Autor
Resumo
INTRODUÇÃO
A pandemia de COVID-19 trouxe desafios sem precedentes para o sistema de saúde em todo o mundo, especialmente para os serviços de pronto socorro, que se viram na linha de frente do enfrentamento à crise. Nesse cenário, o gerenciamento de enfermagem ganhou uma importância ainda maior, pois precisou de adaptar rapidamente às novas demandas, recursos escassos e às mudanças constantes nas condições de trabalho. A necessidade de respostas ágeis, eficientes e humanizadas tornou-se para garantir a segurança dos pacientes e o bem-estar das equipes de enfermagem (Kraemer et al., 2020).
Nesse contexto, a teoria de contingência surge como uma abordagem valiosa, pois reconhece que não existe uma única solução ideal para todos os ambientes, mas sim que as estratégias de gestão devem ser ajustadas às condições específicas de cada situação. Essa teoria enfatiza a importância de flexibilidade , da tomada de decisão contextualizada e da adaptação às mudanças, elementos essenciais para enfrentar os desafios do cenário pós-pandêmico (Albuquerque et al., 2020).
Além disso, o gerenciamento baseado na teoria de contingência pode contribuir para a melhoria da qualidade do atendimento, a eficiência dos recursos e a resiliência das equipes de enfermagem. Com a crescente complexidade dos serviços de saúde, torna-se imprescindível compreender como esses princípios podem ser aplicados na prática, promovendo uma gestão mais eficaz e humanizada (Silva et al., 2022).
Assim, este estudo busca explorar as possibilidades de implementação dessa abordagem no contexto do pronto socorro, visando fortalecer a capacidade de respostas às crises futuras e aprimorar o cuidado do paciente. A compreensão dessas estratégias é fundamental para que os gestores possam liderar as equipes de forma mais adaptável, promovendo um ambiente mais seguro, motivador e preparado para desafios que ainda estão por vir. Portanto, a integração da teoria de contingência ao gerenciamento de enfermagem no pronto socorro representa uma oportunidade de inovação e aprimoramento na assistência à saúde, especialmente em tempos de incertezas e transformação contínua.
METODOLOGIA
Este estudo adota uma abordagem qualitativa exploratória, com base em revisão bibliográfica. Foram selecionados artigos publicados entre 2020 a 2025 nas bases de dados, Scielo, Lilacs e Google Acadêmico, foram excluídas monografias, dissertações e teses, por ser impraticável analisá-las sistematicamente, bem como artigos de reflexão. Utilizaram-se as seguintes palavras chaves: COVID-19, Gerenciamento em enfermagem, Teoria de contingência, Pronto socorro. Os artigos foram analisados com o objetivo de explorar as possibilidades de implementação da abordagem da teoria de contingência no contexto do pronto socorro, visando fortalecer a capacidade de respostas às crises futuras e aprimorar o cuidado do paciente. A pesquisa focou na aplicação das teorias de Joan Woodward, Paul Lawrence e Jay Lorsch e outros autores, além de analisar o comportamento organizacional na enfermagem, especialmente na adaptação às mudanças rápidas e exigentes impostas pela pandemia e o período posterior.
REFERENCIAL TEÓRICO
COVID-19: ENTENDENDO A ORIGEM, IMPACTOS E ESTRATÉGIAS DE COMBATE
A pandemia de COVID-19, causada pelo vírus SARS-CoV-2, teve início em 2019, com rápida disseminação global. Seus impactos estenderam-se para além do campo biológico, afetando profundamente os sistemas de saúde, as dinâmicas organizacionais e a gestão hospitalar (WHO, 2020). Estratégias como o distanciamento social, reorganização dos serviços de urgência, e a adoção de protocolos de biossegurança foram essenciais para controlar a propagação do vírus, como destaca o Ministério da Saúde (Brasil, 2021).
O SARS-CoV-2 é um vírus respiratório altamente transmissível, pertencente à família dos coronavírus, que afeta principalmente o sistema respiratório, podendo causar desde sintomas leves até síndromes respiratórias graves e morte. A rápida propagação do vírus sobrecarregou os sistemas de saúde globais, levando a colapsos hospitalares, escassez de recursos e exaustão das equipes de saúde (Brasil, 2021).
Os efeitos da pandemia foram multidimensionais para a sociedade. Na saúde pública, provocou o redirecionamento de recursos para o enfrentamento da doença, adiamento de procedimentos eletivos e interrupção de programas preventivos. No sistema de saúde, expôs fragilidades estruturais, como a carência de leitos de UTI, a falta de EPIs e a sobrecarga dos profissionais de enfermagem e na economia e na sociedade, gerou desemprego, agravamento da pobreza e aumento dos problemas de saúde mental (Albuquerque et al., 2020).
Além disso, houve impacto direto na educação em saúde, com a interrupção de atividades práticas e necessidade de adaptações curriculares em cursos de enfermagem e medicina. Diante desse cenário, os governos e instituições de saúde implementaram diversas estratégias para mitigar os efeitos da pandemia. Uma delas foram as medidas sanitárias emergenciais, como isolamento social, uso obrigatório de máscaras, controle de aglomerações e restrições de mobilidade (Butantan, 2021).
Outro destaque foi o desenvolvimento e distribuição de vacinas em tempo recorde, o que se tornou um dos marcos mais importantes da medicina moderna (Pfizer, AstraZeneca, CoronaVac e outras) além do fortalecimento das redes de vigilância epidemiológica, rastreamento de contatos e testagem em massa, capacitação intensiva das equipes de saúde e criação de planos de contingência hospitalar para gestão de crises e ampliação do uso da telessaúde e da informatização dos serviços, permitindo atendimento remoto e monitorização de pacientes com menor gravidade. Essas estratégias mostraram a importância da integração entre os diferentes níveis de governo, ciência e sociedade. No entanto, também revelaram desigualdades no acesso aos cuidados, especialmente em países em desenvolvimento, como o Brasil, conforme destaca a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz, 2021).
COVID-19 E O PÓS-PANDEMIA: DESAFIOS E TRANSFORMAÇÕES NA SAÚDE PÚBLICA
No contexto pós-pandêmico, os desafios permanecem significativos: escassez de recursos humanos, esgotamento das equipes, necessidade de atualização contínua de protocolos e reestruturação dos fluxos assistenciais. A pandemia acelerou transformações como a digitalização de processos e a valorização da saúde mental dos profissionais (Silva et al., 2022). A saúde pública teve de se adaptar rapidamente a novos paradigmas, exigindo capacidade de resposta eficiente e flexível.
A pandemia de COVID-19 representou um divisor de águas para os sistemas de saúde pública em todo o mundo. A partir de 2020, os países enfrentaram não apenas uma emergência sanitária sem precedentes, mas também a necessidade urgente de reformular práticas, estruturas e políticas públicas de saúde (Silva et al., 2022).
No contexto pós-pandêmico, novos desafios emergem, assim como oportunidades de transformação. O represamento de atendimentos e procedimentos eletivos durante a pandemia exigiu uma resposta rápida para recuperar o tempo perdido e atender à nova demanda reprimida (Fiocruz, 2021). O aumento de casos de depressão, ansiedade e burnout entre profissionais de saúde e usuários demandou políticas específicas de suporte psicossocial. A pandemia agravou desigualdades históricas, tornando visível a necessidade de universalização do acesso com foco nas populações vulneráveis. A ameaça de novas variantes e futuras pandemias reforça a importância de monitorização contínua, testagem, rastreamento de contatos e cooperação internacional (OPAS, 2022).
Dentre as transformações sistêmicas e inovações, destaca-se a digitalização da saúde. A telemedicina foi impulsionada pela crise sanitária e consolidou-se como ferramenta de democratização do acesso, especialmente em áreas remotas. Bem como o fortalecimento da atenção primária: À pandemia revelou a importância da atenção básica como porta de entrada estruturante do SUS, com papel essencial na triagem, monitoramento e vacinação e a integração de dados e informatização dos serviços, com plataformas integradas de informação em saúde tornaram-se indispensáveis para decisões baseadas em evidências (Santos et al., 2023).
Ressalta-se que a resposta ao vírus exigiu constante atualização técnica. O pós-pandemia exige continuidade dessa estratégia com foco na capacitação e valorização das equipes. E ainda, pode-se destacar a resiliência e capacidade de resposta rápida, onde as estruturas públicas de saúde passaram a incorporar planos de contingência e cenários simulados para lidar com futuras emergências. Mais do que uma crise sanitária, a pandemia provocou uma revisão profunda da noção de saúde coletiva. A promoção da saúde, a prevenção de doenças e a articulação intersetorial passam a ocupar o centro das políticas públicas. O pós-pandemia exige uma abordagem integrada, humana e orientada pela equidade, em que a saúde seja compreendida como um direito universal e não apenas uma resposta a doenças (Kraemer et al., 2020).
ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NO GERENCIAMENTO DO PRONTO SOCORRO EM TEMPOS DE PÓS-PANDEMIA COVID-19
A pandemia de COVID-19 redefiniu a forma como os serviços de saúde, especialmente os prontos-socorros, são organizados e geridos. Nesse cenário, a atuação do enfermeiro gestor tornou-se ainda mais estratégica e complexa, exigindo habilidades técnicas, liderança adaptativa, pensamento crítico e tomada de decisão rápida. O profissional passou a desempenhar um papel crucial na reorganização dos serviços e no cuidado humanizado, enfrentando situações de alta complexidade e imprevisibilidade. Segundo Oliveira et al. (2023), o gerenciamento de pessoal, a logística de insumos, o planejamento de escalas e a atuação interdisciplinar tornaram-se ainda mais críticos. A liderança adaptativa foi fundamental para manter a qualidade do cuidado e a segurança da equipe.
No período pós-pandêmico, os desafios persistem: aumento da demanda por atendimentos, necessidade de vigilância contínua para novas variantes, lacunas nas equipes devido a afastamentos por burnout ou sequelas da COVID-19, e exigência por fluxos mais seguros e humanizados (Silva et al., 2022).
Segundo a Resolução COFEN nº 564/2017, cabe ao enfermeiro a organização e supervisão das atividades da equipe de enfermagem, além da implementação de ações voltadas à segurança do paciente. No contexto pós-pandêmico, esses deveres foram ampliados com reorganização de fluxos e áreas de atendimento para reduzir riscos de contaminação cruzada; implementação de protocolos assistenciais atualizados baseados em evidências científicas e em consonância com as orientações da OMS; gerenciamento de recursos humanos, incluindo escalas mais flexíveis e ações de suporte psicossocial; capacitação contínua da equipe com foco em biossegurança, novas tecnologias e cuidados intensivos e liderança participativa, promovendo comunicação transparente e motivação da equipe em tempos de incerteza (Cofen, 2017).
Além disso, destaca-se o papel do enfermeiro como mediador entre os diversos setores hospitalares, articulando ações com médicos, fisioterapeutas, farmacêuticos e gestores administrativos para garantir o fluxo eficaz dos atendimentos. Em tempos de pós-pandemia, o gerenciamento do pronto-socorro não se limita à resposta emergencial. Ele exige visão estratégica, capacidade de análise situacional e adoção de práticas inovadoras que assegurem a qualidade do cuidado e a sustentabilidade do serviço. O enfermeiro, como líder operacional, está na linha de frente dessa transformação (Oliveira et al., 2023).
ESTRATÉGIA DE IMPLEMENTAÇÃO DA TEORIA DE CONTINGÊNCIA NO PRONTO SOCORRO
A Teoria de Contingência oferece um marco conceitual relevante para compreender a gestão de enfermagem em ambientes instáveis. Segundo Woodward (1965), Lawrence e Lorsch (1967) e Fiedler (1964), a eficácia organizacional depende da adaptação à realidade contextual, sendo que diferentes situações requerem diferentes abordagens gerenciais.
A Teoria de Contingência surgiu como uma reação às abordagens clássicas e universalistas da administração, propondo que não existe uma única forma ideal de gestão válida para todas as situações. De acordo com Woodward (1965), os sistemas organizacionais devem ser estruturados de acordo com as condições externas e internas às quais estão submetidos. No contexto hospitalar, especialmente no pronto-socorro, essa perspectiva torna-se essencial dada a natureza imprevisível, dinâmica e de alta pressão do ambiente.
Durante e após a pandemia de COVID-19, os serviços de urgência enfrentaram uma pressão sem precedentes, o que exigiu flexibilização da estrutura organizacional, adoção de práticas adaptativas e liderança situacional. Lawrence e Lorsch (1967) complementam essa ideia ao defender que, em ambientes instáveis, as organizações devem adotar formas de coordenação diferenciadas entre os seus setores, promovendo autonomia onde necessário, sem comprometer a coesão geral.
A implementação da Teoria de Contingência no pronto-socorro passa por diversas estratégias, tais como a adequação estrutural, com reorganização dos fluxos de atendimento, criação de áreas específicas para síndromes respiratórias, e redistribuição de recursos humanos conforme a demanda (Silva et al., 2022). Além disso, adotou-se a flexibilidade na liderança, com adoção de estilos de liderança que se ajustem às exigências do momento. O modelo de Fiedler (1964) destaca que a eficácia do líder depende da combinação entre o seu estilo e o grau de controle da situação.
Outra estratégia que merece destaque foi a tomada de decisão descentralizada, por meio do empoderamento das chefias intermediárias para tomada de decisões rápidas, permitindo respostas mais ágeis e eficientes em momentos críticos (Mintzberg, 1990). Associado à capacitação contínua das equipes, através da criação de programas de educação permanente orientados pelas necessidades identificadas em tempo real, com foco na atualização técnica e emocional dos profissionais de enfermagem.
A teoria também reforça a importância de alinhar os objetivos organizacionais aos recursos disponíveis, com vistas à manutenção da qualidade do atendimento e da segurança do paciente. Assim, o uso da Teoria de Contingência no pronto-socorro não é apenas desejável, mas fundamental para garantir a eficácia operacional e a sustentabilidade dos serviços de urgência num contexto pós-pandêmico.
ANÁLISE E DISCUSSÕES
A Teoria de Contingência propõe que não há uma única forma de organizar ou liderar uma equipe, mas que as estratégias devem ser ajustadas de acordo com as condições específicas do ambiente externo e interno. No contexto do pronto-socorro, especialmente após a pandemia, essa abordagem incentiva gestores a avaliarem continuamente fatores como demanda, recursos disponíveis, perfil da equipe e complexidade do atendimento, adaptando suas práticas para otimizar resultados (Barros; Pereira, 2021).
A análise dos dados obtidos e das referências utilizadas revela que o gerenciamento de enfermagem no pronto-socorro, no contexto pós-pandêmico, passou por profundas transformações estruturais e operacionais. A Teoria de Contingência mostrou-se uma ferramenta teórica eficaz para interpretar as mudanças implementadas, pois destaca a necessidade de adaptação da estrutura organizacional às exigências do ambiente externo (Dias; Lima, 2022).
A Teoria de Contingência propõe que não há uma única forma de organizar ou liderar uma equipe, mas que as estratégias devem ser ajustadas de acordo com as condições específicas do ambiente externo e interno. No contexto do pronto-socorro, especialmente após a pandemia, essa abordagem incentiva gestores a avaliarem continuamente fatores como demanda, recursos disponíveis, perfil da equipe e complexidade do atendimento, adaptando suas práticas para otimizar resultados (Lima; Souza, 2023).
Durante a pandemia de COVID-19, e mais intensamente no período subsequente, os enfermeiros gestores foram obrigados a atuar de forma flexível, criativa e colaborativa, adaptando protocolos, reorganizando fluxos e lidando com escassez de recursos humanos e materiais. Os dados mostram que os hospitais que conseguiram alinhar suas práticas gerenciais à realidade local, como preconiza a Teoria de Contingência, obtiveram melhores resultados em termos de fluidez no atendimento, segurança do paciente e satisfação das equipes (Gonçalves; Pacheco, 2021).
Ao aplicar a Teoria de Contingência, os gestores podem implementar protocolos flexíveis que se ajustem às necessidades reais dos pacientes e às condições do momento. Por exemplo, em situações de alta demanda ou escassez de recursos, podem priorizar ações que garantam a segurança e o cuidado efetivo, sem comprometer a humanização. Além disso, a liderança situacional permite que os enfermeiros gestores adotem estilos de liderança mais participativos ou diretivos conforme a complexidade do caso, promovendo uma cultura de melhoria contínua e aprendizado (Moraes; Silva, 2022).
Segundo Souza e Almeida (2023) a teoria também orienta a alocação eficiente de recursos humanos, materiais e tecnológicos. Em ambientes dinâmicos, como o pronto-socorro, a capacidade de ajustar a equipe às variações de fluxo de pacientes, por exemplo, aumenta a produtividade e reduz desperdícios. Estruturas organizacionais mais flexíveis, com maior autonomia para lideranças locais, facilitam decisões rápidas e precisas, evitando atrasos e sobrecarga de trabalho. Assim, a gestão contingencial promove uma utilização mais inteligente dos recursos disponíveis, maximizando os resultados com menor custo.
A partir das observações feitas do estudo de Almeida e Silva (2022), destaca-se que os enfermeiros que aplicaram liderança situacional e comunicação assertiva foram mais eficazes na motivação das equipes e na resolução de problemas. Por outro lado, estruturas muito rígidas e centralizadoras demonstraram menor capacidade de resposta às constantes mudanças do cenário pandêmico e pós-pandêmico
Pereira e Costa (2023) citam que a resiliência das equipes é fortalecida quando os gestores adotam uma abordagem contingencial. Isso porque, ao reconhecerem as condições específicas de cada momento, podem oferecer suporte adequado, promover a autonomia e estimular a adaptação às mudanças. Lideranças que praticam comunicação assertiva, reconhecimento e envolvimento das equipes criam um ambiente de confiança, onde os profissionais se sentem mais motivados e capazes de lidar com situações adversas. Essa resiliência é fundamental para manter a qualidade do atendimento mesmo em cenários de crise ou alta pressão (Costa; Souza, 2022).
Além disso, os relatos analisados de Pereira e Costa (2022), indicam uma valorização crescente da atuação do enfermeiro gestor, não apenas como executor de tarefas administrativas, mas como líder estratégico, articulador intersetorial e defensor da qualidade assistencial. Essa mudança de paradigma é coerente com as diretrizes modernas de saúde pública e reforça a importância do investimento em formação e qualificação continuada desses profissionais.
A análise ainda evidencia a necessidade de políticas institucionais que favoreçam a descentralização da tomada de decisões, garantindo maior autonomia às lideranças locais e favorecendo a adaptabilidade do sistema. Essa prática encontra respaldo na Teoria de Contingência, que recomenda ajustes conforme a complexidade e instabilidade do ambiente externo (Ferreira; Martins, 2022).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O gerenciamento de enfermagem no pronto-socorro, especialmente no contexto pós-pandêmico, passou por mudanças profundas e importantes. A aplicação da Teoria de Contingência mostrou-se fundamental para entender essas transformações, pois reforça a ideia de que as estruturas organizacionais precisam se adaptar às condições externas em constante mudança.
Durante a pandemia de COVID-19, os enfermeiros gestores tiveram que ser criativos, flexíveis e colaborativos, ajustando protocolos e reorganizando fluxos para lidar com recursos escassos. Os hospitais que conseguiram alinhar suas práticas às realidades locais, seguindo os princípios da teoria, tiveram melhores resultados na qualidade do atendimento, segurança do paciente e motivação das equipes.
Além disso, a liderança situacional e a comunicação assertiva se mostraram estratégias eficazes para motivar as equipes e resolver problemas rapidamente. Por outro lado, estruturas muito rígidas e centralizadoras mostraram-se menos ágeis diante das mudanças rápidas do cenário.
Por fim, há uma valorização crescente do papel do enfermeiro gestor como líder estratégico, articulador e defensor da qualidade assistencial, o que reforça a importância de investir na formação contínua desses profissionais. Também fica evidente a necessidade de políticas que promovam maior autonomia e descentralização na tomada de decisões, permitindo maior adaptabilidade do sistema às complexidades do ambiente de saúde. Essa evolução é essencial para garantir uma gestão mais eficiente e resiliente no contexto atual.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALBUQUERQUE, L. P.; SILVA, R. B.; ARAÚJO, R. M. S. de. COVID-19: origem, patogênese, transmissão, aspectos clínicos e atuais estratégias terapêuticas. Revista Prevenção de Infecção e Saúde, Teresina, v. 6, 2020. Disponível em: https://doi.org/10.26694/repis.v6i0.10432. Acesso em: 25 de abril de 2025.
ALMEIDA, M. C. de; SILVA, M. A. da. Gestão de enfermagem e teoria de contingência: estratégias para a melhoria da assistência. Revista Brasileira de Enfermagem, v. 75, n. 2, p. 245-251, 2022. DOI: https://doi.org/10.1590/0034-7167-2021-0600
BARROS, S. S.; PEREIRA, L. M. Gestão contingencial em unidades de saúde: desafios e possibilidades. Revista de Gestão em Saúde, v. 13, n. 1, p. 45-60, 2021. Disponível em: https://periodicos.unb.br/index.php/rgs/index Acesso em: 25 de abril de 2025.
BRASIL. Ministério da Saúde. Boletim Epidemiológico Especial – Doença pelo Coronavírus COVID-19. Brasília: Ministério da Saúde, 2021. Disponível em: https://www.gov.br/saude Acesso em: 25 de abril de 2025.
BUTANTAN. Instituto Butantan. Como surgiu o novo coronavírus? Conheça as teorias mais aceitas sobre sua origem. Instituto Butantan, 2021. Disponível em: https://butantan.gov.br/covid/butantan-tira-duvida/tira-duvida-noticias/como-surgiu-o-novo-coronavirus-conheca-as-teorias-mais-aceitas-sobre-sua-origem. Acesso em: 25 de abril de 2025.
COSTA, R. S.; SOUZA, M. M. de. Resiliência de equipes de enfermagem em contextos de crise: uma revisão integrativa. Revista Brasileira de Enfermagem, v. 75, n. 4, p. e20200345, 2022.
DIAS, S. M. G.; LIMA, R. S. Gestão de recursos em unidades de emergência: uma abordagem contingencial. Revista Saúde em Debate, v. 45, n. 132, p. 123-135, 2022.
FERREIRA, A. C.; MARTINS, P. R. Liderança situacional e qualidade assistencial em enfermagem. Revista Latino-Americana de Enfermagem, v. 30, e3504, 2022.
FIEDLER, Fred E. A Contingency Model of Leadership Effectiveness. New York: Academic Press, 1964.
FIOCRUZ. Fundação Oswaldo Cruz. Impactos sociais, econômicos, culturais e políticos da pandemia. Fundação Oswaldo Cruz, 2021. Disponível em: https://fiocruz.br/impactos-sociais-economicos-culturais-e-politicos-da-pandemia. Acesso em: 27 de abril de 2025.
GONÇALVES, L. M.; PACHECO, R. S. Eficiência na gestão de recursos hospitalares: uma análise sob a perspectiva da teoria de contingência. Revista Gestão & Saúde, v. 13, n. 2, p. 89-104, 2021. DOI: https://doi.org/10.1136/bmjopen-2018-025007
KRAEMER, M. U. G. Et al. The effect of human mobility and control measures on the COVID-19 epidemic in China. Science, v. 368, n. 6490, p. 493-497, 2020. DOI: 10.1126/science.abb4218.
LAWRENCE, Paul R.; LORSCH, Jay W. Organization and Environment: Managing Differentiation and Integration. Boston: Harvard Business School, 1967.
LEVITAN, D.; FURTADO, J. R.; BOUSFIELD, A. B. Migração em tempos de COVID-19: impactos e estratégias de enfrentamento. Psicologia & Sociedade, Porto Alegre, v. 33, e021003, 2021. Disponível em: https://www.scielo.br/j/pcp/a/FQPZnPpLzdQhVs8MG7L4r8t/. Acesso em: 27 de abril de 2025.
LIMA, T. S.; SOUZA, D. P. Resiliência organizacional e equipes de enfermagem: estratégias para o enfrentamento de crises. Revista Brasileira de Gestão em Saúde, v. 14, n. 1, p. 67-82, 2023.
MINTZBERG, H. Strategy Formation: Schools of Thought. In: Frederickson, J., Ed., Perspectives on Strategic Management. Harper Business, New York, 105-237, 1990.
MORAES, M. C. de; SILVA, J. F. da. A teoria de contingência na gestão de unidades de pronto atendimento. Revista de Administração em Saúde, v. 24, n. 98, p. 1-15, 2022.
OLIVEIRA, J. S. de; SOUSA, M. A.; COSTA, R. M. G. Gestão de Enfermagem no Pronto-Socorro em Tempos de Pós-Pandemia. Revista Brasileira de Enfermagem, Brasília, v. 76, n. 1, p. e20230345, 2023. DOI: https://doi.org/10.1590/0034-7167-2023-0345.
OMS. Organização mundial da saúde. Coronavirus Disease (COVID-19) Pandemic. World Health Organization, 2020. Disponível em: https://www.who.int/. Acesso em: 27 de abril de 2025.
PEREIRA, A. L.; COSTA, E. M. A autonomia na equipe de enfermagem para a resiliência organizacional. Revista Brasileira de Enfermagem, v. 75, n. 3, p. e20220123, 2022. DOI: https://doi.org/10.1590/1983-1447.2021.20200404
SILVA, M. L.; FERREIRA, A. C.; SANTOS, R. F. dos. Desafios da Gestão em Saúde Pública no Pós-COVID-19: Uma Revisão Integrativa. Saúde Coletiva, São Paulo, v. 32, n. 4, p. 455-462, 2022.
SOUZA, R. M. de; ALMEIDA, F. J. Gestão adaptativa e melhoria contínua na assistência em saúde. Revista Saúde em Foco, v. 7, n. 2, p. 112-125, 2023.
WHO – WORLD HEALTH ORGANIZATION. Coronavírus Disease (COVID-19) Pandemic. Geneva: WHO, 2020. Disponível em: https://www.who.int/. Acesso em: 02 mai. 2025.
WOODWARD, Joan. Industrial Organization: Theory and Practice. London: Oxford University Press, 1965.
Área do Conhecimento
Submeta seu artigo e amplie o impacto de suas pesquisas com visibilidade internacional e reconhecimento acadêmico garantidos.