eficazes quando associadas a um manejo que respeite os comportamentos naturais dos equinos, como o acesso à luz solar, movimento livre e interação com outros animais (Martins; Souza, 2022).
A implementação dessas práticas terapêuticas alternativas requer um planejamento integrado que envolva veterinários, tratadores e nutricionistas. A combinação de diferentes abordagens pode resultar em ganhos significativos na qualidade de vida dos cavalos atletas, desde que respeitadas suas individualidades fisiológicas e comportamentais (Costa; Ribeiro, 2024). Portanto, o futuro do bem-estar equino passa pela ampliação do uso de terapias complementares sustentadas por evidências científicas e pelo comprometimento com uma abordagem holística e humanizada no cuidado desses animais.
O EFEITO DA CONVIVÊNCIA COM OVINOS NO CONTEXTO DO BEM-ESTAR EQUINO
A convivência entre equinos e ovinos tem sido explorada como uma estratégia de manejo que visa promover o bem-estar animal por meio do enriquecimento ambiental e social. Cavalos, sendo animais sociais, beneficiam-se da interação com outras espécies, especialmente em situações onde o convívio com outros equinos é limitado. Estudos indicam que a presença de ovinos pode proporcionar estímulos comportamentais positivos, reduzindo sinais de estresse e promovendo um comportamento mais calmo e estável (Silva; Pereira, 2023).
No contexto alimentar, a coabitação com ovinos pode influenciar positivamente o comportamento ingestivo dos cavalos. Como os ovinos tendem a pastar constantemente em áreas distintas, os equinos acabam por diversificar seus locais de pastejo e prolongar o tempo de forrageamento, o que se alinha às suas necessidades fisiológicas naturais (Ferreira et al., 2022). Esse tipo de manejo promove maior bem-estar por estimular comportamentos naturais, como a busca ativa por alimento e o movimento constante, que são inibidos em sistemas de confinamento intensivo (Gonçalves; Costa, 2023).
A interação com os ovinos também pode reduzir a ocorrência de estereotipias e comportamentos associados ao isolamento social, como o andar compulsivo e a automutilação. A diversidade de estímulos sensoriais gerada pela presença de outra espécie pode atuar como um fator de distração benéfico, promovendo um ambiente mais dinâmico e menos monótono (Costa; Ribeiro, 2024). Essa convivência, além de favorecer o equilíbrio emocional, contribui para a modulação da resposta ao estresse, especialmente em cavalos submetidos a treinamentos rigorosos.
Do ponto de vista metabólico, o ambiente social enriquecido pode ter efeitos indiretos na estabilidade fisiológica dos equinos. O estresse crônico está intimamente relacionado à disfunção metabólica, como a síndrome metabólica equina e a resistência à insulina, que são agravadas por ambientes pobres em estímulos e interações (Kim; Gomez, 2023). A convivência com ovinos, ao favorecer o comportamento natural e reduzir o estresse, pode ser uma estratégia coadjuvante no controle desses distúrbios, especialmente quando associada a uma dieta equilibrada.
A alimentação, quando aliada a práticas de enriquecimento social, potencializa os efeitos positivos sobre o bem-estar equino. Dietas que respeitam o comportamento alimentar natural, aliadas à convivência com espécies que compartilham o ambiente de forma não competitiva, como os ovinos, favorecem a mastigação prolongada, a salivação adequada e a digestão eficiente (Lee; Barker, 2024). Tais práticas devem ser integradas ao manejo diário dos cavalos, respeitando suas necessidades fisiológicas e sociais (Martins; Souza, 2022).
A convivência com ovinos representa uma alternativa viável e eficaz dentro das estratégias de promoção do bem-estar equino, especialmente em propriedades que buscam métodos sustentáveis e integrativos. Quando bem manejada, essa interação pode contribuir para a redução do estresse, melhora do comportamento alimentar e prevenção de distúrbios metabólicos, resultando em animais mais saudáveis e equilibrados tanto física quanto emocionalmente (Smith; Wang, 2023). O manejo interespécies, portanto, deve ser considerado dentro das boas práticas de criação equina.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A criação intensiva de cavalos atletas, embora voltada à performance, impõe desafios consideráveis ao bem-estar desses animais, sobretudo em relação ao estresse e à ansiedade. Fatores como confinamento prolongado, dietas desbalanceadas, rotinas rígidas de treinamento e isolamento social contribuem para alterações comportamentais e fisiológicas prejudiciais. Como demonstrado ao longo da revisão, essas condições afetam negativamente não apenas a saúde física dos equinos, mas também sua estabilidade emocional, impactando diretamente o desempenho esportivo e a qualidade de vida.
A literatura revela que o estresse crônico pode desencadear distúrbios metabólicos, alterações no comportamento alimentar e desenvolvimento de estereotipias, sendo essencial o desenvolvimento de estratégias integrativas de manejo. Neste contexto, a introdução de práticas que respeitem os aspectos naturais da espécie, como socialização e acesso ao pasto, é crucial para mitigar os efeitos adversos dos sistemas intensivos. A modulação do ambiente, por meio da alimentação adequada e enriquecimento social, torna-se um dos pilares para promover o bem-estar animal.
Dentre as abordagens alternativas estudadas, a convivência com ovinos surge como uma prática inovadora e promissora. A presença desses animais em baias ou piquetes compartilhados com cavalos têm demonstrado efeitos positivos, como redução do estresse, maior estímulo comportamental, modulação emocional e equilíbrio fisiológico. Tal interação interespécies promove um ambiente mais dinâmico, que favorece a expressão de comportamentos naturais e melhora a relação dos cavalos com o meio, especialmente quando associada a práticas alimentares e de manejo adequadas.
Conclui-se, portanto, que a convivência com ovinos terapeutas pode ser uma estratégia eficaz e complementar dentro dos programas de bem-estar voltados a cavalos atletas. Mais do que uma solução pontual, trata-se de uma proposta integrativa, que valoriza o comportamento social e a saúde global dos equinos. Estudos adicionais são necessários para quantificar seus efeitos em diferentes realidades de criação, mas os dados disponíveis já reforçam seu potencial como ferramenta sustentável e viável dentro da medicina veterinária preventiva e do manejo racional de animais de alto desempenho.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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